Por Cassio Waki Idade: 15 anos
Altura: 1,67metros
Peso: 64 quilos
Esporte: kitesurf
Início: Aos 11 anos, Reno queria era se aventurar nas manobras de wakeboard, mas a influência do seu pai Nelson falaram mais alto. “Ele sempre foi muito ligado à vela e me convenceu a praticar o kitesurf. Me levou ao Arraial do Cabo e tivemos várias aulas juntos. Aí não parei mais”, diz Reno, que mora em Copacabana, no Rio de Janeiro, e vai todos os fins de semana treinar em Arraial do Cabo, no litoral norte fluminense.
Teste: Em 2003, Reno entrou para sua primeira competição de kitesurf. “Era um dos poucos na minha idade a praticar o esporte, então as pessoas me incentivavam a treinar. Aí, decidi competir numa etapa do Campeonato Brasileiro pra ver como era. Percebi que se me dedicasse um pouco mais poderia ter bons resultados”. E ele tinha razão. No ano seguinte, ficou em 4º lugar no ranking brasileiro e, em 2005, tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar uma etapa de mundial, realizada em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, batendo o então campeão mundial Thomas Coquellet.
Limites: “Gosto de testar meus limites com manobras novas que estão fazendo lá fora. Isso eleva meu nível técnico e quando chego para competir no Brasileiro, me saio muito bem”. Foi com esse pensamento que, em 2004, Reno participou de uma etapa do Mundial em Cabaret, na República Dominicana. “Fui para ver como era e acabei me inspirando nas manobras dos atletas estrangeiros. O melhor é o inglês Aaron Hadlow. Ele sempre inova o esporte com suas manobras”.
Concentração: Reno admite que este não é o seu ponto forte, ainda mais quando há pressão para que ele vença. “Não gosto que me pressionem, mas faz parte. Sei que ainda sou novo e ainda tenho muito tempo de esporte, por isso tento não pensar muito na pressão. Apenas fecho os olhos e me vejo fazendo as manobras que quero executar na hora da competição”.
Radical: O atleta carioca divide as atenções do kite com os estudos e o convívio com a família e os amigos. Ele jura que o futebolzinho com os amigos já não o atrai mais. “No kite, eu tomo umas vacas que o pessoal que olha de fora pensa que eu morri, mas nada me acontece. Mas é só jogar uma bola, que eu saio todo machucado. Pra mim, esporte radical é futebol e basquete, não o kite”.
Prego: Este ano, Reno pretende disputar as três etapas do Mundial com a seleção brasileira de kite, que conta com Guilly Brandão, Victor Adamo, Carol Freitas e Alexandra Amin. A primeira delas aconteceu há poucos dias, na Venezuela, e as outras acontecem na Europa e no Brasil durante o ano. “Quero lutar por um título mundial para o Brasil e competir até quando eu puder. Também gostaria de ter a experiência de treinar no exterior, de preferência em Tarifa, na Espanha, onde estão os melhores atletas do mundo”. Enquanto isso, Reno treina no Arraial do Cabo e, às vezes, relembra o seu início velejando com o pai. “Ele é muito prego”, se diverte.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de maio de 2006)
VENTANIA: Reno bota a pipa para voar aqui e lá fora
Foto por Divulgação