Vento a favor


CONCENTRAÇÃO: Balões se preparam para largar em campeonato no Japão

Por Cassio Waki
Foto por Gabriela Slavec

Este mês, cerca de 40 balões colorem os céus do interior paulista, mais precisamente os da cidade de Rio Claro, onde pela primeira vez na história do balonismo brasileiro acontece um torneio continental. Pilotos brasileiros, argentinos, uruguaios, venezuelanos e chilenos protagonizam o primeiro Campeonato Sul-americano de Balonismo, homologado pela Federação Internacional de Balonismo (FAI), até o dia 11.

O esporte envolve conhecimentos sobre correntes de vento, clima, navegação e muita precisão. Depois de percorrer a distância necessária e encontrar o alvo demarcado no solo, o piloto deve jogar uma fita com um peso na ponta para que ele caia o mais próximo possível do alvo. Pra tudo isso acontecer é necessário que as condições climáticas estejam muito boas. O ideal é ter dias limpos com grande visibilidade e ventos fracos, por volta de 18km/h. “Quanto mais distante do litoral, melhores são as condições climáticas. A região centro-oeste do Brasil e o interior de São Paulo são um dos melhores locais para praticar o esporte”, diz Édson Romagnoli, 49 anos, presidente da Associação Brasileira de Balonismo, uma das organizadoras do Sul-americano, e que pretende trazer um mundial para o país.

Neste campeonato, o Brasil terá 30 pilotos dos 40 inscritos. “Dentro da América do Sul, o Brasil reúne os melhores pilotos e, também não fica muito atrás lá fora. Hoje, temos cerca de cinco a dez pilotos que figuram no segundo pelotão da elite do balonismo com França, Espanha e Luxemburgo”, conta Romagnoli. Os melhores ainda são Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Japão.

Ela vem aí

Em 2004, Gabriela Slavec, 30, começou a competir em torneios de balonismo no Brasil. Desde então ela vem dando trabalho aos homens, que são maioria dentro do esporte. Dos cerca de 70 pilotos que competem, Gabriela figura em 19º no ranking nacional. “Os homens estão começando a ficar preocupados comigo”, brinca a balonista, que no mês passado teve uma das suas principais conquistas ao deixar todos pra trás no mais tradicional torneio brasileiro, o Festival Internacional de Balonismo, que acontece há 18 anos em Torres, no Rio Grande do Sul.

Ainda este ano, Gabriela fará sua estréia em céus internacionais. Na primeira semana de agosto, a atleta estará em Blanzac, na França, onde disputará o Mundial Feminino e a Copa Européia. “Os melhores do mundo estarão lá. Vou mais para sentir como é uma competição internacional, porque é bem diferente do que fazemos no Brasil. A navegação é toda feita à moda antiga, apenas com mapa e bússola. Por aqui usamos GPS”, conta ela.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de junho de 2006)







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