Para todos

Por Renata Falzoni
Foto por Sidney Bloch

Há 10 anos e alguns meses, no dia 02 de agosto de 1996, 17 mountain bikers saíram correndo em direção a suas magrelas na largada da primeira edição do MTB 12 Horas. E no último dia 02 de dezembro, 10 anos depois, o 12 Horas realizou sua 11a edição. A largada em estilo Les Mans, já tradicional, foi a mesma. Mas o número de atletas se multiplicou, transformando o 12 Horas numa grande confraternização de amantes do esporte de todas as gerações – e também de competidores que querem dar tudo de si no evento que fecha a temporada de mountain bike no Brasil. Veja aqui alguns números construídos ao longo da trajetória da prova

24 horas tem a prova que inspirou o MTB 12 Horas. Ela se chamava 24 Hours de Canaan (hoje, chama 24 Hours of Snowshoe) e é realizada em West Virginia, nos Estados Unidos. Quem adaptou a prova para o Brasil foi o mountain biker Alexandre Torres.

6 quilômetros tinha o percurso original do MTB 12 Horas, organizado por Eduardo Ramires e Alexandre Torres no CEMUCAM (Centro Municipal de Campismo), um parque no km 25 da Rodovia Raposo Tavares, próxima a Cotia. O local foi escolhido por já ter um circuito de cross country freqüentado pelos bikers e infra-estrutura pra receber os competidores.

68 competidores participaram da primeira edição. 17 largaram, cada um representando um quarteto. Era a primeira prova de longa duração por equipes disputada na América do Sul. O circuito era rápido e técnico. Os trechos mais perigosos foram sinalizados com tochas.

1999 foi o ano em que a competição teve que ser paralisada depois de pouco mais de 8 horas por causa de tentativas de assalto na trilha do CEMUCAM. Por conta disso, no ano seguinte a organização transferiria o evento para Itupeva.

2003 foi o primeiro ano em que o norte-americano Tinker Juarez, campeão mundial convertido às provas de longa duração, venceu a categoria solo. Ele venceria novamente em 2005. Em 2004, sua bike quebrou quando ele liderava a prova.

440 atletas participaram do evento em 2006, buscando percorrer o maior número de voltas possível no percurso dentro das 12 horas de prova.

7,7 km tinha o percurso desta 11a edição. Menos técnico do que as edições iniciais, permitia a participação (e diversão) tanto de bikers profissionais como amadores.

168 km a cearense Alzione Diógenes pedalou, num total de 21 voltas, para conquistar o primeiro lugar no solo feminino de 2006. É o terceiro ano que Alzione vence a categoria.

25 voltas deu o vencedor geral do MTB 12 Horas 2006 na categoria solo, Joseilton da Silva Gomes, num total de 200 km percorridos. Joseilton já havia sido o vice-campeão no ano passado e este ano subiu mais um degrau no pódio.

4 vezes consecutivas a equipe Pedal Power foi campeã na categoria Team. Este ano, ela venceu a categoria Team com 29 voltas

2 vezes Abraão Eleutério de Azevedo venceu a categoria solo, em 2001 e 2002. É o único brasileiro a conseguir tal feito.

20,30 km/h foi a velocidade média da equipe Bianchi Oakley, a mais rápida de 2006

4 equipes conseguiram a proeza de pedalar 241 km ou 31 voltas durante 12 horas

60 é o número máximo de atletas que podem se inscrever na categoria solo

8 categorias são disputadas no 12 Horas, sendo que uma delas, a solo masculina, é sub-dividida em outras quatro categorias, por idade.

181 metros é o desnível acumulado de cada volta no percurso atual do 12 Horas.

3 mil litros de água foram fornecidos para hidratação;

1 ombro quebrado, do Otoni Gali Rosa, que por acaso era o competidor mais velho no evento deste ano, com 68 anos. Ele competiu na categoria solo e, até a queda, tinha dado 5 voltas.

10 mil metros de fita foram usados para demarcar o circuito.

Mais de 100 pessoas trabalharam na organização da 11a edição.

500 litros de isotônico GU2O foram distribuídos, divididos em 2.500 doses.

2007 será, se tudo der certo, o ano de estréia do MTB 24 Horas. “Temos planos de realizar a versão mais longa este ano, só precisamos de um patrocínio para fazer um evento à altura do 12 Horas, que com certeza é a maior prova de bike da América Latina”, diz Paulo de Tarso, que organizou a prova de 2006 junto com Eduardo Ramires.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de janeiro de 2007)