Por Cassio Waki Idade: 23 anos
Altura: 1,81 metros
Peso: 74 quilos
Modalidade: acrobacias
Primeiros vôos: O tio de Renatinho, como ele é conhecido, “voava” na montanha do Cristo Redentor em Poços de Caldas, Minas Gerais, e foi por causa dele que ele resolveu se jogar no esporte também. Na época tinha 13 anos e, por lei do Departamento de Aviação Civil (DAC), não poderia de maneira alguma praticar o vôo, mas, mesmo assim, se virava e até fugia da fiscalização quando era preciso. “Comecei a fazer as aulas e vi que tinha realmente habilidade para a coisa e a sensação era como nenhuma outra”, lembra. “Poder chegar na ponta de um pico, olhar o visual e ainda por cima ter o privilégio de decolar e sair em vôo, conhecer o céu, realizar o sonho de criança de passar a mão nas nuvens. E isso tudo era possível com o parapente”.
Porque é a promessa do parapente: Com apenas dois anos de profissionalismo, Renatinho já possui dois resultados muito expressivos: em 2003, 6º lugar e, este ano, 4º, ambos pelo Mundial de Acrobacias – que este ano aconteceu em três etapas na Itália, Suíça e França – com sua dupla, Renato Gonçalves, o Curreca. “Me sinto muito feliz por ter passado varias partes difíceis e ter alcançado o sonho de ser piloto profissional, ter patrocínios e viajar pelo mundo. Hoje vejo que vários pilotos se inspiram em mim e isso é bastante legal”.
Já levou sustos durante algum vôo? Nascido para o esporte: Desde criança Renatinho já era todo elétrico e vivia andando no telhado do hotel do seu pai. Às vezes, caía e sua mãe quase morria do coração. Antes do parapente ele fez judô, kung-fu, ginástica olímpica, capoeira e depois começou a zonear com os amigos andando de moto. “Pratico esporte todos os dias. Academia não é muito a minha praia. Gosto mesmo é de correr de manhã, subir e descer a montanha do Cristo em 40 minutos e procuro me alimentar da melhor possível. Antes de voar procuro comer coisas leves e me hidratar ao máximo, pois são 6 horas diárias de treino”.
O que sente ao voar? Competição ou lazer? Opinião: “O Renatinho é viciado no que faz, na adrenalina e na intensidade do parapente. Em 2003, estava indo sozinho para o mundial quando soube que ele estava mandando muito bem. Treinamos juntos e bateu”, conta Curreca, dupla de acrobacias de Renatinho. “Não foi à toa que terminamos como a sexta melhor dupla do mundo. Foi uma batalha muito grande e parece que agora estamos colhendo os frutos, mas ainda buscamos mais patrocínios”.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de dezembro de 2005)
Foto por Amanda Marsalis
“Claro. Em todos os esportes acontecem uns tombinhos. Tem um pouso que pega muita gente e se chama ‘giro da morte’, o nome já diz tudo. Você vem em alta velocidade num giro espiral e, no solo, toca a ponta do parapente no chão. É realmente impressionante. Quando se faz com técnica é muito seguro e igual a todas as manobras”.
“Liberdade e domínio da máquina. Adoro sentir a sensação de estar pilotando uma máquina de acrobacias. Me sinto como se estivesse em casa, com uma vontade enorme de explorar tudo com o parapente”.
Nos treinos, Renatinho diz sentir-se totalmente à vontade e livre. “As competições são como um ritual. Revejo os amigos, sinto novamente aquela adrenalina intensa e, ao final, é sempre uma grande festa. Muito bom mesmo. Mas o melhor é sempre estar em primeiro!!!”