Chega de roubos!


MEDIDA DE SEGURANÇA: Ciclistas pedalam em grupo na USP (FOTO: Alexandre Cappi)

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, em 2013 o número de roubos na região do Butantã (zona oeste da cidade de São Paulo) aumentou 20% em relação ao ano anterior. Ao que tudo indica, esse índice tende a piorar em 2014. Isso porque, durante os 20 primeiros dias deste ano, mais de dez bicicletas foram roubadas dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), localizado no mesmo bairro.

A Cidade Universitária é bem conhecida entre ciclistas e corredores que utilizam suas ruas para treinamento e lazer. Só que a falta de vigilância eficiente fez com que o lugar se tornasse um dos mais perigosos para se pedalar na capital paulista. Além do trânsito de carros e ônibus e do asfalto prejudicado em alguns trechos, os ladrões viraram mais uma preocupação para quem pedala pela USP.

Os relatos de pessoas assaltadas costumam ser bem parecidos: quatro indivíduos em duas motos interceptam a bike, sendo que o passageiro rende o ciclista mirando uma arma de fogo e fazendo-o descer da bicicleta – isso se ele ainda não caiu da bicicleta com a fechada. Então o ladrão coloca a bicicleta no ombro, monta na garupa novamente e a dupla foge.

E, se antes a regra era evitar alguns pontos considerados perigosos, como as proximidades do Hospital Universitário, hoje até as ruas mais movimentadas, como a Avenida da Raia, se tornaram foco dos ladrões. Segundo uma pessoa que teve a bicicleta roubada neste ano dentro da USP enquanto treinava, vigilantes da universidade chegaram a ver os bandidos saindo por um dos portões da universidade. Mas a vítima – que preferiu não se identificar porque mora na área e teme sofrer represálias – diz que os guardas alegaram ser “vigilantes patrimoniais”, e que nem arma portavam para barrar o ato criminoso.

Morador do Butantã, Roberto Sekiya criou um grupo no Facebook para discutir medidas de segurança. Para ele, é primordial que haja um entendimento entre lideranças estudantis, a reitoria da universidade e os órgãos de segurança pública. Alguns estudantes e professores questionaram recentemente a ação da Polícia Militar dentro do campus. Atualmente, apesar de vista com pouca frequência dentro da USP, a PM informou que tem um programa de policiamento por meio de uma base comunitária móvel.

“Os próprios alunos já estão criando medidas paliativas, como caronas solidárias para se prevenir dos assaltos”, diz Roberto. Alguns ciclistas também analisam a possibilidade de contratar uma escolta armada particular para não deixarem de treinar. Roberto entende que esses roubos se tratam essencialmente de um problema social – agravado naquela região pela presença de comunidades pobres. “Mas o roubo não é só de bike, há casas e carros furtados constantemente. Mas, além de se criarem oportunidades que afastem o jovem do crime organizado, as autoridades precisam aumentar os recursos da polícia, colocando mais veículos, homens e câmeras de vigilância”, diz.

Bicicletas avaliadas em mais de R$ 30 mil já foram roubadas na USP, e especula-se que elas são comercializadas em mercados informais ou, então, têm suas peças vendidas separadamente. Ainda há relatos de pessoas – que também preferem preservar suas identidades – que negociaram a própria bicicleta roubada com o ladrão, pagando um "resgate" em torno de 10% do valor de mercado. Mas é evidente que quem faz isso está apenas ajudando a deixar o roubo de bicicletas um “negócio” cada vez mais lucrativo.

Para que os órgãos públicos entendam de vez o caráter de urgência da situação, Roberto Sekiya está organizando para o próximo dia 1 de fevereiro (sábado) uma manifestação pela segurança da USP e arredores. Clique AQUI para participar e saber mais.

(Com informações de tvgazeta.com.br e bandnewsfm.com.br)







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