Feliz esporte novo!

Chega de ficar só na promessa de réveillon: aproveite a deixa e comece o ano se lançando em uma nova modalidade. Para te ajudar no primeiro passo, montamos um super guia para iniciantes em cinco esportes, com dicas valiosas de equipamentos, treinos, lugares e, claro, aquele toque de quem manja muito. Agora é com você!

Por Fernanda Beck

SKATE

Antes de achar que você será o próximo Bob Burnquist, comece escolhendo em qual tipo de skate você quer deslizar: os shapes tradicionais ou freestyle têm rodas menores e mais duras que facilitam as manobras; os cruisers, mais curtinhos, são bons para rolês urbanos; e os longboards nasceram para as descidas e para a velocidade, com rodas macias que grudam no asfalto e contribuem para a estabilidade e a firmeza sobre a prancha.

O skate é (e sempre será) um esporte democrático, que aceita qualquer tipo físico. Mas pegue leve no começo, encontre seu equilíbrio e não tenha vergonha de usar equipamentos de proteção.

PALAVRA DE MESTRE: “Quem vai começar a andar de skate tem que estar preparado para as pancadas e os tombos que, naturalmente, virão. Joelheiras e capacete são indispensáveis – quem está começando também deve considerar o uso de wrist guards, aqueles protetores para os pulsos. O ideal é procurar um lugar tranquilo, como um parque, e começar a praticar remadas e cavadas (curvas suaves) para os dois lados, até sentir mais segurança e controle.”

– Juliano Cassemiro, vice-campeão brasileiro de skate downhill na categoria máster.


CAI, MAS LEVANTA: "Pancadas e tombos virão", avisa Juliano Cassemiro aos
iniciantes. (Foto:Shin Shikuma).

EQUIPE-SE:

Skate Diamond Supply Co Life, R$ 805; diamondsupplyco.com

Skate Dusters Doors Music’s Over, R$ 670; kanui.com.br

Capacete Bob Burnquist; R$ 100, decathlon.com.br

Joelheira Bullet Black; R$ 120, monstersports.com.br

Cotoveleira Bullet Black Elbow, R$ 90; monstersports.com.br

Wrist guard Fila Fitness; R$ 50, monstersports.com.br

EXPERIMENTE:

SÃO PAULO

> Cavepool. Inaugurada em agosto, no bairro do Butantã, a escola tem um bowl inspirado em piscinas californianas e oferece aulas de skate de segunda a sábado. A sessão (sem professor) custa de R$ 25 a R$ 30 dependendo do horário, e o pacote mensal de quatro aulas sai por R$ 170; cavepool.com.br

> Praça Roosevelt. Famoso ponto de encontro da galera do skate paulistano, é ideal para quem quer treinar manobras e assistir quem já sabe o que faz. Entre as ruas Consolação e Augusta, próxima à estação República do Metrô.

RIO DE JANEIRO

> Núcleo Escola de Skateboard. Fundado em 2013, tem três unidades espalhadas pela cidade, com halfpipes, corrimões e obstáculos. Oferece aulas e empréstimo de equipamento para iniciantes. Pacotes mensais de aulas saem a partir de R$ 70 (duas vezes por semana); nucleoskate.com

> Aterro do Flamengo. No meio do parque do Flamengo, há uma variedade de rampas e corrimões para quem quer arriscar manobras mais ousadas.

BELO HORIZONTE

> Blunt Skate Park. Pista coberta, com funbox, corrimão, micro-ramp e caixotes, tudo feito de madeira. Também tem área para prática de street; R$ 14 por um período de duas horas ou R$ 25 a diária; blunt.com.br

> Bowl da praça Anchieta. Construído em 1980, é um point clássico do skate mineiro. Com bowls e paredes, é bom para treinar técnicas verticais.

MOUNTAIN BIKE

Se você já curte pedalar, mas começou a se cansar dos rolês planos na cidade, dê uma chance ao mountain bike. Os terrenos mais íngremes e acidentados vão despertar músculos que você nem conhecia – sem falar que o contato com a natureza é muito maior e a adrenalina corre solta.

Como o esporte costuma ser praticado em lugares mais isolados, é bom adquirir conhecimento básico de mecânica de bike e andar sempre com um kit de reparos, caso precise fazer algum conserto durante o trajeto. Um bom equipamento faz toda a diferença e inclui desde bike mais robusta, com pneus largos e cravos, a óculos para proteger os olhos contra galhos e insetos e um capacete arejado e resistente. Mas na hora de encarar as pirambeiras não tem milagre, é com você. Fique tranquilo, pois a recompensa virá em dobro nas descidas e na gostosa sensação do fim do pedal.

PALAVRA DE MESTRE: “O grande barato do mountain bike é que você pode praticá-lo em qualquer nível, basta adaptar a distância e a velocidade. A dica é pedalar com pessoas que estejam nas mesmas condições que você. Se estiver começando, não compre as bicicletas mais leves e caras. É melhor optar por algo mais robusto, que não quebre fácil. Comece em terrenos mais fáceis, não tão íngremes, e vá aumentando a dificuldade aos poucos. A melhor parte é estar na natureza. É um exercício de auto-reflexão.” – Hans Becking, ciclista holandês, campeão da Brasil Ride 2014.


PALAVRA DE PRÓ: Começar no mountain bike em terrenos fáceis é a dica do
holandês Hans Becking. (Foto: John Stapels).

EQUIPE-SE:

Caloi T-Type, R$ 1.200; caloi.com.br

Alite 350 2013, 24 velocidades, R$ 1.700; moemabike.com.br

Capacete Full Face THH T-42, R$ 430; impactbike.com.br

Bermuda ASW Extreme, R$ 140; impactbike.com.br

Luva Mavic Espoir, R$ 110; bikeworks.com.br

EXPERIMENTE:

> Zoom Bike Park. Desenhado para diversas atividades ao ar livre, o parque fica na zona rural de Campos do Jordão (SP) e oferece 20 quilômetros de trilhas para mountain bike sinalizadas e de diferentes níveis. É possível alugar bikes no local, mas para fazer trilhas de mountain bike mais técnicas é melhor levar sua própria bicicleta. De R$ 75 a R$ 95 a diária do passeio.

> Terra na Veia Adventure Park. A 20 quilômetros de Fortaleza, oferece 18 quilômetros de singletracks, rampas e estrados. Abre apenas nos finais de semana. R$ 10 pelo ingresso, e aluga bikes por R$ 15/hora; terranaveia.com.br

ESCALADA

Há um bom tempo a escalada já deixou de ser um esporte adorado somente por outsiders barbudos. Os grandes ícones da atualidade, aliás, são mais midiáticos e com rostos simpáticos, como o norte-americano Alex Honnold e a “garota-fenômeno” nipo-americana Ashima Shiraishi. Você não deve alcançar o nível deles tão cedo, mas pode se inspirar em seus feitos para finalmente fazer as primeiras investidas na rocha.

Seja em ambientes fechados ou ao ar livre, a popularização da escalada fortaleceu os ginásios de treino e ajudou a baratear os equipamentos. Para quem está chegando agora, o ideal é fazer um curso e entender um pouco mais sobre os muitos aspectos técnicos do esporte. A modalidade exige bastante do corpo, mas é possível se divertir muito desde o início, mesmo sem muito conhecimento técnico.

PALAVRA DE MESTRE: “A escalada tem diversas modalidades, com diferentes graus de envolvimento, treinamento e risco. Basta escolher algo que você se sinta apto a tentar. Se eleger, por exemplo, o boulder ou a escalada esportiva, treinos regulares, de duas a quatro vezes por semana, são recomendados para uma evolução rápida. Para modalidades como a escalada tradicional e de grandes paredes, são necessários experiência e domínio psicológico, que em geral levam alguns anos para serem atingidos. Após um curso de escalada em rocha, procure um ginásio de escalada indoor para melhorar o condicionamento e o repertório de movimentos. Não se esqueça de pesquisar bem antes de começar a comprar equipamentos para não gastar dinheiro à toa.” – Eliseu Frechou, escalador e guia de montanha.


HOMENS DE PEDRA: Aula de montanhismo no curso ministrado pelo escalador Eliseu Frechou
(Foto: Divulgação Eliseu Frechou).

EQUIPE-SE

Sapatilha Resilience II Snake, R$ 252; snake.com.br

Cadeirinha Aerada UIAA, R$ 270; conquistamontanhismo.com.br

Cadeirinha Petzl Luna (feminina); R$ 492; spelaion.com

Saco de magnésio Light Conquista, R$ 42; conquistamontanhismo.com.br

Carbonato de magnésio Chalk Ball 56g, R$ 19; 4climb.com.br

EXPERIMENTE:

> Casa de Pedra. Ginásio de escalada e academia referência em São Paulo, com possibilidade de diária única, incluindo aluguel de equipamento; R$ 60; escaladaindoor.com.br

> 90 Graus. Oferece cursos e acompanhamento para praticantes de escalada esportiva na capital paulista. Diária de R$ 33, com aluguel de equipamento disponível à parte: R$ 6 (cadeirinha) e R$ 8 (sapatilha); 90graus.com.br

> Montanhismus Escola de Escalada. Cursos básicos e avançados de escalada em rocha, ministrados em São Bento do Sapucaí, a partir de R$ 600; montanhismus.com.br

> Rokaz. Ginásio de escalada em Belo Horizonte (MG) para iniciantes e iniciados. R$ 29 a diária com o aluguel de equipamento, ou R$ 26 sem equipamento; rokaz.com.br

> Primata. Além de ginásio de escalada, o Primata, de Brasília (DF), oferece cursos de ascensão em rocha; primataescalada.com.br

> Via Aventura. Uma parede indoor gigante marca presença nessa academia de Curitiba (PR), onde é possível fazer os primeiros movimentos em escaladas guiadas; viaaventura.com.br

SURF

O surf é um esporte que exige persistência. Muitos caldos e vacas te esperam dentro d’água, mas não desanime: há cada vez mais escolas espalhadas pelo Brasil, e muitos modelos de pranchas são feitos especialmente para quem está começando. Chegou a hora de levantar da areia e matar a vontade de deslizar sobre as ondas.

PALAVRA DE MESTRE: “Para começar a surfar não existe limite de idade, basta querer. É bom estar em forma, mas, se não for o caso, não se preocupe tanto, pois o próprio esporte se encarrega disso. Remar com a força dos braços costuma ser o maior problema para os iniciantes, pela postura e pelos movimentos repetitivos – a lombar e os ombros são muito castigados no começo, mas vale o sacrifício. No começo, é melhor usar uma prancha grande, que oferece mais estabilidade e flutuação. As de espuma são muito indicadas e também machucam menos em caso de alguma pancada. O surf não oferece mistérios, é só ter força de vontade e não desanimar.” – Biel Garcia, free surfer carioca.


VAI COM TUDO: Tenha força de vontade, aconselha o free surfer Biel Garcia. (Foto: Igor Hossman).

EQUIPE-SE:

Prancha de surf de espuma 100 8’ Tribord, R$ 700; decathlon.com.br

Prancha Santa Cruz Pumpkin Seeds Jimbo Gremlin, 5’6” a 6’6”; R$ 1.785; kanui.com.br

Prancha Tropical Brasil Fun, 7’2” a 7’5”; R$1.390, tropicalbrasil.com.br

Camisa lycra Snap Mormaii, R$ 250; mormaii.com.br

Long john Gooru Zen Zip Full, R$ 440; oneillshop.com.br

EXPERIMENTE:

> Escola Surfistas para Sempre. Disponibiliza pranchas de espuma com quilhas de plástico para iniciantes em aulas particulares com duração de uma hora a partir de R$ 80. Praia de Pernambuco, no Guarujá (SP); surfistasparasempre.com

> Escolinha de Surf Evandro Santos. Oferece aulas em grupo e individuais, além de aluguel de equipamentos. Organiza surf trips e surf camps. Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC); escolinhadesurf.com

> Surf Rio. Na Praia do Arpoador, oferece aulas de iniciação com equipamento incluso. As aulas particulares individuais saem por R$ 100/hora e devem ser agendadas; surfrio.com.br

KITESURF

O kitesurf tem entre suas principais mecas o Nordeste do Brasil, o que deixa nosso país muito bem posicionado na modalidade. O vento forte e constante que caracterizam as praias nordestinas costuma atrair praticantes do mundo todo, mas não é apenas nessa faixa do litoral que o kitesurf é bem-vindo por aqui. Há escolas espalhados pelo país inteiro. Apesar de o investimento inicial ser alto, pois é necessário ter aulas antes de domar a pipa, quem aprende os macetes não costuma largar a modalidade tão cedo.

PALAVRA DE MESTRE: “Diferentemente do que se pensa, não é preciso ser muito forte para praticar kite, pois o tamanho da pipa sempre estará de acordo com o peso da pessoa. Para se divertir com kitesurf é indispensável ter noção de espaço, de vento e de mar. Sempre recomendo ter aulas e aprender o mínimo sobre o kite antes de velejar; pode ser muito perigoso lançar-se ao mar sem nenhum preparo. O kit básico é composto por prancha, barra, trapézio, pipa e bomba de inflar. No início é bom sempre ir acompanhado, já que a falta de incentivo quando se está no começo pode ser muito desanimadora.” – Bruno Bordovsky, bicampeão brasileiro de kitewave.

EQUIPE-SE:

Bruno Bordovsky sugere que iniciantes comecem comprando equipamentos usados. Alguns fóruns online são ideais para isso:

> kitenatal.com.br/equipamentosavenda;

> boardsports.com.br/classificados;

> kitesurfmania.com.br/classificados.asp;

Se você preferir adquirir produtos novos, procure lojas especializadas como a Hi Winds Rio (hiwindsrio.com.br), da Barra da Tijuca (RJ), ou a Naish (naish.com.br), de Ilhabela (SP).

EXPERIMENTE:

> Kite is Cool. A escola de Jericoacoara (CE) oferece pacotes de aulas individuais ou em duplas a partir de R$ 285 (para três horas, dois alunos por instrutor, com aluguel de equipamento incluso); kiteiscool.com

> Kitecenter Fortaleza. O curso básico de kitesurf na capital cearense, com oito horas de duração, sai por R$ 800. As aulas rolam na praia do Futuro e nas lagoas da Prainha ou Tabuba; kitecenter.com.br

> Trust Escola de Kite. Na praia de Pirangi do Norte (RN), essa escola oferece aulas a partir de R$ 75 por hora, além de aluguel e venda de equipamentos; kitenatal.com.br

> Kite e Surf. Localizada em Genipabu (RN), tem cursos completos e aulas avulsas, cobradas por hora. Também conta com sede na praia de Ibiraquera, em Imbituba (SC); kiteesurf.com

> Upwind. Clube e escola de wind, kite e stand-up paddle, na praia Seca, em Arraial do Cabo (RJ), upwind.com.br

> Drop Vertical. Localizado no Posto 6 na Barra da Tijuca, oferece aulas individuais e em grupo (preços sob consulta); dropvertical.com.br

> Kite Point Guarapiranga. Com uma área reservada na represa paulista, ministra aulas teóricas (R$ 150 por pessoa) e práticas (R$ 200 por aula); kitepointsp.com.br







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