Por Fernanda Franco e Cassio Waki
Uma viagem pode mudar uma vida – e aqui estão várias delas. São 30 destinos turbinados pela aventura e por paisagens deslumbrantes, que permanecerão para o resto da vida na sua memória. Foi essa a intenção da Go Outside ao selecionar estas viagens, que se hoje não se adequam ao seu bolso, com certeza cabem nos seus planos futuros. Se você também pensa assim, aplique seu dinheiro em algo que vai render muito mais do que dividendos financeiros, e deixe-se levar pelos melhores sonhos de viagem de 2006 – é o primeiro passo para eles virarem realidade
BRASIL
Pedalando nas serras gaúchas
Dificuldade: moderada
Preço: R$ 4.135
As serras gaúchas, no Rio Grande do Sul, possuem um ar diferente que aguça a fome e o instinto pelos vinhos. Também pudera. Nesse roteiro você vai pedalar e caminhar durante sete dias, o dia todo, por cânions como o Fortaleza e o Itaimbezinho, e por trilhas no Parque Nacional de Aparados da Serra – claro que com pausas para um bom e caprichado lanche. À noite, nada mais justo que chegar a um luxuoso e charmoso hotel para recuperar as energias com pratos típicos preparados pelos colonos alemães e italianos. No quinto dia, prepare-se para incorporar um sommelier, pois a hospedagem é na própria vinícola, a Valduga, na cidade de Bento Gonçalves, conhecida pela produção dos melhores vinhos do país. A Aurora Eco disponibiliza bikes revisadas e ajustadas para cada um, capacetes, alimentação, hospedagem, traslados e seguro-viagem.
Operadora: Aurora Eco, www.auroraeco.com.br
Quando ir: janeiro a maio e setembro a dezembro
Ciclismo, trekking e mergulho na Amazônia
Dificuldade: fácil
Preço: R$ 2.798
São dez dias navegando pelo rio Negro até Mariuá, o maior arquipélago fluvial do mundo, há 500 quilômetros de Manaus, que possui cerca de 700 ilhas. Logo quando você chega, já embarca no barco-casa, um transporte tradicional da Amazônia, mas projetado com todo o conforto que uma viagem dos sonhos merece. A ilha de Colaca anuncia a chegada ao arquipélago, uma área quase inexplorada pelo ser humano. Mas pouco antes de chegar a Mariuá, um mergulho nas águas rubro-negras do Igarapé Preto, até atingir as comunidades de Moura e Panacarica. A maior parte desse roteiro acontece em Novo Airão, onde é possível conhecer a região pedalando, fazendo caminhadas e em mergulhos com os botos cor-de-rosa. Ali, agumas trilhas te levarão a conhecer a densidade de uma floresta tropical em Madadá.
Operadora: Mundus Travel, www.mundus.com.br
Quando ir: novembro
Ciclossafári no Pantanal
Dificuldade: desafiante
Preço: R$ 4 mil
Essa é pra quem curte um cicloturismo. O Pantanal tem 139 mil quilômetros quadrados e é uma região que abrange os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Paraguai e a Bolívia. Nesse roteiro de cinco dias na maior área inundada em água doce do mundo, você percorrerá os 116 quilômetros da estrada Parque Pantanal, com 74 pontes, que permite uma boa pedalada saindo da cidade de Corumbá. O trajeto é feito também por uma van de apoio, que faz paradas estratégicas em fazendas da região como a Arara Azul, a Bela Vista e a São João. O roteiro conta com bikes personalizadas, carro de apoio com guias da região, alimentação, hospedagem, seguro-viagem. A estrada é muito acidentada o que exige um bom preparo físico, portanto, é fundamental colocar as pernas pra girar com antecedência.
Operadora: Pisa Trekking, www.pisa.tur.br
Quando ir: julho
Trekking no litoral sul da Bahia
Dificuldade: fácil
Preço: R$ 5 mil
Chega a ser repetitivo dizer que o litoral sul da Bahia é lindo e que tem as praias mais perfeitas do Brasil. Vamos continuar batendo nessa tecla, só que dessa vez colocando um tempero a mais: um trekking de seis dias da Barra do Caí até a badalada Trancoso, passando por Corumbau e forrozeira Caraíva, que oferece a chance de ver uma das mais paradisíacas paisagens deste país. Vai dar um gosto a mais passar lentamente por essas praias de areia branquinha, adornadas por uma faixa interminável de coqueiros, conhecendo cada cantinho dos 92 quilômetros que separam os dois povoados. Para descansar as pernas, você vai curtir as pousadas mais charmosas da região e, no fim, em Trancoso, massagistas te esperam para cuidar dos seus músculos moídos.
Operadora: Matueté, www.matuete.com
Quando ir: setembro a abril
ARGENTINA
Cicloturismo etílico em Mendoza
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 2.600
A região de Mendoza, na Argentina, tem produzido um dos melhores vinhos do continente sul-americano. Os seis dias de “pedal” por suas bodegas podem ser bem desafiantes, pois não deve ser tarefa fácil degustar bons vinhos e, em seguida, subir na magrela para continuar o trajeto. Você vai beber vinhos da Catena Zapata, Tapiz, Salentein, entre outras vinícolas, e ter a oportunidade de jantar num dos restaurantes mais tradicionais, o 1884. Além de se equilibrar em cima da bike após várias taças de vinho, os dias reservam boas quilometragens. No terceiro dia, por exemplo, estão programados 55 quilômetros, com opção de expandir para 82 quilômetros. A GPS Turismo disponibiliza as bicicletas, alimentação, hospedagem, traslados e guias especializados.
Operadora: GPS Turismo, www.gpsturismo.com.br
Quando ir: outubro e abril
EQUADOR
Surftrip em Galápagos
Dificuldade: fácil
Preço: US$ 1.740
Um lugar pouquíssimo explorado pelos surfistas, a ilha de San Cristóbal, em Galápagos, no Equador, surpreende por oferecer condições ideais para curtir o swell e o conforto na ilha. A surftrip fica instalada no Canoa Surf Resort, que fica de frente para o mar e tem até uma jacuzzi para você relaxar seus músculos após os sete dias de ondas. Para chegar até as praias, um barco Superpanga, com dois motores 85 HP, fica à sua disposição, ancorado a 125 metros do resort. Para encontrar as ondas, especialmente em El Cannon e Carola, os guias-surfistas Eddie Salazar e Oswaldo de La Torre estão lá para dar uma ajuda. A trip também inclui saídas para mergulhos inesquecíveis em Kicker Rock e Lobo Island.
Operadora: Surftravel, www.surftravel.com.br
Quando ir: fevereiro a abril
PERU
Trekking na Cordilheira Blanca
Nível: desafiante
Preço: US$ 1.950
A 400 quilômetros de Lima, no Peru, está a Cordilheira Blanca, considerada uma das cadeias montanhosas mais belas do mundo, com 60 picos acima dos 5 mil metros de altitude, e outros 27 com mais de 6 mil metros de altura, além de diversos lagos glaciares. Nessa viagem de 15 dias, três são destinados à aclimatação e outros nove a trekkings épicos (os demais são traslados), que vão te levar a lugares a até 4.570 metros de altitude. A caminhada passa por trilhas incas margeando lagos alpinos e paisagens alucinantes dignas de uma viagem de sonho. Você terá o apoio de um cavalo de carga, alimentação, material de acampamento e cozinha, e acompanhamento do guia e montanhista brasileiro Fernando Cruz.
Operadora: Pisa Trekking, www.pisa.tur.br
Quando ir: julho
CHINA
Trekking e rafting em Yunnan
Dificuldade: extrema
Preço: US$ 4.990 a US$ 5.490
O rio Mekong pode ser conhecido por seu papel de destaque no filme Apocalipse Now e por ser o novo alvo do governo chinês na campanha que vem desalojando milhares de camponeses para a construção de hidroelétricas, mas nunca foi reconhecido como um local comercial para esportes de águas brancas – até agora. Sob a liderança de guias veteranos, a viagem começa no que pode ser considerado um revival do Mekong: viagens comerciais de rafting em corredeiras classe IV-V na parte selvagem do rio. Você passará a primeira semana se aclimatando com a altitude e a cultura tibetana de Yunnan, com caminhadas pelos 700 mil acres da reserva natural de Baima, cheia de bambus, e uma ascensão de 1.500 metros à vila de Yubong, que fica a 3.657 metros de altitude. De quebra, você ainda vai dormir em casas tradicionais tibetanas. Na segunda semana, molhará seu remo em corredeiras classe IV, próximas às bandeirinhas de oração do monastério de Xidang, por seis dias e 128 quilômetros de bem-aventuranças.
Operadora: Mountain Travel Sobek, www.mtsobek.com
Quando ir: março
INDONÉSIA
Pedalando em Bali
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 2.798
Apesar dos maiores centros turísticos da costa sul balinesa ainda continuarem sentindo os efeitos colaterais dos atentados a bomba de 2002 e 2005, o perfume adocicado e a exuberante folhagem do isolado interior e da costa nordeste da ilha continuam como sempre foram, intocados. Nessa amostra de oito dias, você fará um tour integral de imersão nessa cultura, pedalando de 19 a 75 quilômetros durante o dia e, à noite, dormindo em spas e resorts com imensos jardins de frente para o mar. A viagem começa em Ubud, de onde se sai pedalando por uma estrada margeada por acres de plantações de hortênsias e cravos-da-índia até Pura Taman Ayun, um templo flutuante do século 17, rodeado por um fosso. Quando você chegar à costa nordeste da ilha e às areias negras da praia de Lovina, arranque a bermuda de Lycra e dê um mergulho no mar de Bali. Depois disso é hora de seguir para o leste, passando por vulcões e plantações de arroz verdíssimas, e parando para dar um mergulho de snorkel na barreira de corais da lagoa Azul e mais tarde para um jantar regado a curry verde na cidade de Candidasa.
Operadora: Backroads, www.backroads.com
Quando ir: janeiro a abril e outubro
MYANMAR
Explorando o arquipélago de Mergui
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 3.995 a US$ 4.495
Os moken, mais conhecidos como “ciganos do mar”, que viajam pelo recentemente aberto arquipélago de Mergui, um agrupamento de 800 ilhas bem ao sul da costa de Myanmar (antiga Birmânia), estão entre as poucas comunidades que ainda continuam com seu modo de vida marinho nômade, sobrevivendo da pesca de lagostas e vagando de ilha a ilha em barcos feitos à mão. Por 12 dias, você seguirá os passos desses costumes em extinção, pulando das praias de areia fina da ilha Clara para os estonteantes jardins de coral submersos ao redor da ilha Hayes; irá mergulhar de snorkel e embaixo d’água na inabitada ilha Lampi e remar de caiaque entre os penhascos de pedra calcária e túneis ao longo da sinuosa costa da ilha Ferradura. O acampamento-base fica num iate de madeira de 85 pés (26 metros) com cinco cabines com ar-condicionado, onde as refeições misturam os sabores moken e tailandês, como um peixe recém-pescado do mar Andaman, na baía de Bengala, cozinhado no vapor com coco e citronela.
Operadora: Wilderness Travel, www.wildernesstravel.com
Quando ir: novembro a março
PACÍFICO SUL
Explorando ilhas isoladas
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 5.950
Em 1789, os rebelados do navio HMS Bounty, da frota real inglesa, escolheram as ilhas Pitcairn, um arquipélago de quatro ilhas a 1.930 quilômetros a sudoeste do Taiti, para viver com suas noivas taitianas, porque era longe de tudo e um lugar quase impossível para seus perseguidores ancorarem. Hoje, seus pouco mais de 50 descendentes vêem poucos visitantes pelas mesmíssimas razões. Sinta um pouco do isolamento dessas pessoas, passando uma semana fazendo trekking por colinas rochosas, ajudando os locais a cuidar de seus barcos e ouvindo histórias sobre a vida numa ilha esquecida. Esses são apenas alguns atrativos dessa viagem de três semanas pelo Pacífico Sul, cuja maior parte você verá de um luxuoso veleiro de 60 pés (18 metros). Também fará um mergulho com snorkel por corais coalhados de peixes tropicais, seguirá pelo caminho de Mangareva (uma “montanha flutuante” nas ilhas Gambier, 515 quilômetros a oeste de Pitcairn) e aprenderá a arrumar a vela mestra en route para inabitadas línguas de areia como as ilhas Henderson e Oeno, onde você pode fingir que é um dos atores principais de Lost.
Operadora: Ocean Voyages, www.oceanvoyages.com
Quando ir: julho a outubro
POLINÉSIA FRANCESA
Caiaque marítimo em Raivavae
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 4.775
Quer saber como era Bora Bora antes do turismo tomar conta da ilha? Prepare-se então para remar numa missão de reconhecimento de 13 dias para Raivavae (pronuncia-se exatamente como se lê), um dos dois arquipélagos esquecidos pelo tempo na corrente Austral, as ilhas mais ao sul da Polinésia Francesa, a 3.610 quilômetros da Nova Zelândia. Nesse roteiro, uma das primeiras viagens de caiaque equipadas que saem da ilha, você vai pular de motu para motu (pequenas ilhas inabitadas) nos recifes mais afastados pela manhã, armar acampamento à noite e se dirigir para as lagoas para fazer pesca submarina e trazer umas garoupas para o jantar (mas não se preocupe, outros alimentos serão providenciados se você aparecer de mãos vazias). Fique esperto para ver as baleias azuis – o formato de ferradura do recife traz esses mamíferos do Pacífico para bem perto da costa.
Operadora: Explorer’s Corner, www.explorerscorner.com
Quando ir: julho
AUSTRÁLIA
Mergulhando com os tubarões
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 1.570 a US$ 1.950
Depois de passar três dias explorando a faixa de coral ao longo da Grande Barreira de Corais, você continuará seguindo para o leste, por volta de 110 milhas náuticas da costa norte da Austrália, onde as correntes se encontram e os bichos-papões do Pacífico aparecem para brincar. É aí que o recife Osprey dá lugar a uma concha submarina de mil metros de profundidade lotada de barracudas, atuns, arraias manta e, exatamente por essa profusão de “alimentos”, uma quantidade imensa de tubarões de várias espécies. Veja essa fauna marinha em quatro mergulhos diários durante seis dias (se a profundeza te der medo, fique só no snorkel). Em cima d’água, observe e aprenda dos biólogos marinhos da Undersea Explore, que medem e colocam etiquetas nos tubarões do recife num esforço para assegurar a proteção desse remoto e ainda primitivo ecossistema marinho.
Operadora: Undersea Explorer, www.undersea.com.au
Quando ir: abril a dezembro
TANZÂNIA
Montanhismo no Kilimanjaro e no monte Meru, mais safári no parque do lago Manyara
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 3.500
Prepare-se para 18 dias de aventura. Você vai conquistar o Kilimanjaro, um dos picos mais cobiçados pelos montanhistas e pode entrar para o hall dos que conquistaram seu cume. Montanha mais alta do continente africano, o Kilimanjaro possui três grandes crateras: Shira, Mawenzi e Kibo. Fica na Tanzânia, país vizinho à África do Sul, e tem 5.895 metros de altura. Porém, antes do Kilimanjaro, há uma aclimatação de cerca de três dias no monte Meru, onde você também irá atingir seu cume, que fica a 4.565 metros. Nos últimos dias da viagem, um safári no parque do lago Manyara vai te levar para conhecer os animais da região. Prepare suas pernas para longas caminhadas e seu pulmão para agüentar as mudanças de altitude. Toda essa aventura tem orientação de guias especializados no esporte, carregadores e equipamentos como barracas, copos, talheres e pratos.
Operadora: Grade 6, www.grade6.com.br
Quando ir: o ano todo
BOTSUANA
Safári de elefante
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 6.270
O problema da maioria dos safáris feitos nas costas de elefantes é que você nunca chegava a estabelecer um vínculo com o seu meio de transporte. Essa questão foi astuciosamente resolvida no elegantemente subnomeado Abu Camp, no delta de Okavango, no deserto de Kalahari, onde você passa os dias ao lado dos elefantes residentes que perambulam pelos 395 mil acres da reserva que envolve as seis belas cabanas construídas sobre plataformas. Com a ajuda dos experts em vida selvagem e dos condutores de elefantes presentes no “acampamento”, passe quatro dias e três noites interagindo com a manada e montando os elefantes ao longo de planícies inundadas, para passear despercebido entre zebras, girafas, gnus e antílopes. À noite, sinta o tremor do vôo de algumas das 500 espécies de aves enquanto termina seu jantar cinco estrelas à beira da fogueira.
Operadora: Classic Africa, www.classicafrica.com
Quando ir: maio a outubro
QUÊNIA
A grande caminhada, Parque Nacional de Tsavo
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 6.900
“Você sente o cheiro deles conforme se aproxima”, diz a veterana em safáris Nadia Le Bon, diretora de programas especiais da operadora Mountain Travel Sobek. “Você vê as pegadas, o lado para onde eles foram, o lado de onde vieram.” As pegadas frescas de um leão de Tsavo são um lembrete pungente para quem não quer esquecer que os humanos não estão no topo da cadeia alimentar – especialmente quando você está viajando a pé pelo maior parque nacional da África ocidental, lar de elefantes, rinocerontes, crocodilos e dos temidos felinos comedores de homens que aterrorizaram os trabalhadores das ferrovias, há um século.
Esta jornada de 11 dias e 180 quilômetros pelo Quênia é um passeio no parque para o líder de nossa viagem, Ian Allen, um aventureiro experiente que certa vez já fez um trekking de 480 quilômetros do monte Kilimanjaro até o oceano Índico. Você seguirá seus passos pelos rios Tsavo e Galana, seguindo as pistas dos cinco grandes animais africanos (leão, leopardo, búfalo, elefante e rinoceronte) enquanto cruza, de oeste a leste, o gigantesco parque de 21.500 quilômetros quadrados. Quanto às criaturas carnívoras que fatalmente farejarão seu cheiro no caminho, Le Bond diz: “Eles tendem a se afastar”.
O trekking começa em Mzima Springs, um ponto de encontro de hipopótamos na base da cadeia Chyulu, 240 quilômetros a sudeste de Nairobi. De lá, você seguirá o rio Tsavo, margeado por palmeiras, ao longo de habitats de girafas e antílopes até seu primeiro local de camping, na base das recortadas montanhas Ngulia. Depois de um cochilo embaixo do cobertor de penas em sua barraca felpuda de safári, estará pronto para tomar um drinque à beira da fogueira. Nos dias seguintes, você seguirá gazelas, antílopes e zebras a caminho do lado leste do parque, mais árido, onde é mais fácil avistar pequenos animais selvagens na planície aberta. A viagem termina com uma noite de mimos no resort Hemingway, um hotel luxuoso num pedaço de areias brancas da baía de Watamu, onde você pode relaxar ao lado da piscina e refletir sobre seu feito épico.
Operadora: Mountain Travel Sobek, www.mtsobek.com
Quando ir: março, junho e setembro
COSTA RICA
Travessia costa a costa
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 2.790
Aqui está uma maneira de se livrar da horda de turistas na Costa Rica: tente cruzar o país do Pacífico até o Caribe de bicicleta, a pé e fazendo rafting. Você começará essa jornada de 18 dias de costa a costa pedalando por dois dias do povoado costeiro de Dominical até as montanhas Tinamaste, onde caminhará pela floresta até sua primeira noite de acampamento – uma caverna rodeada por cachoeiras. O próximo dia te levará até uma crista onde você ficará num incrível hotel à beira do rio Chirripo, antes de começar um trekking de uma semana – com a ajuda de carregadores – pela floresta no planalto da cordilheira de Talamanca. O resto dos dias serão passados num trecho do rio Pacuare, de corredeiras classe III-IV, flutuando entre cânions com água despencando bem ao seu lado de várias cachoeiras de mais de 30 metros. O rio te jogará nas terras baixas do Caribe, onde você passará sua noite acampando na beira da mata.
Operadora: World Expeditions, www.worldexpeditions.com
Quando ir: março, setembro e dezembro
(Foto: Getty Images)
PANAMÁ
Trekking pelo Darién
Dificuldade: extrema
Preço: US$ 4.995
Enquanto seu pirágua (tipo de canoa) te levar ociosamente pelo rio Tuira até uma cidade mineradora abandonada, será possível ver bem mais antas e porcos do mato do que viajantes. O total isolamento é a recompensa para cinco a sete horas diárias de trekking (e canoagem) pelo pedregoso e frequentemente enlameado terreno desta exploração de duas semanas do Darién, a misteriosa floresta tropical de 6,4 milhões de acres que separa a América Central da do Sul. Quando você cruzar com humanos, estará nas remotas aldeias dos índios emberá. As noites são passadas em postos da polícia florestal e acampamentos rústicos e o despertador são as araras e caracarás.
Operadora: Myths and Mountains, www.mythsandmountains.com
Quando ir: dezembro a abril
CARIBE
Explorando ilhas de veleiro
Dificuldade: fácil
Preço: US$ 1.500
Seis dias no veleiro Legacy de 300 pés (100 metros) – percorrendo as ilhas mais paradisíacas do Caribe como Aruba, Bonaire e Curaçao, além de inúmeras outras ilhotas pouco exploradas. Em todas elas muito mergulho, snorkeling e canoagem. Dependendo de cada ilha, é possível encontrar um leque de opções para praticar um esporte. Em Aruba você encontra condições perfeitas para praticar windsurf e kitesurf; em Bonaire, mountain bike e escalada; e em Curaçao, que tal nadar com os golfinhos? Com todas essas alternativas para chacoalhar o esqueleto, é claro que há outras opções para relaxá-lo. Esticar as pernas nas praias, experimentar a cozinha local, fazer compras e freqüentar festivais e baladas estão entre elas. Dentro do veleiro também há diversas atividades, como conhecer como funciona a navegação do Legacy e toda a sua estrutura.
Operadora: Top Travel, www.toptravel.com.br
Quando ir: setembro a maio
ITÁLIA
Trekking em Piedmont
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 3.995
Esta introdução de seis dias à ainda tranqüila região agrícola, 60 quilômetros a sudeste de Turim, é um guia da Itália para glutões. Há muito tempo um point gastronômico (o movimento Slow Food começou aqui), Piedmont produz os melhores vinhos da Itália – Barolo e Barbaresco – e uma cozinha refinada e pura com pratos como porco do mato e risoto com trufas frescas. Depois de caminhadas diárias de dez a 24 quilômetros, você chega numa casa de fazenda cercada de vinhedos. Quando não estiver andando ou jantando num restaurante premiado, experimente vinhos com uma família local, beberique espumante com um dos melhores produtores locais, siga um trifulao (caçador de trufas) e seu cachorro, ou tenha lições de culinária – e depois mergulhe numa banheira de água quente, enriquecida com uvas esmagadas.
Operadora: Butterfield & Robinson, www.butterfield.com.br
Quando ir: maio e setembro
FRANÇA
Bike nos Alpes franceses
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 3.695
Um acampamento de sonho de dez dias para ciclistas sérios. Acompanhados por um ex-ciclista e fotógrafo profissional, você pedalará em estágios da famosa Dauphiné-Libéré, disputada em algumas das mesmas ruas do Tour de France. Abandone o pelotão ao fim do dia para explorar vilas de montanha pitorescas e elegantes como Uriage-les-Baines, onde você se fortalecerá para o próximo dia de pedal com especialidades locais, como salsicha de bode dos pastos dos alpes Savoy e requintados vinhos brancos. Poupe suas pernas para o trecho de 117 quilômetros do último dia (você também pode optar por percursos de 88 ou 150 quilômetros) – o Megève-Mont Blanc Classic, com 2.800 metros de subida sobre três magníficos colos.
Operadora: Velo Classic Tours, www.veloclassic.com
Quando ir: junho
MALTA
Natação pela costa de Malta
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 1.200
Localizada no estreito entre a Sicília e o norte da África, Malta é um grupo de ilhas com as águas mais claras e quentes do Mediterrâneo. Durante seis dias, você nadará de três a cinco quilômetros diários, indo de ilha em ilha e secando-se em pequenas pousadas de famílias locais. A qualquer momento você pode pular para dentro do barco de apoio que acompanha os nadadores, e fique tranqüilo: os guias sabem o que estão fazendo – vários deles completaram travessias solo do Canal da Mancha. À noite, a diversão continua com conversas sobre técnicas de natação e análise dos vídeos feitos durante o dia.
Operadora: Swim Trek, www.swimtrek.com
Quando ir: abril a junho e setembro
(Foto: Chris Rogers)
CHIPRE
Mountain bike nas trilhas de Troodos
Dificuldade: extrema
Preço: US$ 1.895
Para uma viagem ao nirvana dos pneus de cravo, experimente essa excursão de 273 quilômetros de mountain bike na ilha de Chipre, ao sul da Turquia. Pedale por singletracks rochosos, estradas de terra branca e trilhas sinuosas, todas tendo como cenário de fundo montanhas ou uma vista do Mediterrâneo. Seu campo base será o hotel Pendeli, na área rural do resort de Platres. Dali, faça explorações diárias às montanhas Troodos, com seus 1.828 metros de altura, que oferecem condições perfeitas para um pedal “responsa” até sob o forte sol do verão mediterrâneo. O terreno é mistureba: pedras soltas que demandam certa técnica, curvas fechadas, subidas esburacadas, pontes e downhills cascas-grossas. Suba as ladeiras até o topo do Chionistra, de 1.951 metros, para depois despencar até o mar, mas tenha certeza de ter levado água extra, porque o carro de apoio não consegue te seguir até lá. Após as trilhas, banhos de mar, de banheira ou uma sauna no familiar Pendeli.
Operadora: KE Adventure, www.keadventure.com
Quando ir: junho, julho e setembro
TURQUIA
Caiaque oceânico pela costa mediterrânea
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 3.495
Explore a surpreendente costa mediterrânea da Turquia a bordo do cockpit de um caiaque oceânico nessa aventura multiesporte de
oito dias. Daí explore a pé essa mesma região, acompanhado de um guia, visitando tumbas licianas (quando a Turquia ainda era chamada de Ásia Menor, nos séculos 3 e 4, existia ali a província de Lícia), o local de nascimento do deus Apollo e a pequena Kas, uma vila chique e cheia de vida de 2.400 anos. Um luxuoso gulet (antiga embarcação turca) de madeira, com chef, será seu hotel flutuante, mas as noites estreladas farão você trocar sua cabine por um colchão no deck. Reme com seu caiaque por praias desertas antes de cair na água e mergulhar sobre as ruínas submersas.
Operadora: The Northwest Passage, www.nwpassage.com
Quando ir: setembro e outubro
RÚSSIA
Trekking no monte Elbrus
Dificuldade: extrema
Preço: € 2.700
O mundo veio realmente a sentir a beleza do monte Elbrus, na Rússia, somente após a Guerra Fria, quando estrangeiros começaram a conseguir autorização para escalá-lo. Hoje, com auxílio de guias e montanhistas é possível atingir seu cume de 5.642 metros, o maior da região. A chegada dessa viagem de 17 dias é na capital Moscou, mas o lugar que você quer ir mesmo é Mineralnie Vody (água mineral, em russo), região onde fará trekking e traslados de van até atingir o Elbrus Camp e se preparar para chegar ao pico da montanha. Antes do grande dia, acontece uma série de escaladas e caminhadas para aclimatação e aperfeiçoamento técnico. Claro que os organizadores da expedição não vão esquecer da parte relax e, por isso, promovem churrascos à moda russa, regados a uma boa cervejinha. Prepare seus pulmões, porque escalar um pico de mais de 5 mil metros não é nada fácil.
Operadora: Latitudes, www.asiaonline.com.br
Quando ir: setembro
ESTADOS UNIDOS
Explorando Moab
Dificuldade: desafiante
Preço: US$ 1.500
Moab, no estado de Utah, nos Estados Unidos, é considerado o paraíso do mountain biking mundial. Lá estão as trilhas mais iradas do planeta, misturadas a uma paisagem repleta de cânions e aquele característico ar desértico do Velho Oeste. As melhores épocas para se visitar o local são o outono e a primavera norte-americanos, pois não está nem tão quente e nem tão frio. A Escape Adventures é uma agência local que possui um roteiro padrão de seis dias, mas com opção de adaptá-lo de acordo com a sua vontade. A hospedagem você também escolhe. Pode ficar em hotéis ou em campings.
Operadora: Escape Adventures, www.escapeadventures.com
Quando ir: abril e maio ou setembro e outubro
PLAYGROUND: Bikers se divertem no deserto de Moab
CANADÁ
Heliskiing em um megaiate
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 36 mil (para 12 pessoas)
Quando o helicóptero B2 A-star te deixar num pico com neve fofa e virgem no meio de uma geleira de milhões de acres de uma cadeia de montanhas do litoral da Columbia Britânica, você acreditará ter atingido o ápice da exclusividade. Mas isso é apenas metade da diversão. Depois de ter descido tantas pirambeiras geladas que seu quadril estará pedindo arrego, você voltará para bordo de um luxuoso iate de 201 pés (61 metros) para tomar umas taças de champanhe e mergulhar numa jacuzzi para oito pessoas. Levantando âncora entre duas baías no estreito da Geórgia, o iate Absinthe serve de casa para a mais extravagante, supermegatop viagem de heli-ski do mundo. Se o clima na montanha ficar impraticável, coloque os caiaques na água gelada, ligue os motores do barco de pesca de 40 pés (12 metros) ou simplesmente aqueça-se na opulência que seu dinheiro pode comprar.
Operadora: Sea to Sky Heliports and Megayacht Adventures, www.motoryachtabsinthe.com
Quando ir: março e abril
ANTÁRTIDA
Expedição com Amyr Klink
Dificuldade: fácil
Preço:a partir de US$ 5.843
De Buenos Aires a Ushuaia, o fim do mundo. Essa é uma expedição de 18 dias à Antártica a bordo do navio norueguês Ms. Nordnorge. A aventura passa pelas ilhas Falkland, ou Malvinas, New Island, West Point Island, South Georgia, passagem de Drake, cabo Horn e tudo com assessoria de um dos aventureiros mais notáveis do mundo, o brasileiro Amyr Klink, cientistas e biólogos. Durante toda a viagem há palestras sobre todos os locais visitados com dicas históricas, muita paisagem, leões-marinhos, pingüins, albatrozes, entre outros. Para pisar no continente antártico é necessário que as condições climáticas estejam favoráveis e, além disso, há diversas regras para o turismo no local como, por exemplo, o desembarque de no máximo cem pessoas por vez.
Operadora: Landscape, www.landscape.com.br
Quando ir: outubro e novembro
GROENLÂNDIA & ISLÂNDIA
Odisséia ártica
Dificuldade: moderada
Preço: US$ 5.295 a US$ 6.995
Quando você e sua câmera se aventurarem no reino dos ursos polares e bois almiscareiros, é reconfortante saber que há um expert a bordo, cujas dicas podem transformar uma foto perdida no clique da sua vida. O premiado fotógrafo de natureza Frans Lanting e o renomado explorador polar Will Steger irão acompanhar você nesta viagem de 11 dias de Spitsbergen, na Noruega, a Keflavík, na Islândia. O barco de pesquisa polar de 46 pessoas Grigorly Mikheev carrega uma frota de zodíacos para explorações da costa leste da Groenlândia, onde pássaros migratórios e baleias dão voltas pela água gelada. O barco segue caminho até o fiorde Kaiser Franz Joseph em busca de raras baleias árticas e visita à vila de Ittoqqortoormiit, a caminho do litoral sudoeste da Islândia.
Operadora: Wilderness Travel, www.wildernesstravel.com
Quando ir: setembro
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de agosto de 2006)
SAFÁRI DE ELEFANTE: Explorando Botsuana pelo delta de Okavango
PEDAL: Os cânions das serras gaúchas são a paisagem desse roteiro pelo sul
(Foto: Kleber Bechara)
PARAÍSO: Tudo fica longe das ilhas Pitcairn
(Foto: Wolfgang Kaehler / Corbis)
CRUZAMENTO: Roteiro cruza a Costa Rica de costa a costa
A PÉ: Prepare-se para explorar a floresta panamenha
(Foto: Getty Images)
NO BRAÇO: Vista da ilha de Malta
DIVERSÃO: Fuja do Mickey e aproveite o parque Dry Tortuga
A LIBERDADE É BRANCA: Cachoeira Skogakoss, perto de Reykjavík
Viagens dos sonhos
Fugindo do Mickey
Dificuldade: Fácil
Preço: US$ 1.346 (inclui passagem aérea em vôo direto até Miami, aluguel de carro, sete noites de hospedagem em hotel cinco estrelas, translados e seguro-viagem Touristcard. As entradas para os quatro parques custam a partir de US$ 5)
Esqueça os parques da Disney, Universal e Busch Gardens. Destino turístico mais manjado do mundo, a Flórida tem outros parques bem mais interessantes. Para fugir do Mickey, uma boa opção é chegar de hidroavião ao parque Dry Tortuga após sobrevoar as dezenas de ilhotas da região de Key West, além de conhecer a histórica construção de Fort Jefferson. A área, reprodutório de tartarugas em algumas épocas do ano, proporciona atividades como mergulho, passeios de barco e pesca esportiva.Motivos marítimos não faltam também no Byscaine National Park, a 60 quilômetros de Miami, que possui o terceiro maior atol de corais do mundo e naufrágios históricos em águas quase transparentes. Para quem busca mais adrenalina, a dica é conhecer o Everglades National Park, com aventuras pelos famosos pântanos da região. A bordo de bote a remo ou airboat (barcos movidos a grandes hélices sobre a água), fauna e flora se misturam ao redor do percurso que abre caminho entre tartarugas e até crocodilos. E ninguém pode ir embora sem passar pela Parrot Jungle Island. Encravado em uma ilha no meio de Miami, o “parque do papagaio de pirata”, completamente reformado, é um verdadeiro refúgio de animais exóticos bem perto dos visitantes.
Operadora: Vivere, www.vivere.com.br
Quando ir: o ano todo