Jornada de lazer

Por Mariana Sgarioni

Ilustrações por Mr. Guache / Berno

Quem tem o tempo e a energia pra pagar as contas, ir atrás de seus sonhos e fazer do mundo um lugar melhor? Você. Claro, não é fácil. Mas achamos alguns exemplos inspiradores, algumas idéias e um punhado de ferramentas para te ajudar a explorar a aventura da vida.

TRABALHANDO PARA SEMPRE

Pessoas que se comprometeram com uma causa – e as lições que eles podem nos ensinar

Acontece com os melhores de nós. Em algum lugar entre os anos do “tudo é possível” — quando o futuro se estende à nossa frente como um convite infinito à aventura — e a realidade, nossos sonhos são invadidos pelo doloroso dia-a-dia e pela necessidade de pagar as contas no fim do mês. Todas as coisas bacanas que pensamos que seríamos — escalador, astronauta, músico, pintor! — começam a parecer impossivelmente fora de alcance. Mas aí ficamos sabendo de gente que se arriscou, não faliu e está feliz pacas. Qual o segredo? Segundo as mentes aventureiras que consultamos, é simples: descubra maneiras de fazer suas profissões e suas paixões intersectarem e dê o mesmo comprometimento ao trabalho e ao lazer, buscando o equilíbrio ao longo do caminho – e se divertindo enquanto isso.

Na matéria a seguir, você vai achar idéias que o ajudarão a chegar mais perto da vida que você imaginou para si mesmo. Vai ler sobre quem abraçou esse estilo de vida, do surfista/compositor/superastro Jack Johnson ao cinegrafista submarino Lawrence Wahba. Apesar de seus caminhos e vocações abrangerem uma ampla paisagem de possibilidades, nossos “modelos” têm algo em comum: a busca por uma vida mais orgânica e inspirada, com criatividade e coragem para fazer seus sonhos se materializarem. Também selecionamos livros, programas, cursos e websites e conselhos de um consultor que vai te convencer a não gastar nem mais um dia só sonhando. Unir trabalho e prazer é a coisa mais importante que você pode fazer para que seu mundo – e, como conseqüência, o mundo em geral – seja um lugar melhor para se viver.

Empresário de turismo de aventura
José Roberto Pupo, 39
O que faz: Dono da Canoar, empresa de turismo de aventura e maior operadora de rafting do Brasil, desde 1989. Desenvolve projetos e parcerias que envolvam atividades como canoagem, rafting e expedições junto à natureza. Também ajuda a organizar corridas de aventura. Ao criar um projeto ou montar uma corrida, José Roberto passa dias em campo, para estudar e mapear o percurso.
Por que vale a pena: Segundo ele, porque seu trabalho envolve o ser humano diretamente em contato com a natureza. “Gosto de lidar com as pessoas e pensar em estratégias para que elas se sintam melhor”.
Momento da virada: Formado em educação física, José Roberto trabalhava como professor escolar. Paralelamente, curtia seu hobby de descer corredeiras de caiaque. “Como o caiaque era extremamente solitário, comecei a praticar canoagem, assim levava os amigos comigo. Só que aí começou a aparecer muita gente interessada nos passeios e eu passei a fazer o que eu mais gostava, profissionalmente”, conta.
Tempo de dedicação: Atualmente, José Roberto mantém seu escritório em casa e trabalha nele seis horas por dia pela Canoar. Dedica outras duas horas para treinar – ele é também um atleta profissional de corridas de aventura. Mas, diz ele, no início da empresa, chegou a trabalhar 15 horas por dia.
Pé no chão: O ramo de turismo no Brasil é muito instável. As pessoas preferem viajar quando está calor e, quando o país está em crise, é um dos primeiros setores a sentir as conseqüências. Segundo José Roberto, a instabilidade financeira é sua principal dor de cabeça. “Passei anos investindo na Canoar sem ganhar absolutamente nada. Quem quer começar, precisa ter um bom dinheiro guardado de reserva, pois, nos primeiros anos, não terá lucro”, diz.
Fotógrafo
Ignácio Aronovich, 36
O que faz: Fotografa desde os 18 anos. Suas lentes já registraram as mais incríveis paisagens do planeta, tais como o rio Mekong, no Laos, os icebergs da Antártida, o deserto do Atacama, no Chile, entre outros lugares fascinantes. Atualmente, tem uma empresa de comunicação visual com a mulher, a também fotógrafa e jornalista Louise Chin.
Por que vale a pena: “Por conta da minha profissão, acabo tendo um acesso privilegiado aos lugares. O pretexto de captar imagens te dá o assento de primeira fila, seja lá onde for”, diz.
Momento da virada: Ignácio chegou a cursar biologia, na Universidade de São Paulo, por poucos meses. Logo resolveu morar em Nova York, de onde mandava fotos para o Brasil. Quando voltou, já tinha uma carreira em andamento.
Tempo de dedicação: “Nunca tirei férias. Também não sei o que é viajar a passeio sem levar todos os meus equipamentos”, resume. Para compensar o trabalho incessante, Ignácio tem o privilégio de unir o útil ao agradável por diversas vezes e viajar junto com a mulher, que tem a mesma profissão.
Pé no chão: A vida de um fotógrafo não se limita a clicar o que bem entende e a curtir as mais bacanas viagens. É preciso carregar para cima e para baixo equipamentos pesadíssimos – a maioria dos profissionais sofre de problemas nas costas –, organizar as viagens, correr atrás de patrocinadores e de clientes. Além disso, há também longos períodos de espera até que se consiga captar a melhor imagem. Um fotógrafo em início de carreira, em geral, ganha por volta de R$ 150 cada vez que é chamado para fazer uma foto para publicações editoriais. Este valor varia de acordo com a editora, o veículo e o profissional.

Empresário de confecção e acessórios esportivos
Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, 56
O que faz: Proprietário da Mormaii, confecção e indústria de equipamentos esportivos, com sede em Garopaba, Santa Catarina. Além de dirigir a empresa, Morongo, adepto incondicional do surf, testa pessoalmente os equipamentos que produz nas praias mais exuberantes do mundo.
Por que vale a pena: Para ele, o principal é fazer o que realmente gosta. “Como um bom nativo do signo de Peixes, gosto de praticar o surf e qualquer esporte no mar. Então, resolvi trabalhar num negócio ligado a isso. O melhor é que este mesmo negócio acaba bancando minhas viagens”.
Momento da virada: Em 1974, o médico Morongo escolheu a então selvagem praia de Garopaba para atender seus pacientes. Nas horas vagas, praticava o surf. Passou então a costurar suas próprias roupas de borracha, na tentativa de minimizar os efeitos da água gelada. Logo instalou uma pequena fábrica na garagem de sua casa e, pronto, assim nasceu a Mormaii.
Tempo de dedicação: Depende. Quando tem onda, passa no escritório e vai direto surfar. Quando viaja, procura aproveitar para fazer seus negócios, além de claro, não perder nenhuma onda. “Surfar faz parte do meu trabalho. O mar é minha pista de testes”.
Pé no chão: Para Morongo, ser empresário no Brasil definitivamente não é uma tarefa fácil. O mercado é agressivo e competitivo além da conta. Fora isso, a economia instável faz com que haja muita dificuldade de planejar os negócios. A Mormaii é hoje a marca de surf mais poderosa do Brasil. Só para se ter uma idéia, conta com uma fábrica de 6.000 m2, mais de 200 funcionários, cerca de 30 lojas aqui e no exterior e R$ 60 milhões de faturamento.
Cinegrafista submarino e diretor de documentários
Lawrence Wahba, 36
O que faz: Lawrence documenta e registra a vida marinha por todas as águas do planeta e é famoso por seus mergulhos com tubarões. Já mergulhou com mais de 40 espécies diferentes, entre elas, as quatro mais perigosas do mundo. Já esteve também, por diversas vezes, cara a cara com golfinhos e baleias. Em 15 anos de carreira, participou de mais de 300 matérias de televisão e dirigiu 40 documentários rodados em nada menos do que 100 países. Atualmente, dirige a produtora Canal Azul, além de também trabalhar como apresentador de televisão na Rede Globo e na Discovery Channel.
Por que vale a pena: “Quando entro no mar com uma câmera, me sinto uma espécie de embaixador. Ao levar um pouco daquele mundo para a casa das pessoas, estou dando minha contribuição para que muitos despertem em si a paixão pelo mar e a necessidade de preservá-lo”.
Momento da virada: Lawrence começou a mergulhar aos oito anos de idade, incentivado pelo pai. Aos 14 anos, ganhou um curso de mergulho de presente e não parou mais – tanto que, aos 19, já era instrutor. Paralelamente, trabalhava em uma produtora de vídeo da sua família para ganhar um dinheirinho extra. Começou, então, a filmar seus alunos de mergulho. Até que alguns canais de televisão viram e gostaram das imagens. Foi assim que ele juntou as duas coisas que mais adorava fazer em uma só profissão: cinegrafista submarino.
Tempo de dedicação: Segundo ele, é difícil medir seu tempo de trabalho em horas, até porque, quando está viajando, a dedicação é integral, coisa de 14 horas por dia. Ao voltar, tem que editar as imagens, preparar os programas de televisão, além de dar palestras, ir a reuniões com patrocinadores, captar recursos, entre outras atividades. Sobra pouco tempo para o resto, diz ele, que nunca tirou um mês contínuo de férias. “Tenho me esforçado para ter mais tempo para meu filho, de um ano. Semana passada consegui ficar vários dias com ele na praia, fazendo castelinhos na areia”.
Pé no chão: “Tem gente que pensa que sou pago para ficar tomando sol na praia”, comenta. Lawrence viaja cerca de quatro meses por ano, mas não tem moleza. Além de ficar longe da família, tem que carregar equipamentos pesados e encarar situações bem desconfortáveis. “Acabei de passar oito dias num barco, no meio do mar, sem nenhuma comunicação, com um quilo de peixe a bordo para atrair tubarões. O cheiro era insuportável. Mas isso não aparece. Afinal, televisão não tem cheiro, não tem frio, calor, tudo é perfeito”, brinca. Lawrence não tem salário fixo. Ele ganha por projeto e isso varia de acordo com os patrocinadores. Segundo ele, quem começa na profissão precisa saber que não vai ganhar rios de dinheiro, muito menos ficar rico. “A compensação vem em qualidade de vida”.
Gerente de negócios
Andréa Catani, 35
O que faz: É responsável pelas vendas de produtos Polar, além de ser atleta de corridas de aventura. A empresa lhe dá a liberdade de visitar seus clientes de bicicleta – num só dia, chega a pedalar 60 km em São Paulo.
Por que vale a pena: "Eu acredito no produto que vendo. A melhor coisa é você trabalhar com algo que você se identifica, que faz parte do seu dia a dia. Sem contar que posso pedalar o dia todo, o que para mim também conta como treino".
Momento da virada: Formada em Educação Física, Andréa foi treinadora de voleibol até 1994, quando uma amiga sua apareceu vendendo produtos da Polar, algo totalmente novo no mercado nacional. "Fiquei encantada e comecei a vender também". Até o dia em que deixou o vôlei de vez para abrir uma representação comercial com a amiga. Em 1999, passou a treinar para corridas de aventura e desde 2000 trabalha com a Próximus.
Tempo de dedicação: é ela mesma quem faz seus horários – o que não significa trabalhar pouco. Tem dias que trabalha 7 horas; em outros, chega a trabalhar 13. O bom é que ela consegue dosar tudo muito bem: acorda todos os dias às 5h50 da manhã e treina até às 8h30. Toma banho e já começa a trabalhar de casa mesmo, checando e-mails e fazendo a programação do dia. Na seqüência, pega sua bike e parte para as visitas aos clientes. Vez ou outra, à noite, ainda treina mais um pouquinho. Tem um sítio em São Roque (SP) e às vezes vai para lá no meio da semana, dormir no mato.
Pé no chão: Mesmo quando não está no escritório ou vendo os clientes, Andréa acaba trabalhando. Ao treinar, por exemplo, freqüentemente, é interrompida por usuários da Polar pedindo informações, reclamações ou até sugestões. "Por um lado, é bacana, pois tenho um ótimo feedback do produto. Por outro, tem hora que cansa um pouco", diz.
Quanto ganha: O salário de um representante comercial varia de acordo com o produto a ser vendido e com a cartela de clientes. É possível ganhar de R$ 3 mil a R$ 7 mil, fora os impostos, sem registro em carteira.

Educador ao ar livre
Eduardo de Campos Queiroz, 34
O que faz: Eduardo é diretor da Outward Bound Brasil, instituição que cria programas para ajudar pessoas a descobrirem seus potenciais em aventuras desafiantes e em ambientes naturais. Ele leva grupos para acampar, praticar trekking, rapel e escalada em cenários exuberantes, como a Serra da Mantiqueira. Durante as atividades, procura desenvolver no grupo capacidades como liderança, auto-estima, segurança entre outras coisas.
Por que vale a pena: “Meu trabalho é uma ferramenta que transforma a vida das pessoas, que ajuda a ir atrás de seus sonhos. Elas descobrem que a natureza é parte delas. Quer coisa mais bacana do que isso?”.
Momento da virada: Eduardo trabalhou no mercado financeiro por 11 anos. Até que, um dia, estava lendo uma revista e se deparou com uma fotografia de natureza interessante. Ali havia um número de telefone, dizendo para ligarem aqueles que se identificassem com a foto. Foi o que ele fez, e assim conheceu a Outward Bound. Inscreveu-se em seus cursos e trabalhou como voluntário até ser chamado para dirigir a sede brasileira, em 2003.
Tempo de dedicação: São cerca de oito horas por dia quando está no escritório. Segundo ele, dá tempo de sobra para ver os amigos, a namorada, pedalar, correr e treinar. Já quando está nas expedições, o trabalho começa às 6h30 e muitas vezes acaba meia-noite.
Pé no chão: Trata-se de uma atividade ainda pouco reconhecida no Brasil. Muitas pessoas nem sabem para quê serve. Por isso, diz Eduardo, acaba sendo um trabalho um tanto mal remunerado. Um instrutor assistente ganha cerca de R$ 200 por dia de expedição. Já um instrutor chefe chega a ganhar R$ 300.
Apresentadora de TV

Dani Monteiro, 26


O que faz: Apresenta o programa “Caminhos da aventura”, na Rede Globo e no canal por assinatura Sportv. O programa mostra viagens e esportes radicais gravados em diversos cantos do mundo. Dani já praticou kitesurf no Taiti, mergulhou com tubarões na África do Sul, desceu de rapel de cima de um helicóptero nas montanhas do Chile, e por aí vai. Viaja pelo menos 10 dias por mês.

Por que vale a pena: “A profissão me possibilita conhecer diversos lugares, pessoas e esportes completamente diferentes. Como sou uma esportista aficionada, acho que é ideal para mim”, diz Dani, que agora se dedica de corpo e alma ao pára-quedismo.

Momento da virada: Dani era windsurfista até quatro anos atrás. Um dia, depois de dar uma entrevista para um canal de televisão, foi chamada para um teste. A partir daí, deixou o windsurf para trabalhar como apresentadora. Como ela mesma diz, agora, consegue praticar todos os esportes e não apenas um.

Tempo de dedicação: Quando está em viagem, gravando, o trabalho é sem parar. Não tem fim de semana, feriado, nem hora do cafezinho. Dependendo da viagem, o dia começa às 5 da manhã e termina meia-noite.

Pé no chão: A vida de quem viaja por profissão não é mansa como parece. Segundo Dani, é preciso enfrentar horas e horas em aeroportos, carregar bagagens, equipamentos pesados aqui e ali, além de nem sempre conseguir dormir bem. “Às vezes, não dormimos a noite toda no avião porque há crianças chorando e precisamos gravar logo na seqüência do desembarque”. Um repórter, em início de carreira, ganha por volta de R$ 1.000. Já os salários dos apresentadores de televisão variam de acordo com o tempo de casa, da emissora e dos patrocinadores do programa.

Piloto de bike e apresentador de televisão

Luciano “Kdra” Lancellotti, 38

O que faz: Corre de mountain bike e tem uma produtora de vídeo onde produz o programa “Mundo Duas Rodas” para o canal por assinatura ESPN. Campeão em diversas categorias, foi pioneiro no Brasil em downhill e bicicross. Hoje é um dos poucos, se não o único, free rider (atleta que recebe patrocínio só para andar por lazer, sem o compromisso de competir) brasileiro que participa de provas pelo puro prazer de competir.

Por que vale a pena: “Posso dizer que conheço boa parte do mundo por causa da minha bicicleta. Todas as minhas viagens, desde a primeira, mais recreacional, para Jamaica, em 91, foram pela bike. Com o meu trabalho na TV, tento mostrar para as pessoas a cultura em duas rodas, coisa que pouca gente leva em consideração”.

Momento da virada: Kdra trabalhou durante 10 anos com televisão. Paralelamente, tinha uma banda de reggae e andava de bicicleta como hobby. “Fui levando assim até que virei a mesa e resolvi me dedicar somente à bike. No começo foi bem difícil, mas com a minha persistência consegui patrocinadores e a carreira decolou”. Em 1998, começou a filmar as competições como video-repórter e logo suas matérias foram compradas por canais esportivos.

Tempo de dedicação: Todos os dias anda de bicicleta numa pista ao lado de sua casa, que ele mesmo construiu, por pelo menos uma hora e meia. Passa cerca de oito horas editando os programas e, aos finais de semana, viaja para coberturas de campeonatos.

Pé no chão: “Tanto um esportista como um video-repórter trabalham sob forte pressão. Temos prazos apertados a cumprir, lutamos o tempo todo contra o relógio”. Um atleta que tem um certo destaque em competições e consegue patrocínio pode ganhar R$ 2.000,00 por mês no início da carreira.

Bióloga
Carolina Alvite, 27
O que faz: Desde abril de 2000, trabalha no Centro de Mamíferos Aquáticos do Ibama, em Maceió, Alagoas, onde é responsável pelo Projeto Peixe-Boi Marinho. Seu trabalho consiste em resgatar filhotes órfãos, levá-los para um centro de reabilitação, reintroduzi-los na natureza e depois monitorar seu comportamento. A idéia é repovoar áreas onde a espécie foi extinta – o peixe-boi é o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. Carolina também comanda campanhas de conscientização na comunidade local.
Por que vale a pena: Além de trabalhar em locais exuberantes, a profissão possibilita a Camila impedir que uma espécie desapareça do planeta. “Batalhar por uma causa que a gente realmente acredita vale mais do que qualquer coisa”, diz.
Momento da virada: Logo depois de formada, Carolina estava de malas prontas para estudar inglês nos Estados Unidos quando recebeu uma indicação para o Projeto Peixe-Boi marinho no Nordeste. Ela topou na hora e está lá até hoje.
Tempo de dedicação: Carolina tem uma rotina de 8 horas de trabalho diárias. Só que, de tempos em tempos, precisa acompanhar os animais na natureza e então não tem hora para nada – até porque peixes-bois não costumam cumprir horário comercial. “Já viajei mais de 12 horas para resgatar um filhote que tinha se afastado da costa”.
Pé no chão: Segundo Carolina, muitas vezes quem trabalha com a preservação ambiental se depara com a falta de recursos, burocracia e outras barreiras que dificultam sua atuação. Sem contar que um biólogo dessa área deve estar disposto a morar longe da família e dos amigos. “Deve ter também a vontade de arriscar sua própria vida para salvar um único animal”, lembra. Um recém-formado ganha por volta de R$ 1.000,00. Já um profissional como Carolina, com alguns anos de mercado, ganha cerca de R$ 2.500,00.

PARA ACHAR UM EMPREGO:

-Club Méd – www.clubmed.com.br – em alta temporada, o Club Med contrata jovens para trabalho temporário em todas as áreas de lazer, esportes, recepção, escritório, etc.

-Jogos Panamericanos e Olímpicos – o Comitê Olímpico Brasileiro já recebe inscrições de voluntários para trabalhar no Pan do Rio de Janeiro em 2007 e, por volta do mês de agosto, o site oficial dos jogos de Pequim 2008, inicia processo seletivo para voluntários em setores de tradução, recepção e acompanhamento de delegações, equipes e públicos, entre outros. Sites: www.cob.org.br/pan2007 e en.beijing-2008.org).

-Corridas de aventura: dois dos principais circuitos de corridas de aventura sempre precisam de voluntários para dar uma mãozinha em sua organização: Caloi Adventure Camp (www.adventurecamp.com.br) e Ecomotion Pro (www.ecomotion.com.br).

PARA DESCOBRIR SUA VOCAÇÃO:

-Associação Brasileira de Qualidade de Vida (Abqv) – site sugere entidades que agreguem valor a você ou a sua empresa – www.abqv.org.

-Outward Bound Brasil (OBB) – www.obb.org.br – desenvolve: auto-conhecimento, condicionamento físico, trabalho em equipe, liderança, responsabilidade, auto-confiança.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de outubro de 2005)







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