8 destinos paradisíacos de escalada com vistos para nômades digitais

Por Redação

nômades digitais
Foto: Cris Posadas / @gamantri / Climbing.

Nômades digitais e trabalhadores remotos podem explorar sua paixão pela escalada enquanto vivem em locais paradisíacos. É um verdadeiro atalho para a vida dos sonhos.

A revista Climbing recentemente destacou locais ao redor do mundo que oferecem excelentes opções de escalada, vistos facilitados para nômades digitais e, é claro, uma conexão de internet estável.

Observação: Todos os valores abaixo foram convertidos de dólares americanos ou euros para reais.

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1. La Mojarra, Colômbia
Foto: Henry Mayorga / Climbing.

“Durante minha vida de escalada, conheci muitas pessoas que vêm para La Mojarra e ficam mais tempo do que o planejado”, afirna Henry Mayorga, um escalador de Bucaramanga, Colômbia. “Acredito que seja porque o clima aqui é perfeito quase o ano todo. Mesmo na estação chuvosa, a rocha seca rapidamente.”

Situada no cânion Chicamocha, La Mojarra oferece escaladas durante todo o ano. Com acesso a mais de 350 vias esportivas e cerca de 10 vias tradicionais em arenito, as graduações variam desde as mais acessíveis (4a) até desafios extremos (8b+). Para os amantes de vias longas, La Pared, a 20 minutos de carro de La Mojarra e acessível por uma trilha de 30 minutos, oferece desafios adicionais. Hostels locais também fornecem espaços de coworking durante as horas mais quentes do dia.

Recentemente, Mayorga presenciou a primeira ascensão bem-sucedida do escalador profissional brasileiro Felipe Camargo em “La Vuelta al Mundo” (5.14d/9a), uma conquista histórica dez anos após a via ser equipada. Escaladores locais, que convidaram Camargo várias vezes ao longo dos anos, se reuniram para torcer por ele e testemunhar esse marco.

Na Colômbia, o visto de nômade digital exige comprovação de renda (pelo menos R$ 4.900 por mês), seguro de saúde internacional com cobertura de repatriação e vínculo empregatício com uma empresa estrangeira. A estadia máxima é de 180 dias por ano-calendário, mas o visto pode ser estendido por até dois anos. Com base em dados de 2023, os custos mensais de vida variam entre R$ 5.000 e R$ 10.000.

2. Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha
Foto: Cris Posadas / Climbing.

Mais de 1.300 vias esportivas em rocha vulcânica e condições perfeitas o ano todo. Não é difícil entender por que Tenerife, a maior das Ilhas Canárias, é considerada um paraíso para escaladores.

O ponto de encontro da comunidade de escalada local é o Tenerife Climbing House (TCH), localizado na cidade de Arico, no sudeste da ilha. Mais do que um hostel, o TCH serve como um hub para escaladores, administrado por Elena Martínez Purriños e Eric Baquero, ambos escaladores experientes. Purriños gerencia as operações do hostel, enquanto Baquero organiza saídas de escalada e designa guias. O casal também investe tempo equipando novas vias e mantendo as antigas na região de Arico.

A Espanha exige experiência profissional prévia e vínculo empregatício com uma empresa estrangeira para o visto de nômade digital. Os candidatos devem comprovar uma renda mensal de pelo menos o dobro do salário mínimo espanhol (R$ 5.800 em 2024). O visto é válido por um ano e pode ser renovado. A cobertura de internet em Tenerife é excelente, e, com um pouco de paciência, Arico pode ser alcançada de ônibus a partir das cidades costeiras.

3. Bósnia e Herzegovina

Apesar da ausência de um programa oficial de visto para nômades digitais, é possível permanecer na Bósnia além do limite de 90 dias do visto de turista registrando um negócio local e obtendo uma permissão de residência temporária de 12 meses, que pode ser renovada. Para um nômade digital solo, uma renda mensal de R$ 5.000 é considerada confortável. Além disso, a cobertura 4G está amplamente disponível em todo o país.

No sul, a cidade de Mostar oferece fácil acesso a Blagaj, a maior área de escalada da Bósnia, com mais de 200 vias em calcário e paredes de até 200 metros de altura. A nordeste de Mostar, a cerca de duas horas e meia de carro, está Spijonik, um grande campo alpino repleto de blocos erráticos de calcário, com potencial para o desenvolvimento de novas vias, especialmente em graus mais altos e em alguns dos blocos maiores.

Em 2022, Jeff Klassen, engenheiro de software, explorou os Bálcãs em uma van com sua esposa, Rose, e seu gato, Goldie (eles documentaram a viagem no blog *A Couple and a Cat*). Quando o pedido de visto de nômade digital na Croácia foi negado, eles seguiram mais ao sul e passaram algumas semanas na Bósnia e Herzegovina antes de se mudarem para Leonidio, na Grécia.

4. Leonidio, Grécia
Foto: Jeff Klassen / Climbing.

As oportunidades de escalada em Leonidio são vastas, com mais de 2.500 vias que vão de 5.5/4a a 5.15a/9a+, além de um grande potencial para projetos ainda não escalados. A maioria das vias está entre 5.10a/6a e 5.12b/7b. O calcário vermelho característico da região proporciona uma experiência diversificada, com terrenos variados que incluem colunas de tufas, estalactites impressionantes, tetos negativos, faces com agarras pequenas e placas cinzentas delicadas.

Leonidio abriga uma comunidade vibrante de expatriados. Enquanto alguns escaladores apenas passam uma temporada, outros, como a família Klassen, decidiram fincar raízes. Aproveitando o mercado imobiliário relativamente acessível, eles conseguiram comprar uma casa e, assim, se qualificar para um visto de investidor.

Se a compra de um imóvel não for uma opção, a Grécia oferece outros tipos de visto. O visto para nômades digitais exige uma renda mensal líquida de aproximadamente R$ 18.000 (3.500 euros). O visto inicial tem duração de dois anos e pode ser renovado uma vez. O custo de vida mensal no país varia entre R$ 5.000 e R$ 10.000.

5. Itália
Foto: Cecilia Lolli / Climbing.

A Itália é um verdadeiro banquete para escaladores. Desde as escaladas em gelo e mistas nas Dolomitas até os pontos ensolarados para deep water soloing no sul—sem esquecer a Sardenha e a Sicília—o país oferece algo para todos os estilos. É possível escalar o ano todo em diferentes tipos de rocha, como calcário, granito, dolomita, arenito e gnaisse.

Um dos destaques é a Pietra di Bismantova, na província de Reggio Emilia. Esse inselberg de arenito exige precisão técnica e paciência daqueles que se aventuram em suas vias. Os escaladores locais costumam dizer que dominar seu arenito escorregadio é um excelente treino para desenvolver habilidades sólidas—se você consegue escalar aqui, pode escalar em qualquer lugar.

Os nômades digitais na Itália precisam comprovar uma renda anual mínima de aproximadamente R$ 128.000 (24.789 euros), além de experiência profissional comprovada ou qualificação (como diploma universitário ou certificação profissional avançada). Também é necessário apresentar comprovante de moradia, seguro de saúde e um histórico criminal limpo nos últimos cinco anos, sem registros de crimes relacionados à facilitação de imigração ilegal. O custo de vida mensal varia entre R$ 7.500 e R$ 12.500.

6. Escócia

Embora o Reino Unido não ofereça um visto específico para nômades digitais, o Standard Visitor Visa permite que visitantes da maioria dos países permaneçam por até seis meses. Em comparação com a Inglaterra, o custo de vida na Escócia é mais acessível. Por exemplo, morar em Edimburgo pode custar entre R$ 10.000 e R$ 12.500 por mês.

As cidades da região central, Edimburgo e Glasgow, são excelentes centros para escaladores. O destaque de Edimburgo é o Edinburgh International Climbing Arena, o maior ginásio de escalada da Europa, com 62 vias guiadas, uma parede de 30 metros de altura, paredes de competição e instalações de boulder em padrão olímpico. A cidade também abriga o The Climbing Hangar, um espaço que combina escalada, varejo e coworking—perfeito para nômades digitais. Glasgow não fica atrás e oferece ótimas estruturas para boulder e escalada com corda, além de falésias próximas ideais para sessões rápidas no fim do dia.

Segundo a entusiasta local Sadie Potter, a Escócia possui alguns dos melhores direitos de acesso à natureza do mundo, incluindo para escaladores. Graças à política de “direito de circulação”, qualquer pessoa pode explorar a maioria das terras públicas e águas interiores do país. Isso significa que acampar selvagem nas Terras Altas escocesas é uma opção para nômades digitais que vivem em vans ou adotam o estilo de vida dirtbag. No entanto, é necessário manter a essência do nomadismo—não é permitido acampar no mesmo local por mais de três noites consecutivas.

A cidade de Inverness é um excelente ponto de partida para explorar as Terras Altas escocesas. Outra base recomendada é Aviemore, que oferece acesso a diversas falésias e uma ampla variedade de vias de escalada no gelo durante o inverno no Parque Nacional Cairngorms.

7. Tailândia
Foto: Reprodução / Climbing.

O visto de turista digital da Tailândia permite que trabalhadores remotos e visitantes permaneçam no país por até 180 dias dentro de um período de cinco anos. Com uma renda mensal entre R$ 6.000 e R$ 10.000, é possível ter uma vida confortável. O serviço de internet é extremamente confiável.

A temporada ideal para escalada na Tailândia ocorre entre novembro e março, durante a estação seca. No sul do país, na província de Krabi, encontram-se os famosos destinos de escalada de Tonsai e Railay Beach. Ambas as áreas são acessíveis de barco e conectadas por uma trilha curta. Juntas, oferecem 700 vias, variando de 4a a 8c+. Nos dias nublados, as falésias voltadas para o sul apresentam condições ideais para escalada.

8. Nova Zelândia

Da escalada em boulders em Castle Hill, ao montanhismo nos Alpes do Sul, até a escalada esportiva em Wharepapa South, a Nova Zelândia tem um dos melhores cenários de escalada do mundo.

Com mais de 800 vias, Wharepapa South oferece escaladas o ano todo em todas as modalidades: tradicional, esportiva e boulder. No verão, os escaladores costumam optar por sessões ao amanhecer ou anoitecer, ou seguir a sombra conforme ela se desloca pelas paredes. No inverno, a escalada atrai entusiastas que aproveitam a fricção aprimorada pelo frio. O ignimbrito, rocha predominante da região, mantém boa aderência mesmo em tempo úmido e seca rapidamente após a chuva. As vias íngremes e os tetos costumam permanecer secos, mesmo durante chuvas leves.

Recentemente, a Nova Zelândia introduziu um Visto de Visitante que permite que nômades digitais e trabalhadores remotos permaneçam no país por até 90 dias sem pagar impostos. Para aqueles que adotam o estilo de vida dirtbag, a melhor notícia é que não há exigência de renda mínima.