Águas abertas


CARDUME: Competidores iniciam a Travessia dos Fortes, prova de 3.800 metros realizada entre os fortes de Copacabana e Leme, no Rio de Janeiro

Por Cassio Waki

A equipe brasileira de triathlon, que vai brigar por medalhas no Panamericano do Rio de Janeiro, já está definida. Os nomes saíram no fim do ano passado. A modalidade sai na frente de quase todas as outras, que ainda esperam por suas seletivas. “Isso é muito bom, porque conseguimos montar um planejamento de treinos e provas com antecedência. E chegar no Pan com tudo”, conta Sandra Soldan, uma das atletas classificadas.

O critério de seleção foi classificar os três melhores em cada ranking brasileiro (masculino e feminino), sendo que as principais provas que valeram pontos foram as Copas do Mundo disputadas no México (Mazathlan e Cancun), Hungria, Alemanha, China, o Mundial da Suíça e todas as etapas do circuito brasileiro. O trio feminino é composto por Mariana Ohata (1.244,1 pontos), Carla Moreno (575,9 pontos) e Sandra Soldan (441 pontos). Os homens são Juraci Moreira (825,7 pontos), Antônio Carlos da Silva (710,2 pontos) e Virgílio de Castilho (443,7 pontos).

Medalhas

O triathlon é ainda um esporte novo dentro dos Jogos Panamericanos. O evento teve início em 1951 e o triathlon só disputou medalhas a partir de 1995, nos Jogos de Mar Del Plata, Argentina. O Brasil começou com chave, ou melhor, medalha de ouro de Leandro Macedo. Quatro anos mais tarde, em Winnipeg, no Canadá, foi a vez de Carla Moreno conquistar prata e, na última edição, em Santo Domingo, República Dominicana, Virgilio de Castilho trouxe outra prata.


Correndo em casa

Na equipe brasileira, dois atletas atuarão totalmente “em casa”. Os cariocas Virgilio de Castilho e Sandra Soldan conhecem mais do que ninguém o local da disputa: “Só guardo boas lembranças da praia de Copacabana. Foi onde fiz minha primeira prova e já tive a primeira vitória”, lembra Castilho, que em 1994, ainda amador, foi o campeão de sua faixa-etária, na época 15 a 19 anos. Ele busca mais uma medalha panamericana mesmo com as dificuldades que enfrenta atualmente. “Estou sobrevivendo para chegar lá. Tenho um patrocínio que me segura, mas é pouco. Ainda mais para um atleta que já mostrou o que pode. Meu objetivo é ganhar uma medalha e parar”, revela Castilho.

Mesmo sendo um ano classificatório para as Olimpíadas de Pequim, Sandra coloca o Pan como prioridade número 1 de 2007. “As provas escolhidas até o Pan já foram definidas e meus treinos já estão focados em fortalecimento muscular e melhorar minha corrida”, conta a triatleta que foi 8ª em Winnipeg, 5º em Santo Domingo e busca uma medalha para este ano. Mas Pequim não fica tão de lado: a medalha de ouro no Pan pode render uma vaga direta às Olimpíadas de 2008. Caso contrário, os atletas devem somar pontos no ranking mundial. Os três melhores classificados de cada país e que estejam entre os 50 primeiros poderão viajar à China.

Em aberto

Apesar das vagas já estarem definidas, a comissão organizadora do triathlon no Pan, que é de responsabilidade da Confederação Brasileira de Triathlon, ainda está em aberto. Por isso, alguns pontos como os detalhes do percurso precisam ser definidos. Um trajeto plano é o mais provável, mas algumas surpresas podem vir. A única certeza é de que os atletas classificados terão patrocínio para algumas etapas do circuito internacional e, pouco antes do início do Pan, serão levados para treinar em lugares altos, ainda não escolhidos.

Produto

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(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de janeiro de 2007)