Quarteto fantástico

Paisagens paradisíacas, animais selvagens e muita aventura. Isto é só uma pequena parte do que o quarteto brasileiro formado por Eduardo Lima, Telmo Carvalho, João Bandeiras e Andréia Henssler encontrou na Costa Rica Adventure Race, que rolou de 27 de junho a 1 de julho.

Única equipe brasileira a participar da corrida na Costa Rica, a Fortitech Paradofobia Kailash percorreu, em 86 horas, cerca de 530 quilômetros, divididos nas modalidades rafting, bike, trekking, caiaque e técnicas verticais, no percurso entre as cidades de Sarapigui e Manzanillo.


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Apesar de ter enfrentado alguns problemas durante o percurso, a equipe brasileira terminou a disputa em nono lugar e, com o resultado, atingiu o índice para o AR World Championship, marcado para o dia 31 de outubro na Tasmânia, Austrália. De volta da aventura na América Central, a gaúcha Andréia Henssler conversou com a equipe da Go Outside online sobre suas experiências na Costa Rica.

Go Outside – Qual a diferença da corrida na Costa Rica para as que você costuma disputar normalmente?
Andréia Henssler –
Bom, acho que o que mais me chamou atenção durante a prova foi o fato de precisarmos ser praticamente autosuficientes durante todo o percurso. Montávamos e desmontávamos nossas bikes, corríamos atrás de comida e bebida. Não foi nada fácil. Isso sem contar com o enorme desgaste dos trechos concentrados, como nos 68 quilômetros de caiaque e os quase 200 quilômetros de bike. Apesar de tudo isso, foi um orgulho enorme para nós competir em uma etapa mundial lado a lado com as melhores equipes do planeta.

Go Outside – Qual foi a maior dificuldade que vocês encontraram durante o percurso?
Andréia –
Em certo trecho da prova, fomos obrigados a diminuir um pouco o ritmo em virtude da desidratação de um dos nossos atletas que, muito cansado, precisou tomar soro fisiológico para conseguir se manter na disputa. Como equipe, nos ajudávamos o tempo todo, e foi isso que nos deu força para chegar até o fim.

Go Outside – Houve alguma passagem curiosa durante o desafio?
Andréia –
De certa maneira, todas as passagens curiosas no percurso até Manzanillo envolviam a fauna e flora local. Logo que chegamos, fomos alertados sobre a grande quantidade de espécies de serpentes que poderiam cruzar nosso caminho durante a travessia. Os rios, mais ao sul, eram habitados por crocodilos e, durante a noite, éramos o prato predileto dos mosquitos da região. Fora isso, deparamos ainda com plantas urticárias, sapos, macacos e um mar muito bravo, com ondas capazes de virar um caiaque com facilidade, sem falar de um dos nossos pontos de encontro, o ainda ativo vulcão Turialba.