Foram 5.000 quilômetros, dois desertos e um total de 12 estados percorridos de bicicleta em menos de 11 dias. A conquista, novo recorde latino-americano, pertence ao santista Claudio Clarindo que, no último dia 28, terminou a Race Across America (RAAM), um dos maiores desafios sobre duas rodas do planeta. Na classificação geral, ele ficou na décima segunda colocação, igualando sua marca de 2009.
Disputada anualmente nos EUA, a maratona reúne centenas de atletas dos quatro cantos da Terra dispostos a atravessar o continente norte-americano de costa a costa, partindo do estado da Califórnia (extremo oeste) para chegar a Annapolis (extremo leste).
SUANDO A CAMISA: Durante o RAAM, Clarindo correu, em média, 470 quilômetros por dia
Ainda se recuperando da extenuante travessia, Cláudio Clarindo conversou com a equipe da Go Outside online e comentou sua participação em uma das provas mais desgastantes do ciclismo mundial.
Go Outside – Como você avalia seu tempo e colocação na prova? Go Outside – Qual foi a sua maior dificuldade durante a RAAM? Em que trecho da prova? Go Outside – Quantos quilos de equipamento você estima ter carregado durante a competição? Você tinha uma equipe pra te ajudar? Quantas pessoas? Go Outside – Você tem planos de voltar a disputar a RAAM? Confira abaixo o trailer do filme CLR Cycling Team, projeto que contará um pouco da história de Claudio Clarindo e sua equipe ao longo dos cinco mil quilômetros da RAAM:
Claudio Clarindo – No geral, acho que fui muito bem. Se, em 2009, tivesse fechado a prova em 10 dias e 15 horas, estaria entre os cinco primeiros. A disputa só vem crescendo com o passar dos anos, e para mim é uma honra ser o décimo segundo em uma prova que é considerada por muitos como a mais difícil do ciclismo mundial. Agora é correr atrás de mais patrocinadores para que, daqui para frente, eu possa brigar de igual para igual com os ciclistas de ponta da RAAM.
Clarindo – Com toda a certeza, minha maior dificuldade foi no percurso noturno em West Virginia. Eu estava muito debilitado e as subidas naquele estado parecem intermináveis. Pensei seriamente em abandonar a prova, mas estava muito perto do final. Agradeço muito a minha equipe que sempre acreditou em mim e me incentivou durante todo o percurso. Sem eles, provavelmente, não teria superado aquela noite difícil.
Clarindo – Bom, na verdade, não foram muitos. Levei apenas dois pares de rodas que, inclusive, foram providenciais. Meu pneu traseiro furou durante uma descida e na freada deformei completamente a minha roda. Agradeci muito pelo par reserva. A equipe que me seguiu e me ajudou muito durante essa maratona é composta por seis pessoas: Fabio Goulart, Japão Carvalho, Alberto Neto, Toninho Pinheiro, Leonardo Santos e Elisabete Pereira. Devo muito a eles!
Clarindo – Por mim, voltaria a disputar a RAAM sempre. No entanto, competir na categoria solo demanda um intenso planejamento que pode ultrapassar até um ano. Mas o futuro a Deus pertence, né? Quem sabe um dia!