Por Gisele Gasparotto
O ano começou quente para nosso ciclismo feminino. Logo na primeira semana de janeiro, tivemos a Volta Feminina, realizada em São Carlos (SP). Foram quatro etapas, divididas em três dias de prova, com a presença de 27 ciclistas e largada separada da categoria junior – o que, na minha opinião, revelou-se mais um ganho para as meninas, dando-lhes mais credibilidade e importância.
Logo depois, como escrevi em outro texto, a Funvic-São José levou suas ciclistas para correr o Tour de San Luis, na Argentina, em uma inédita participação de uma equipe feminina brasileira em uma Volta internacional.
Agora mais uma competição fará parte da história do ciclismo feminino nacional. Entre os dias 26 de fevereiro e 2 de março, será realizada a segunda edição da Vuelta Femenina da Costa Rica. Serão 340 quilômetros divididos em cinco etapas (a atual campeã é Inga Cilvinaite, da Lituânia). De acordo com informações do site do La Nacion Deportes, este ano será também marcado pelo recorde de participações de equipes estrangeiras, como Rússia, Brasil, Colômbia e Guatemala. A presença de uma equipe brasileira também é inédita. Porém a maior novidade não está apenas na participação de uma equipe nacional e, sim, na forma como essa equipe foi montada.
Não vou mencionar todas as dificuldades que eu enfrentei para conseguir apoio para levar a equipe à Costa Rica, já que as passagens aéreas não são concedidas pela organização. Felizmente pude contar com a ajuda de amigos, que disponibilizaram a verba das passagens, e também da Ciclismo Pro, por meio da iniciativa particular de Fernando Blanco, que acreditou em nosso projeto.
Assim seguiremos para a Costa Rica com uma equipe muito entrosada e competente, sempre com o espírito de união e focada em fazer o melhor que pudermos, sem obrigação com resultados. O principal objetivo é trazer uma bagagem internacional para essas meninas, para que elas possam cada vez mais evoluir e estar mais próximo do nível internacional.
As ciclistas que irei mencionar abaixo representam outras equipes nacionais e, de uma maneira muito gentil, foram liberadas para que pudessem correr essa Volta pela Route Bike Ladies/Ciclismo Pro. Portanto, ao término da competição, elas voltarão a representar suas respectivas equipes em campeonatos nacionais. São elas:
2) Camila Coelho, da Memorial de Santos
3) Barbara Imbrioli, de Indaiatuba
4) Giovana Cruz Corsi, da Velo Seme Rio Claro
5) Gimena Stocco, de Indaiatuba
6) Eu, Gisele Gasparotto, da Route Bike
Apoio: Arthur Rogélius
Gisele Gasparotto é ciclista profissional e atualmente integra a equipe de ciclismo Route Bike, de São Paulo
SHOW: A ciclista Ana Paula Polegatch, bicampeã da Volta Ciclística Feminina de São Carlos
A ideia surgiu de um amigo que me perguntou se eu teria interesse em levar uma equipe para correr uma volta internacional. Imediatamente eu me interessei pela oportunidade e comecei a procurar informações sobre como conseguir um convite e qual seria a melhor configuração do time. Conversei com Hérnan Solano Venegas, presidente da Federação de Ciclismo da Costa Rica, que, após analisar meu projeto, concedeu-me o convite. Assim contatei algumas ciclistas que se destacaram no ano de 2013 e que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade na seleção brasileira. Dessa maneira surgiu a equipe Route Bike Ladies e depois, já com o apoio da Ciclismo Pro, o nome oficial passou para Route Bike Ladies/Ciclismo Pro.
1) Ana Paula Polegatch, da Memorial de Santos
Espero que outras equipes também tenham a iniciativa de levar suas atletas para participarem de provas internacionais e, dessa maneira, movimentar o interesse de empresas privadas a apoiarem o ciclismo nacional.
Desejo sucesso a todas e, principalmente, muita união!