Por Cassio Waki
Aos 40 anos, a velejadora sul-mato-grossense Izabel Pimentel está perto de completar sua solitária travessia do oceano Atlântico. A empreitada começou na França, em junho, e está prevista para terminar no início deste mês, no Rio. Essa grande viagem é, na verdade, apenas um treino para uma outra façanha: a Regata Mundial Mini Transat, que começa em setembro de 2007 na cidade francesa de La Rochelle e acaba em Salvador, na Bahia, totalizando 7800 quilômetros
65 dias foram gastos de Saint Quay, na França, a Fortaleza, no Ceará, passando por Portugal e Cabo Verde.
10 mil quilômetros é a distância aproximada que Izabel irá percorrer da França ao Rio de Janeiro.
4 raros banhos de água doce Izabel conseguiu tomar em 42 dias. O resto foi com água do mar mesmo. Para tirar o sal, ela usava lenços umedecidos. “Meu cabelo foi pro espaço”, lamenta.
11 quilos ela perdeu durante a expedição. Começou com 61 quilos e agora está com 50.
20 anos foi a idade em que ela começou no windsurf, antes de se aventurar na vela. Também já praticou kitesurf e parapente.
2 expedições de caiaque oceânico foram realizadas em sua carreira na década de 90. Uma pela costa de Portugal e outra entre Santos e Vitória.
4 latinhas de feijão e um pouco de geléia, goiabada e mel faziam parte de seu menu “cinco estrelas”, já que no resto do tempo ela comia basicamente alimentos desidratados.
80 litros de água, às vezes misturados com um pouco de suco ou leite, ajudaram-na a se manter hidratada.
2 momentos de perrengue forte. Num deles, escapou por milagre de uma colisão com um navio na costa de Lisboa. Uma onda salvou-a do choque. Outro sufoco ocorreu enquanto dormia em mar aberto. O barco quase colidiu com um navio, mas ela acordou a tempo de desviar sua rota.
2 dias inteiros ela ficou enjoada com o forte cheiro de gasolina que vazou do motor de popa quando deixava Lisboa.
20 minutinhos era sua média de sono diária. Em momentos de “relax”, dava-se o luxo de dormir 40 minutos.
6,5 metros é o tamanho de seu barco.
1,55 metros era a altura do “cafofo” onde dormia, cozinhava, guardava roupa e comia. Detalhe: Izabel mede 1,68 m.
0 momento de tédio. A velejadora garante que jamais se sentiu cansada de estar sempre sozinha na travessia: “Eu trabalhava o dia todo no barco, nem rolava de bater solidão. Quando tinha um tempinho, aproveitava para curtir o visual”.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de outubro de 2006)