Intercâmbio de surfistas

Já imaginou se hospedar, sem pagar estadia, em frente à onda que sempre sonhou em surfar? Dois franceses criaram um site de intercâmbio cultural que torna isso possível

Por Kevin Assunção, da revista Hardcore


PERFEIÇÃO: As direitas de V-Land ficam próxima à casa do fotógrafo Bruno Lemos, cadastrado na rede de intercâmbio Swap and Surf

A organização da surf trip dos sonhos pode ser trabalhosa. Por exemplo, você precisa de tempo para descobrir a época ideal para pegar altas ondas em determinado lugar. Para realizar, portanto, o custo provavelmente será mais alto. Serão gastos com hospedagem, alimentação, aluguel de automóvel ou translado… E por aí vai. Mas essas questões serviram de combustível para que os primos franceses Sylvain e Phillipe Garms criassem o Swap and Surf (swapandsurf.fr), uma rede de intercâmbio de surfistas.

Com o projeto, Sylvain e Phillipe pretendem aproximar amantes do surf de todos os cantos do mundo por meio da troca de informações sobre os picos onde vivem, além de disponibilizarem a moradia para abrigar outras pessoas sedentas por conhecer ondas novas. Compartilhar o conhecimento sobre a região onde mora, aliás, é um dos pontos principais do S&S. “Podem ser dicas simples, como onde consertar a prancha, um lugar legal para tomar uma cerveja ou, por exemplo, em qual pointbreak surfar quando a maré estiver baixa”, exemplifica Sylvain. A viagem pode ocorrer de três formas: um surfista recebe o outro em sua moradia, aluga um imóvel que esteja vazio, ou troca de casa com outra pessoa.

Sylvain e Phillipe tiveram a ideia do Swap and Surf enquanto realizavam um intercâmbio de casas com uma família de surfistas de Jersey, uma ilha britânica no Canal da Mancha. Desde 2009, começaram a desenvolver o projeto e, no fim do ano passado, inauguraram o site.

Por questões de privacidade dos usuários, eles dizem que não têm o registro de quantos intercâmbios aconteceram até agora. Em contrapartida, revelam que 693 pessoas de 60 países diferentes já se cadastraram no S&S. Sylvain afirma que a maioria é constituída por franceses, mas que também há muitos surfistas brasileiros, peruanos, sul-africanos, australianos e de diversos países europeus.

O big rider Eric Rebiere, que mora em Ericeira, Portugal, e o fotógrafo Bruno Lemos, radicado no North Shore de Oahu, Havaí, são dois dos usuários do Swap and Surf. Apesar de ainda não terem feito o intercâmbio, eles gostaram da proposta. “Apoiei desde o começo. Devo utilizar bastante isso. Surfistas irem à casa de outros surfistas é o sonho”, acredita Eric. Já Bruno se interessou bastante pelo potencial econômico: “Dependendo das pessoas, deve ser legal. E com o preço das diárias de hotéis e resorts de hoje, definitivamente essa é uma boa ideia”.

(Reportagem originalmente publicada na revista Hardcore [Editora Rocy Mountain] em abril de 2014)







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