Do sul da Europa ao sudeste da Ásia, apresentamos seis regiões onde grandes aventuras vêm temperadas com culinárias ainda mais incríveis. Prepare o estômago Por Stephanie Pearson Sudeste do Alasca
Palavras-chave: Salmão fresco, caiaque, caranguejo-rei Alasca? Para comer bem? A gente explica: graças a seu vasto território (maior do que o Estado de Minas Gerais) e à atitude independente de seus residentes, o estado norte-americano do Alasca é um gigantesco cenário de culinária da contra-cultura. Vá de avião até a capital, Juneau, fique no centro da cidade no Silverbow Inn (quartos duplos a partir de US$ 89; silverbowinn.com) e siga direto para o Tracy’s King Crab Shack (kingcrabshack.com), uma cabana de madeira cercada por mesas de piquenique perto das docas dos navios de cruzeiro. Peça pernas de caranguejo-rei do Alasca (US$ 24), preparadas no vapor e cobertas de manteiga – é o paraíso na Terra! Para provar um dos melhores salmões da região, marque sua visita para coincidir com o festival do salmão conhecido como Copper River Wild Festival (26 e 27 de julho; copperriverwild.org). Dica: hospede-se no Orca Adventure Lodge (quartos duplos a partir de US$ 165; orcaadventurelodge.com). Dali dá para sair de caiaque direto das docas para a enseada de Prince William. Prefere pescar seu jantar você mesmo? No Kachemak Bay Wilderness Lodge (US$ 1.750 por pessoa por duas noites; alaskawildernesslodge.com), na baía de China Poot, perto da cidade de Homer, seu guia te ajudará a pescar e a limpar salmão prateado. Do outro lado da baía, aperfeiçoe sua técnica na cozinha na escola de culinária do Tutka Bay Lodge, localizada em um barco de pesca de caranguejos restaurado, onde a chef Kirsten Dixon te ensinará a preparar uma torta de salmão dos deuses (US$ 225 por dia; withinthewild.com).
País Basco, Espanha e França
Palavras-chave: Trilhas antigas, tapas, caldeirada de peixe Prepare-se para uma temporada de frescor e simplicidade. Unido pelo idioma euskera, o território basco tem 12.839 metros quadrados e está encravado entre a baía de Viscaya, no norte da Espanha, e o sudoeste da França. Mais importante do que o vínculo linguístico é o amor dos bascos pelos pintxos (tapas) e marmitako (caldeirada de peixe). Comece o passeio na cidade costeira de San Sebastián, na Espanha. Situado a menos de 30 quilômetros da fronteira com a França, San Sebastián é, per capita, o município com mais restaurantes estrelados no Guia Michelin do mundo. Hospede-se no hotel Niza, que tem vista para a praia de La Concha (quartos duplos a partir de US$ 150; hotelniza.com), depois siga para um bar de pintxos na Cidade Velha. Reserve com semanas de antecedência uma mesa no Arzak, o restaurante internacionalmente famoso de Juan Mari e sua filha, Elena, autora de pratos moderninhos como o salmonete com brotos de favas. Para percorrer a distância entre os dois países a pé, pegue a GR34, uma antiga trilha que começa na Espanha, segue pela costa basca e termina 580 quilômetros adiante, na Bretanha, no norte da França. Ou embarque num passeio de oito dias organizado pela Culture Xplorer’s (a partir de US$ 3.090; culturexplorers.com). Você fará caminhadas, conhecerá agricultores locais e, se tiver sorte, comerá e beberá com os membros do Gaztelubide, o mais festejado txoko, isto é, confraria gastronômica, de San Sebastián, na qual mulheres não têm permissão para cozinhar. Elas podem, entretanto, comer os quitutes preparados pelos homens.
Laos e Vietnã
Palavras-chave: búfalo d’água, fábricas de ópio, baía de Ha Long Apúlia, Itália
Palavras-chave: Ciclismo, macarrão, praias, Adriático Oitocentos. Essa é a extensão, em quilômetros, da costa da Apúlia, que fica no salto da bota da Itália, banhada pelos mares Adriático e Jônico. Lá você encontrará enormes quantidades de frutos do mar fresquíssimos, de lulas a anchovas e mexilhões, sem falar em montes de cerejas, figos, amêndoas, azeitonas, massas e vinhos. Notícia ainda melhor: as regiões rurais e costeiras de lá são ótimas para queimar os carboidratos em cima de uma bike. Estabeleça como base de sua viagem o hotel Masseria Salamina, em Fasano, uma plantação de azeitonas que pertence à mesma família há séculos (quartos duplos a partir de US$ 130 por dia; masseriasalamina.it). Após aulas de como fazer azeite, massas e pão, vá às praias de areias brancas da Reserva Marinha de Torre Guaceto e inscreva-se em aulas de vela e windsurf no Centro Velico Torre Guacato (centrovelicotorreguaceto.it). Depois saboreie a pesca do dia no restaurante Osteria Perricci, na cidade costeira de Monopoli. Outra boa dica é o roteiro de sete dias da agência Southern Visions, batizado de Cycling and Culinary Adventure: nele, você andará 65 quilômetros por dia de bicicleta, com paradas para ajudar o chef e guia Rocco Cartia a selecionar os ingredientes para aulas de culinárias em uma casa de fazenda do século XIX belamente restaurada (a partir de US$ 2.700; southernvisionstravel.com).
Lima, Peru
Palavras-chave: ceviche, parapente, pisco sour, surf Duas palavras definem bem as delícias gastronômicas de Lima: culinária fusion. Você pode agradecer isso à harmoniosa convergência dos abundantes frutos do mar do oceano Pacífico, à explosão de superchefs em Lima e à culinárias indígena e espanhola, enriquecidas pela influência das culturas chinesa, japonesa, africana e de outros imigrantes. Para começar a explorar os sabores locais, estabeleça sua base em Lima, meca latino-americana no que se refere a culinária étnica: há quase 6.000 restaurantes chifa – que servem uma versão de comida peruana-chinesa. Fique no Hotel B (quartos duplos a partir de US$ 450; hotelb.pe), localizado em uma mansão da belle époque restaurada, em Barranco, a apenas duas quadras do Pacífico. Experimente um coquetel pisco sour no La Terraza, que fica em uma cobertura com vista para o oceano, e depois vá para o Astrid y Gastón (astridygaston
.com), onde o mundialmente renomado chef Gastón Acurio serve especialidades como ceviche de robalo. Alguns dos melhores restaurantes de Lima podem ser encontrados na comunidade praieira chique de Miraflores, a cinco minutos do Hotel B, onde os praticantes de parapente se esbaldam nos ventos termais que se formam nos enormes penhascos que despencam até o Pacífico. Para surfar, alugue um barco e uma roupa de neoprene na escola Pukana (pukanasurf.com). Em seguida vá para o restaurante Pescados Capitales para provar o que pode ser o melhor ceviche e o mais gelado pisco sour de toda a Lima (pescadoscapitales.com).
Oaxaca, México
Palavras-chave: mole, mountain bike, pimenta, tortilha, mescal As tortilhas foram inventadas em Oaxaca, um estado do sul do México com selvas úmidas, montanhas cobertas por pinheiros e praias desertas. Assim como o tejate, uma bebida energética pré-colombiana feita de cacau assado, milho e sementes de sapota. E, embora outras regiões levem o crédito por terem inventado o mole, esse molho tradicional foi aperfeiçoado ali. Tudo isso só para dizer que Oaxaca está entre as regiões com a culinária mais rica da América Latina. Faça seu mole no El Sabor Zapoteco (a partir de US$ 75; cookingclasseselsaborzapoteco.blogspot.com), uma escola de culinária com cursos de um dia localizada na pequena vila de Teotitlán del Valle. Porém o mais atrativo de Oaxaca é mesmo o mescal, o primo mais velho da tequila. O especialista Eric Mindling guia os viajantes na excursão de seis dias batizada de Drinking Agave (a partir de US$ 995; traditionsmexico.com), que vai para vilas onde ainda se toma o pulque, uma bebida fermentada pré-hispânica feita de agave, e para Matatlán, a autoproclamada capital mundial do mescal. Você provará empanadas em restaurantezinhos pitorescos como o Comedor la Florecita e experimentará mescal de destilarias rurais e em estilosos bares oaxacanos. Recupere-se da ressaca com um passeio de 27 quilômetros de mountain bike na trilha Oaxaca Flume, que sobe 1.000 metros, começando logo na saída da cidade (aluguel de bike a partir de US$40; mountainbikeoaxaca.com).
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de dezembro 2013/janeiro 2014)
SUPERMERCADO AMBULANTE: No Vietnã, o almoço chega de bike
(Fotos: Intersection)
Peixe fresco no Alasca; abaixo, refeição ao ar livre no País Basco
Mercado vietnamita
A culinária do sudeste da Ásia é exótica e riquíssima, considerada uma das melhores do planeta. O ideal é você contar com a ajuda de uma pessoa experiente para mergulhar de cabeça nessa cultura deliciosa. Uma boa dica é contratar Maxwell Holland, um guia da agência Wilderness Travel que trabalha na Tailândia e que vem pesquisando a Ásia de prato em prato nos últimos 20 anos. Sua Expedição de Culinária da Indochina, que dura duas semanas (a partir de US$ 5.595; wildernesstravel.com), começa com os sabores apimentados do Laos, país vizinho da Tailândia, na pitoresca cidadezinha de Luang Prabang, eleita Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Mas o alvo principal da viagem é o Vietnã, começando na comida mais suave do norte e indo até os sabores complexos do sul, onde Maxwell e seu colega Mathew Smith conhecem bem os mercados locais, as escolas de culinária, os chefs e os restaurantes. Em Hanói, você irá preparar pratos vietnamitas tradicionais, como os nems (rolinhos primavera), tendo como professores nomes como o renomado chef Didier Corlouno, do restaurante La Verticale. Depois passará alguns dias explorando a costa no caminho para Saigon. Lá, vá ao mercado de Ben Thanh para achar uma variedade enorme de maravilhas, de papaias impressionantemente doces até búfalos. Em seguida faça uma refeição com o chef Phuong, do restaurante Hoa Tuc, localizado em uma antiga fábrica de ópio. Maxwell reserva bastante tempo fora das cozinhas para visitar templos e velejar as ilhas na bela baía de Ha Long.
Restaurante peruano