Desafio Volta à Ilha Asics

No próximo dia 20 de abril, duas equipes de revezamento com perfis bem distintos vão disputar a Volta à Ilha Asics, em Florianópolis: de um lado os corredores da equipe Corpo, com integrantes de até 25 anos. Do outro os veteranos da equipe Cabeça, com idades entre 33 e 47 anos. A briga é boa e faz parte do Desafio Asics Go Outside. Para participar, acesse o aplicativo em nosso Facebook (clique aqui) e escolha a sua equipe.

Por enquanto, os quilômetros rodados dos Cabeça estão vencendo o espírito “sangue nos olhos” da turma jovem Corpo, com 81% dos votos dos internautas. Mas ainda tem muito chão para que a disputa fique mais acirrada.

Quem olhar de perto, por exemplo, o capitão dos integrantes da Corpo vai ver que a força deste menino de 20 anos convive com a experiência de ter corrido três edições da ultramaratona mais cascuda da América do Sul – a El Cruce Columbia – ao lado do pai, João Consiglio. Neste ano, eles completaram a prova juntos pela terceira vez. Confira abaixo trechos da conversa que tivemos com Lucas sobre força, amor ao esporte, cumplicidade e troca de experiências.


Lucas e seu pai no fim do Cruce de Los Andes 2013

CRUCE DE LOS ANDES
“Fazer o El Cruce com o meu pai é sempre uma experiência muito boa. São poucas as pessoas que têm o privilégio de completar um desafio tão intenso ao lado do seu velho. Eu e meu pai fizemos três Cruces juntos, todos maravilhosos e muito divertidos. É impressionante como todo ano algo novo surge para completar nossa experiência nessa corrida: novo trajeto, desafio ou até mesmo novas companhias”.

JOVEM X MAIS VELHO
“Eu e meu pai nos ajudamos muito. Ele me ensinou a conter minha ansiedade de quase sempre sair disparado por aí e pensar no percurso, altimetria e outras questões mais técnicas. Enquanto isso, eu o ajudava empurrando ou puxando nos trechos mais difíceis. E juntos também conseguimos segurar a onda de correr os 100 quilômetros, que depois de um tempo deixa de ser tão divertido”.

O QUE FICA…
“Houve um dia em que um dos organizadores nos deu uma informação errada sobre os quilômetros finais e acabamos ficando sem água. Detalhe: correndo de baixo de um sol muito forte. Eu não parava de reclamar e meu pai, que com certeza sentia a mesma exaustão que eu, segurou minha onda, mas me mostrou que o que nos restava fazer era correr para a chegada, onde teríamos água, isotônico, comida e descanso. Ele não deixou de curtir o percurso, sempre apontando para o visual, sempre com comentários positivos. Quando cheguei, percebi que tudo de negativo que eu disse e pensei só tornou o percurso pior para mim e para o meu pai. Naquele dia, ele me mostrou que os problemas nunca são tão grandes quanto a gente imagina e que quanto mais reclamamos, mais longe ficamos da solução, ou mais difícil será superar o problema."

TRABALHO EM EQUIPE
"No último Cruce e principalmente no último dia também vivenciamos uma situação bem legal. Eu já não estava com o mesmo entusiasmo dos outros dois dias e não queria ficar tanto tempo correndo, então combinamos de montar uma boa estratégia. Levaríamos não só gel, comida e água, como também algumas bebidas com proteína e carboidrato e seguiríamos uma alimentação bem definida durante prova. Além disso, eu o empurraria nas subidas e puxaria no plano para que ele pudesse despencar nas decidas e eu tentaria o acompanhar. Trabalhamos muito bem em equipe e minimizamos nosso tempo de prova, foi muito bom. Ele não deixou que nada afetasse nosso psicológico e eu fiz de tudo para conseguir aumentar nosso ritmo sem quebrar nenhum dos dois.”

DISPUTA CORPO X CABEÇA
“Com essa experiência de ter vivido a questão da diferença de idade, eu acredito que a característica mais forte da nossa equipe vai ser a sede pelo desafio de explorar nossos limites, enquanto a galera da Cabeça vai saber lidar melhor com os imprevistos.

Uma vez eu perguntei para o meu pai: “como é que algum dia eu vou ser como você, ou melhor do que você? Parece que você tem todas as respostas!”. Ele me disse: “Não, Lucas, eu não tenho todas as respostas … Eu só sou velho”. Ele já passou por muitas situações diferentes e teve que aprender com isso e eu ainda estou no começo dessa aprendizagem. A mesma coisa vale para essa disputa. O nosso diferencial deverá ser a criatividade e o jogo de cintura enquanto a marca da outra equipe está no conhecimento já adquirido em experiências passadas."