O FOTÓGRAFO PAULISTA FABIO PARADISE reuniu material de seis expedições que fez à Amazônia ao lado do surfista e amigo Sérgio Laus, entre 2011 e 2013, e acaba de publicar o livro Pororoca – A Onda da Amazônia (160 páginas; R$ 160; editoragaia.com.br). Por meio de textos curtos e imagens grandiosas, Fabio quis dividir os momentos especiais que viveu nessas viagens em busca da famosa onda de rio, além de relatar a experiência dos surfistas e a relação dos povos ribeirinhos com o fenômeno. A seguir, ele fala sobre a produção deste seu mais recente trabalho, que transborda a vibração da selva, com seus sons e cores.
GO OUTSIDE: Como surgiu a ideia do livro?
Fabio Paradise: Em 2012, eu finalizava um livro sobre Galápagos, exatamente uma semana antes de ir mais uma vez à Amazônia. Então separei algumas fotos de duas expedições que fiz àquele lugar em 2011 e, durante a nova viagem, mostrei as imagens a surfistas, como o Sérgio Laus, a membros do Instituto Surfando na Selva (surfandonaselva.com.br), e até ao prefeito de Macapá, um incentivador do surf na pororoca. A aceitação desta coletânea por eles foi o empurrão que faltava para eu começar a trabalhar no novo projeto.
O que você quis mostrar com as imagens?
De um acervo de mais de 20 mil fotos, pensei em imagens que mostrassem a cultura local e as paisagens, que variam entre selva e campos alagados – e não apenas o fenômeno da onda.
Qual é a maior dificuldade de fotografar a pororoca?
A logística não é o mais difícil, principalmente porque contamos com a ajuda do Instituto Surfando na Selva, que é especialista na pororoca. É mais desafiador organizar a cor, a imensidão e a transformação da onda em uma única imagem. Quis transmitir a sensação do que é surfar na maior floresta do planeta para despertar a vontade de estar ali em quem olhar a foto.
No meio de tantas recordações, há uma foto preferida?
A minha preferida é a foto da capa – uma onda fazendo a curva no rio. Ela foi tirada durante uma de minhas viagens de 2011. É um momento raro e meio confuso, mas maravilhoso – você não sabe se é uma duna ou se é água.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de março de 2014)