Há 159 anos, o oficial inglês baseado na Índia Andrew Waugh recebeu o aviso de que Radhanath Sikhdar havia descoberto a montanha mais alta do mundo. Sem saber, Andrew entraria para a história como o homem que deu o nome ao Everest. Na época, o monte era chamado de Pico XV e sua altura foi computada inicialmente em 8.839,80 metros acima do nível do mar.
Esse pico, desbravado pela primeira vez pelo sherpa Tenzing Norgay e pelo inglês sir Edmund Hillary, já foi escalado por grandes nomes e reúne histórias que fazem dele um dos grandes desafiados do montanhismo. Mas a fama do Everest sempre foi cercada pela polêmica sobre quanto exatamente mede a montanha.
Pesquisadores do Nepal começaram agora um projeto de dois anos para remensurar o Everest, em um esforço para fechar o último capítulo de mais uma discussão entre o país e a China. A altura aceita por grande parte da comunidade internacional é 8.848 metros, ou 29.029 pés. Para a China, cuja fronteira com o Nepal corta a montanha, usa uma figura ligeiramente mais baixa, 8.844 metros, que é baseado na altura da montanha de rocha e ignora uma camada de aproximadamente quatro metros de gelo e neve eternos no topo do Everest.
No ano passado, os dois lados concordaram que o Everest deveria ser reconhecido como tendo 8.848 metros. Mas o porta-voz do governo Nepal, Gopal Giri, disse à agência de notícias AFP que, durante as conversações de fronteira entre os dois países, as autoridades chinesas continuam a utilizar a altura da rocha, não incluindo a neve. "Nós começamos uma nova medição para limpar essa confusão toda. Agora temos mais recursos de tecnologia e podemos medir nós mesmos com mais precisão", disse Gopal.
Em maio de 1999, uma equipe norte-americana usou um GPS para gravar uma altura de 8.850 m – cifra utilizada pela National Geographic Society dos EUA, apesar de não ter sido oficialmente aceita pelo Nepal.
NAS ALTURAS: Nepal vai remensurar o pico mais alto do planta o Everest