A higiene a boa saúde bucal é muito importante e todo mundo já sabe. Mas o que você provavelmente desconhece é que há várias informações incorretas ou distorcidas acerca da saúde de sua boca.
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Por isso, com base nas orientações da Dra. Kamila Godoy, dentista, membro da Associação Brasileira de Ortodontia e pesquisadora da Faculdade de Odontologia da USP; explicamos os 6 principais mitos sobre a saúde bucal:
Mitos perigosos sobre a saúde bucal:
1 – Bicarbonato de sódio ajuda a clarear os dentes
Certamente, você já ouviu dizer que o bicarbonato clareia os dentes. Mas não é verdade. “O produto nunca deve ser usado para o clareamento dental, pois, por ser muito abrasivo, pode provocar desgaste no esmalte dos dentes”, afirma Kamila.
De acordo com a profissional, o bicarbonato de sódio só pode ser utilizado pelo dentista, com o objetivo de realizar uma limpeza nas superfícies dos dentes. Além disso, é uma substância com uma quantidade que apenas o especialista sabe dosar.
2 – O dente siso sempre deve ser extraído
Os sisos podem causas incômodo em muitas pessoas, inclusive durante a mastigação. Entretanto nem sempre há indicação da extração. “Se eles não prejudicam o paciente e sua arcada dentária, não há motivos para se submeterem a uma cirurgia”, diz Kamila Godoy.
A retirada só é indicada em alguns casos, como na disfunção do movimento que o dente faz até sua posição funcional, embaixo da gengiva. “Se o siso ficar preso no osso ou parar a erupção, pode ocorrer o que chamamos de ‘quadro de dente irrompido’, sendo necessário o acompanhamento com um profissional especializado”.
3 – Enxaguantes bucais podem substituir a escovação
O enxaguante bucal é um item que apenas complementa a higiene da boca. A dentista explica que o enxaguante fluoretado, por exemplo, é ótimo para quem tem um índice significativo de lesões cariosas, alterações hereditárias de esmalte ou sensibilidade dentária, além de auxiliarem contra a perda mineral dos dentes. “Mas seu uso exige indicação e orientação, pois pode provocar manchas de fluorose, principalmente em crianças, ou até toxicidade”, pontua Kamila Godoy.
A orientação é utilizar o antisséptico bucal duas vezes ao dia, mas não substitui a higiene mecânica. “Passe o fio dental, faça a escovação e finalize com o enxaguante. Use a tampinha até a medida indicada (em geral, 20 ml) e faça o bochecho durante um minuto. Tome cuidado com a ingestão, pois pode causar enjoo ou diarreia, e não lave a boca após a sua utilização para não reduzir o efeito”.
4 – Escova com cerdas duras limpam melhor
Mais um mito perigoso. As escovas indicadas são as de cerdas macias ou ultramacias, e de cabeça pequena. Isso porque a escovação deve massagear a gengiva, sem agredi-la. Quando aplicada muita força, a gengiva pode se retrair e desgastar o esmalte.
“Além de dentes e gengiva, vale lembrar a importância de escovar também a língua e os tecidos próximos, já que nessas regiões há grande concentração de bactérias que causam o mau hálito”, ressalta a dentista.
5 – Chiclete sem açúcar é bom contra as cáries
As cáries surgem como resultado de uma higienização precária, com uso incorreto da escova de dente, fio dental e enxaguante bucal. Bem como podem causar dor e até mesmo a perda de dentes. Mas há quem indique o chiclete sem açúcar como prevenção da cárie, o que é um erro muito grave.
De acordo com Kamila, o chiclete sem açúcar está longe de ter essa função, ainda que não cause cáries. Pior: a mastigação constante de chiclete pode levar a uma fadiga nos músculos de abertura e fechamento da boca, gerando problemas na articulação têmporo-mandibular (ATM) e originando ou acentuando o bruxismo.
6 – Quanto mais creme dental, melhor a higiene bucal
Desconsidere se alguém te disser que quanto mais pasta na escova, melhor a limpeza dos dentes. Pois, a quantidade necessária de creme dental ocupa o sentido transversal da escova em sua totalidade. Mais do que isso, é apenas desperdício, além do perigo de engolir constantemente o produto.
“Fique atento às informações que chegam até você. Muitas delas são infundadas e podem prejudicar sua saúde bucal e, consequentemente, sua saúde como um todo. Só quem pode indicar tratamentos para cáries, tártaro, mau hálito ou qualquer tipo de problema bucal é o profissional de odontologia, de preferência, que seja muito bem qualificado”, finaliza Kamila Godoy.