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BOA MENINA: Maya faz a lição de casa em Pipeline
(Foto:Divulgação)

Por Débora Rocha

Na madrugada do último dia 14 de abril, a brasileira Maya Gabeira ganhou um dos principais prêmios do surfe mundial: o troféu de melhor performance feminina do Billabong XXL Global Big Wave Awards, uma espécie de Oscar das ondas grandes. Receber o troféu das mãos da havaiana Keala Kennelly, ex-atleta da WCT, numa cerimônia animadíssima na Califórnia, significa “apenas” que a brazuca teve o melhor desempenho dentre todas as surfistas mundiais ao longo de 2006.

Para definir quem leva esse supercaneco para casa, a comissão organizadora do evento analisa centenas de fotos e imagens gravadas ao longo do ano, enviadas à organização pelos próprios surfistas, fotógrafos e cinegrafistas. Maya encarou verdadeiras montanhas d’água em Porto Escondido, no México, e em Waimea, no Havaí, e desbancou a paulista radicada havaiana Andrea Möller que disputava a mesma categoria.

Já o baiano Danilo Couto, que concorria entre os homens, perdeu o título para o havaiano Garret McNamara, atual campeão mundial de tow-in. O californiano Ken “Skindog” Collins foi o grande vencedor da noite ao levar dois dos seis prêmios totais. Também pelo bom desempenho em Puerto Escondido, o cara levou o título de melhor onda do ano e de maior tubo.

Estar na lista dos indicados tendo apenas 19 anos já é uma conquista. Mas, o resultado é apenas o comecinho de uma carreira que promete (e já cumpre) ser meteórica. Com fama de teimosa e corajosa, Maya já sabe a que veio desde muito cedo. Carioca, filha do ex-guerrilheiro e hoje deputado federal Fernando Gabeira, Maya ficou de pé numa prancha pela primeira vez quando tinha apenas 14 anos de idade. Um ano depois, ela já tinha definido a sua profissão, ao contrário de outras adolescentes nesta mesma idade: viveria do surfe. Desde 2004, mora no Havaí e surfa todo dia, de preferência em Pipeline. E colocou como meta principal na sua vida um dia dropar a onda perfeita.

Parece que esse dia chegou. “Agradeço ao surfista Danilo Couto, por me trazer a Maverick’s [Califórnia], o que significou a realização de um sonho, e à minha família, que sempre me apoiou”, disse emocionada ao receber o troféu e um cheque de cinco mil dólares como prêmio.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de maio de 2007)







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