Pedal non-stop


FORÇA: Ciclistas pedalam conta o vento e o calor do Ceará

Por Cassio Waki
Foto por Divulgação

Pedalar com vento não é lá muito divertido, mas pode se tornar uma experiência única. No Desafio 24 horas, 200 ciclistas — em duplas, quartetos e equipes de oito atletas — enfrentaram ventos contrários e laterais que chegaram a 50 km/h. O vento noturno era mais forte, porém, durante o dia, o sol também não foi tão amigável. Os termômetros registraram 35 ºC. E só para complicar um pouquinho mais, o trajeto — um circuito de 21,5 quilômetros entre o Beach Park e a Prainha, em Porto das Dunas, a 16 quilômetros de Fortaleza — também tinha um número considerável de subidas, algumas com cerca de 60 graus de inclinação.

“A prova foi dura, com muitas subidas, a pior delas logo na saída, o que dificultava o restante do percurso. Além disso, o calor e o vento dificultavam muito”, analisou a dupla vencedora, Júlio Paterlini e Jeane Brasil.

Além das equipes em dupla, quarteto e em oito atletas, a prova trouxe uma novidade, a categoria individual. Quem venceu a força dos ventos foi o santista Cláudio Clarindo, 28 anos. Dentro das 24 horas, o ciclista pedalou 623 quilômetros ou 29 voltas. "Foi sensacional. Foi o circuito mais difícil que pedalei na vida, porque o vento estava sempre contra. Por volta do meio-dia era possível fritar um ovo na pista”, diz o campeão.

A categoria quarteto masculino teve a chegada mais disputada, com duas equipes quebrando o recorde da prova com 45 voltas, seis a mais que a antiga marca, atingindo 685 quilômetros. Os cearenses da Servis/Top Level chegaram minutos antes da Petri/Mucuribe, do ciclista Márcio May.

Se você se animou com o calor, o vento e as subidas, o Desafio 24 horas de Ciclismo já marcou sua quarta edição para outubro do ano que vem.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de dezembro de 2005)