Ironman: dá-lhe Brasil na Coréia

Por Nina Keller

Do outro lado do planeta. A dupla de paulistanos Sidney Togumi e Eduardo Sarhan foram os únicos brasileiros a marcar presença em uma das mais desgastantes provas do circuito Ironman mundial, o Ironman Korea.


SORRISO NO ROSTO: Sarhan e Sidney Togumi não escondem a empolgação pelo feito

Disputada na ilha de Jeju, na Coréia do Sul, no último dia 3, a prova tem um percurso de grande dificuldade técnica, além de contar com peculiaridades como a presença de veículos de passeio e caminhões dividindo a pista com os atletas durante os 180 quilômetros no trecho de ciclismo.

Enquanto Eduardo Sarhan teve de abandonar a prova em virtude de um acidente que furou seu par de pneus, Sidney Togumi completou o desafio em 11h50min. Ainda muito desgastada depois da maratona no final de semana, a dupla conversou com a equipe da Go Outside online e falou um pouco mais sobre o evento na Coréia do Sul.

Go Outside: O que motivou vocês a se inscreverem em um Ironman do outro lado do mundo?
Sidney Togumi:
Fiquei muito motivado com a oportunidade de conhecer um novo país e uma nova cultura, além de fazê-lo na companhia do meu grande amigo e triatleta Eduardo Sarhan. Ele é muito experiente em provas internacionais e esta foi minha primeira experiência fora do Brasil.
Eduardo Sarhan: Eu precisava de algo novo em meu currículo. Já tinha corrido o Ironman no Brasil e a ideia de repetir a dose não me agradava. Apesar de já estar inscrito na prova brasileira, decidi pesquisar um pouco sobre o evento na Coréia e me convenci de que aquela seria “a prova”. Muito mais sobrevivência do que desempenho.

Go Outside: Como é a preparação para este tipo de prova? O que vocês mudaram no seu treino rotineiro?
Sidney Togumi: Participei há quatro semanas atrás do Ironman Brasil 2011 e desde então venho buscando manter o ritmo, dividindo meu tempo entre as três modalidades, sempre tomando muito cuidado para não me desgastar em excesso. Tanto no ciclismo quanto na corrida, o foco nos treinos foram as subidas e descidas de longas distâncias.
Eduardo Sarhan: Como já estava inscrito para o Ironman no Brasil, fiz toda a base com a galera que ia competir em Floripa. Quando contei ao Emerson (técnico) da minha decisão de competir na Coréia, meus treinos mudaram um pouco. Passei a me dedicar mais à resistência do que à velocidade e acrescentei um pouco de musculação a minha rotina diária. Não tínhamos idéia do que eu encontraria pela frente.

Go Outside: Quais são as principais dificuldades do Ironman Korea e no que ele se diferencia das provas que vocês costumam fazer?
Sidney Togumi: Este é considerado o Ironman mais difícil da Ásia em razão da grande variação de altitudes tanto no percurso de ciclismo quanto no percurso da corrida. Outros obstáculos são a velocidade do vento durante o trecho de bike e a umidade do ar, que gira em torno de 85%. As temperaturas variam de 25º a 30º C. É uma prova bem diferente do Ironman Brasil, que tem um percurso muito rápido praticamente em todas as modalidades (natação, corrida e ciclismo).

Go Outside: Eduardo, o fato de você não ter conseguido terminar a prova serve de motivação para retornar à Coréia no futuro?
Eduardo Sarhan: Para mim essa prova é um assunto mal resolvido. Vou treinar forte para voltar ano que vem e terminar a prova. Estava muito bem até o acidente com os pneus, e esse imprevisto só me dá mais força para me dedicar a essa prova novamente.







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