Ironmother


PODER: Tatiana Queiroz é uma das três mulheres brasileiras classificadas para o Ironman do Havaí

Por ECB

Foto por Débora Amorim

QUEM PENSA QUE A DENOMINAÇÃO PRODÍGIO está diretamente relacionada a pouca idade, engana-se. No auge dos seus 35 anos, Tatiana Queiroz coroa sua carreira meteórica de triatleta com a classificação para o final mundial do Ironman 2005, dia 16 de outubro na ilha de Kailua-Kona, no Havaí. Ela é uma das três brasileiras (as outras são Fernanda Keller e Lillen de Araújo) a se classificarem para a prova mais desejada pelos triatletas. Após ficar um bom tempo sem praticar esportes, dedicando-se exclusivamente ao trabalho, a casa e à família, há pouco mais de três anos Tatiana começou a investir pesado no trio corrida, natação e bicicleta.

“Eu nem sabia o que era Ironman e triathlon de longa distância”, conta ela. “Sabia, no entanto, que tinha vontade de correr, nadar e pedalar”. A palavra Ironman entrou para o vocabulário dessa brasiliense durante uma corrida de aventura que disputou em 2002. Um colega de prova comentou que ela agüentaria uma prova de triathlon de longa distância numa boa. Acertou em cheio. Apenas três meses depois, Tatiana completaria seu primeiro Ironman. “Fui na cara e na coragem, sem pensar muito nas distâncias que teria que percorrer”. Com essa fé e tranqüilidade, Tatiana foi aprimorando sua técnica e preparo físico.

Quando indagada se esperava se classificar tão cedo para a prova mais importante do triathlon mundial, a resposta é simples: “Nem um tico”. E não pense que completar os 3,8 quilômetros de natação, 180 km de cliclismo e 42,1 km de corrida é o maior desafio na vida dessa triatleta-família: “Meu maior desafio é conseguir conciliar os treinos com o cargo de servidora concursada do Tribunal Regional Federal e a função de mãe de duas filhas em período integral”. E o segredo para manter a boa forma física aos 35 anos? “Não existe segredo. Depois do Ironman classificatório, comi tudo que tinha direito e engordei 3 quilos em duas semanas. Paciência. Esse é mais um desafio: fechar a boca!”. Quanto às expectativas para a prova mais importante de sua carreira, Tatiana mantém a cuca fresca e o pé no chão. “Não crio expectativas. Podem falar que sou modesta, fresca ou falsa, mas sou assim. Não estou nem aí.” E tudo indica que essa estratégia é das boas.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de julho de 2005)