Selecionamos seis destinos no Brasil para você curtir nos próximos meses. Confira:
Vale do Café (RJ)
A região do Vale do Paraíba Sul fluminense já foi responsável por produzir cerca de 75% do café do mundo. E é dessa época, a segunda metade do século 19, que o local guarda suas principais atrações: fazendas coloniais e mansões de barões do café. São 15 cidades que compõem a rota, a cerca de 120 km do Rio de Janeiro. Em Miguel Pereira, um dos municípios mais altos da região, o turista pode desfrutar do clima de montanha, além de trilhas na mata. Em julho, o Festival Vale do Café leva concertos e shows até as fazendas da região.
Aparados da Serra (RS)
Conhecido como a Terra dos Cânions, o Parque Nacional Aparados da Serra fica no município de Cambará do Sul e se tornou famoso por suas formações rochosas, que mais parecem rasgos na terra. As principais atrações são os cânions de Itaimbezinho e Fortaleza. O primeiro tem profundidade de até 700 metros, com uma fenda estreita – é um dos maiores das Américas. O Fortaleza ganhou esse nome por suas paredes que parecem muralhas. Tem 2.000 metros de largura e uma altitude de 1.240 metros acima do nível do mar.
O parque é recheado de trilhas na parte alta dos cânions, que levam a mirantes e cachoeiras. Passeios de bicicleta ou a cavalo são bastante populares. Para os mais aventureiros, a Travessia dos Aparados passa pelos cânions selvagens do parque: realengo, Boa Vista, Coxilha, monte Negro, Cruzinha e Tigres, com uma caminhada de três dias, feita em campos de altitude. É comum nas trilhas menos visitadas encontrar animais da fauna local, como o guaxinim e o veado-campeiro.
Serra dos Órgãos (RJ)
Berço do montanhismo no Brasil, a Serra dos Órgãos reserva 200 km de trilhas em meio à mata atlântica preservada – a maior rede de trilhas do país. Tudo isso a 90 km da capital fluminense. Para quem quer pegar mais leve, a Trilha Suspensa corre por um tablado a até oito metros do chão, o que dá uma visão privilegiada das copas das árvores. O poço do Castelo e o poço Dois Irmãos ficam bem próximos à entrada do parque e são ideais para um banho de rio sem dificuldades. A cachoeira Véu da Noiva é bastante popular no parque. Por uma trilha de 3 km, uma hora e meia de caminhada moderada, chega-se a uma queda d’água de mais de 30 metros de altura.
Para quem quer se aventurar bem mais a fundo, a tradicional travessia Petê-Terê, que liga Petrópolis a Teresópolis, com 30 km, pode ser conquistada em três dias de caminhada. O percurso conta com trechos de escalada, por isso é altamente recomendada a contratação de um guia. No trajeto, passa-se pela Pedra do Sino, o ponto mais alto da serra. À noite, com tempo aberto, é possível ver o Rio de Janeiro no horizonte. Para quem é da escalada, o Dedo de Deus é considerado uma das primeiras vias do país a ser conquistada, em 1912. A Agulha do Diabo tem fama mundial, sendo uma das 15 melhores escaladas em rocha do mundo. Para fazer a travessia, as trilhas da parte alta do parque e acampar, é obrigatório comprar ingresso com antecedência para reservar seu lugar, já que essas atrações têm número limitado de vagas.
Sete Cidades (PI)
Você já deve ter ouvido falar no “irmão” famoso, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Mas Sete Cidades, a 206 km da capital Teresina, também merece a visita, além de ter logística mais fácil. O nome é uma referência às torres em arenito esculpidas por vento, chuva e calor, que abrigam pinturas rupestres milenares. Cada “cidade” possui formações com nomes próprios, como Arco do Triunfo, Piscina dos Milagres e Pedra das Inscrições, com enigmáticos rastros arqueológicos.
O cerrado com manchas de caatinga é pontuado por nascentes e rios encachoeirados. Nos espelhos d’água das piscinas e lagos naturais, as ninfeias deixam a paisagem ainda mais bonita. Do centro de visitantes, são 12 km abertos à exploração, que podem ser feitos a pé, de bike ou de carro. É possível se hospedar em Piripiri, a 26 km da portaria do parque por estrada asfaltada. Ao lado da portaria, fica o Hotel Fazenda Sete Cidades, que conta com quartos simples e restaurante.
Emas (GO)
Que tal um safári sem sair do país? Vá para o Parque Nacional das Emas, em Goiás. Com fácil acesso de ônibus, as cidades mais próximas são Mineiros e Chapadão do Céu. Cerca de 350 km de estrada estão liberados para passeios autoguiados em carro próprio ou ônibus para observação de espécies do cerrado, como tamanduá-bandeira, ema, anta, veado-campeiro, raposa e lobo-guará – só de mamíferos são 85 espécies. O safári tem um detalhe especial: é permitido descer e fazer trilhas curtas a partir da estrada em diversos pontos.
Entre outubro e novembro, você pode dar a sorte de presenciar o fenômeno noturno da bioluminescência nos cupinzeiros, quando ovos de vagalume eclodem, emitindo luzes verdes-brilhante. Nossa savana tem ainda outra enorme vantagem: rios como o Formoso, que contam com agências que oferecem rafting e boiacross nas suas corredeiras, e a Prainha, ponto tranquilo para curtir e tomar banho de cachoeira. A Corredeira da Usina, a cerca de 5 km de Chapadão do Céu, na Fazenda Rancho Azul, também possui rafting com boas quedas d’água.
Terra Ronca (GO)
Em São Domingos, na divisa entre Goiás e Bahia, a 400 km de Brasília, fica um dos maiores conjuntos de cavernas do Brasil, no Parque Estadual Terra Ronca. São mais de 300, mas só 49 estão abertas para visitação; outra parte delas pode ser acessada apenas por espeleólogos profissionais.
Das 30 maiores cavernas do Brasil, o Terra Ronca guarda sete. O roteiro turístico mais popular costuma se concentrar em três: Terra Ronca I e II, Angélica e São Mateus. A primeira é cortada pelo rio da Lapa e dividida em duas partes por um desabamento do teto ocorrido milhares de anos atrás. Uma das entradas tem uma abertura de quase cem metros. É preciso atravessar o rio para chegar à outra parte. Chamam a atenção os imensos salões, com formações calcárias pendendo do teto. Já a São Matheus é a terceira mais longa do Brasil, com 25 km. O acesso é um pouco mais exigente, mas compensa pelo visual. Além das estalactites, delicadas flores de calcita, que parecem corais de sal, se formam na parede e no chão.
A Angélica é considerada uma das mais belas do parque, com fácil acesso. No Salão dos Espelhos, a água rasa no fundo reflete os espeleotemas do teto, um show à parte. Para quem quer um pouco mais de desafio, na caverna São Bernardo se faz a maior parte do caminho dentro do rio. É lá que estão o Salão dos Canudos, com formações calcárias muito finas, da espessura de canudos plásticos, e o Salão das Pérolas, onde as rochas formadas no chão lembram pérolas redondas e brilhantes. É aconselhável ir sempre com um guia experiente, que você pode contratar em São Domingos.