9º Prêmio Outsiders: Susana Schnarndorf

Desde 2006, selecionamos atletas, expedicionários, artistas e ativistas que têm contribuído para expandir os limites dos esportes e da vida outdoor no Brasil para receber o Prêmio Outsiders. A premiação deste ano aconteceu no dia 29 de abril, em São Paulo. Confira abaixo o último dos perfis publicados na revista Go Outside de abril (ed. 107), que conta um pouco da batalha da gaúcha Susana Schnardorf, portadora de uma doença degenerativa, campeã Mundial dos cem metros peito e a vencedora deste ano.

SUSANA SCHNARDORF
Portadora de uma doença degenerativa, a gaúcha venceu o Mundial dos cem metros peito e ainda foi eleita a melhor paratleta brasileira

Por Mario Mele e Bruno Romano

Ilustração: Abiuro e Renato Breder
Retrato: Alex Batista

Modalidade: Nadadora paralímpica
De onde é: Porto Alegre (RS)
Idade: 46 anos

QUAL O VERDADEIRO VALOR de uma medalha de ouro? Para a nadadora paralímpica Susana Schnarndorf, portadora de uma rara doença degenerativa, o primeiro lugar do pódio vale uma vida. “Meu amor pelo esporte me fez renascer. Por mais de uma vez, já me deram poucos meses de vida. Mas a verdade é que a cabeça manda. O paraesporte me deu uma nova chance”, conta a atleta gaúcha de 46 anos, atual campeã mundial dos 100 metros peito, medalha essa conquistada em Montreal, no Canadá, em 2013.

Nem sempre foi assim. Ainda sem sinais da doença, em 1992, Susana começava sua carreira no triathlon olímpico, prova que dominou totalmente, com direito a cinco títulos brasileiros. Na sequência, participou do Panamericano de 1995 e competiu em 13 edições do Ironman ao redor do mundo, antes de descobrir, em 2005, um problema de saúde bastante incomum. Susana sofre de uma degeneração multissistêmica, uma condição que atrofia progressivamente diversos sistemas de seu corpo. “Quando estou nadando, não penso nisso, mas tenho de lidar com a doença todos os dias. Ela é progressiva, não tenho alternativa, não posso desistir”, conta a nadadora.

A atividade física ajuda bastante. Na prática, são dois treinos diários entre duas e três horas cada, intercalando piscina, musculação e exercícios funcionais, em um centro de referência paralímpica de São Caetano do Sul (SP). “Quanto mais, melhor! Minha alma é de Ironman”, orgulha-se Susana, que teve seus esforços reconhecidos pela Confederação Paralímpica Brasileira, que a elegeu atleta destaque de 2013. “Eu olho para trás e me dá até arrepio. Eu cheguei ao fundo do poço quando descobri a doença. Mas tudo o que passei e as pessoas que conheci só me deixaram mais forte”, conta ela, que é mãe de três filhos, Kaillani, de 16 anos, Kaipo, 11, e Maila, 8. “Meu grande objetivo agora são os Jogos Paralímpicos de 2016. Vai ser grandioso, pois vamos deixar um imenso legado para o paradesporto no Brasil. Se eu conseguir inspirar alguém com meu esforço e dedicação, tudo isso já terá valido a pena.”


DE OURO: Susana mostra seu talento nos 50 metros peito e se emociona ao faturar o Mundial
(Foto: Marcelo Regua)

Patrocinadores: Loterias Caixa, Time Rio, Time Nissan, Ministério do Esporteb (Bolsa atleta Podium)







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