Por Ann Wycoff NÃO DAVA PARA EVITAR: Harrison Ford pela quarta vez no cinema como Indiana Jones. No filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (lançados nos EUA em maio e no Brasil em junho) nos deixou com os olhos cheios d’água – e não por vergonha alheia, como sentimos quando Sylvester Stallone colocou sua bandana para mais um Rambo [lançado em janeiro desse anos nos EUA].
Aos 65 anos de idade, o embaixador mais velho da aventura ainda não usa dublês (seu treinador de longa data, Jamie Milnes, diz “Ele engata a primeira e vai embora”). Nos encontramos com Ford para conversar sobre ferimentos em batalhas, condicionamento físico e como ele desafia a natureza.
Go Outside: Você ainda se pendura em cipós neste filme?
Ford: Há muitas cenas físicas no filme e tento fazer todas que posso, principalmente quando há um aspecto emocionante. Sem isso, os dublês chamam muita a atenção para eles. Tenho bom senso para controlar os riscos. Sem contar que tenho um prazer secreto para fazer coisas esquisitas, que nunca mais vou ter a chance de fazer.
Como o que, por exemplo? Você alguma vez já se machucou?
As vezes que me machuquei não poderiam ter sido evitadas. Você não pode prever o que acontecerá com a sua virilha ao montar num elefante, ou que depois de mês e meio você estará numa clínica em Londres, com um médico aplicando anestesia no local para que você possa voltar ao trabalho na segunda-feira.
O que você tem feito para ficar em forma?
Me preocupo menos com a performance e mais com o meu condicionamento em geral, com um treinamento de força intensa [core strenght] e com o fortalecimento dos ossos – a saúde em geral de meu corpo. Gosto de malhar como fazia quando eu tinha 40 anos, com a ilusão de que isso fará diferença.
Ficar em Wyoming [estado norte-americano onde o ator tem uma propriedade] com certeza também não faz mal à sua saúde.
Tenho um filho de sete anos estudando em Los Angeles e Calista [Flockhart, também atriz e sua esposa] trabalha lá. Mas vamos para Jackson Hole sempre que podemos. Pedalo mountain bike nas trilhas dentro da minha propriedade – é um ótimo refúgio. Tem riachos onde adoro pescar. A melhor coisa é que moro onde as trutas também moram.
Como você acabou interpretando Jethro, o motorista de ônibus do curta-metragem sobre snowboard Water to Wine [EUA, 2004]?
Fui chantageado por meu filho Malcon, que tem 21 anos e estava intimamente envolvido com aquela tribo de rebeldes que fizeram e estrelaram o curta-metragem.
E você, manda bem no snowboard?
Comecei a praticar snowboard depois de estourar meus joelhos esquiando. Depois, rompi os tendões do ombro no snowboard. Então, agora gosto de ficar em casa no inverno [risos]. Na verdade, ainda amo praticar cross-country esqui.
Suas empreitadas te inspiraram a trabalhar com a Conservation International [conservation.org]?
Queria fazer uma retribuição social. Tive sorte e ganhei muito dinheiro com a indústria do cinema. Depois descobri o prazer de proteger o meio-ambiente no lugar de apenas desfrutá-lo.
Fiquei sabendo que há uma formiga da América Central, a Pheidole harrisonfordi, que recebeu esse nome em sua homenagem. Como você conseguiu isso?
Pague umas bebidas ao Edward O. Wilson, líder mundial dos especialistas em formigas.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de junho de 2008)
EM FORMA: O sessentão Harrison Ford como Indiana Jones pela quarta vez
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