Ajuste fino

Para Andy Potts, o triatleta norte-americano mais rápido no Ironman do Havaí de 2012, a chave para o sucesso está na atenção às pequenas coisas – até mesmo suas meias

Por Gordy Megroz


DETALHISTA: Andy Potts em Malibu. na Califórnia

QUANDO O NORTE-AMERICANO Andy Potts, de 36 anos, começou no triathlon em 2002, após uma carreira de nadador que incluiu um quarto lugar nos 400 metros medley individual nas eliminatórias para as Olimpíadas de 1996, ele descobriu imediatamente que teria que aprender rápido para alcançar os profissionais mais jovens do esporte. Junto com Mike Doane, que treina atletas olímpicos e de Ironman, Andy desenvolveu um programa de monitoramento de exercício que batizaram de feedback training. O método examina o treino de cada dia de acordo com três variáveis: força (medida em watts ou velocidade), distância (medida em metros ou tempo) e frequência cardíaca. Esses dados são, então, usados para se criar a planilha de treinamento do dia seguinte. Quando, por exemplo, a potência de Andy está baixa, ou sua frequência cardíaca se encontra alta, isso pode ser um sinal que ele está entrando em overtraining, então no dia seguinte a ordem é tirar o pé do acelerador. Esse tipo de treinamento rendeu a Andy a qualificação para o triathlon nas Olimpíadas de 2004 – isso apenas em seu segundo ano no esporte. Aqui, ele compartilha sua sabedoria de treinamento que lhe ajudou em várias vitórias no Ironman.

>> “Eu uso vários macetes motivacionais quando as coisas começam a ficar difíceis ao longo do trajeto. Digo coisas como ‘Força, força, força’, ou ‘Vai, vai, vai. Eu também cumprimento o cara que acabei de passar, dizendo que ele está indo bem. Na minha cabeça, se eu acabei de passar alguém que está indo bem, quer dizer que eu devo estar indo incrivelmente bem.”

>> “Coma como uma criança. Se você observar crianças pequenas, elas comem quando estão com fome, e param quando estão satisfeitas. Elas nunca comem além da conta. Comer dessa forma te ajuda a ter energia constante.”

>> “Seu core (parte central do corpo, incluindo abdômen e quadril) é importante para tudo, e frequentemente é a primeira região que cansa. Se o meu core estiver forte, posso usar toda minha energia para me lançar adiante, em vez de ter que gastá-la para me manter ereto. Três dias por semana, faço 20 tipos diferentes de abdominais e dorsais na bola de pilates – de 20 a 30 repetições.”

>> “Se estou quase quebrando, como uma barra de carboidrato. Tenho pequenos estoques desse tipo de alimento em todos os lugares. Eles têm muita glicose, que é o açúcar que o corpo queima primeiro.”

>> “Água não é suficiente. Você precisa de uma bebida com eletrólitos, com sódio, potássio, magnésio e carboidratos, para que os fluidos sejam melhor absorvidos pelo corpo.”

>> “Eu não bebo álcool. Meu peso é importante, então cuido das calorias. Não posso me dar ao luxo de consumir calorias vazias e desnecessárias.”

>> “Descanso todos os domingos. Tomamos café da manhã em família, com panquecas de chocolate, vamos à piscina e é isso. Faço o menor esforço possível. A mudança mental de ritmo me ajuda a ficar empolgado para a semana seguinte.”

>> “Eficiência é a chave do sucesso. Há pequenas coisas que você pode fazer para ter certeza de que não está desperdiçando energia. Na natação, tento focar em manter as pontas dos dedos apontadas para baixo. Só fazer isso já ajda a manter os quadris e os ombros alinhados no mesmo plano, para que eu seja mais eficiente. Na bike, mantenho minha sapatilha paralela ao chão, fixando meu tornozelo sempre nessa posição. Isso me permite botar mais força em cada pedalada. E é importante ficar ereto quando se corre, sem dobrar a cintura. Eu visualizo alguém me puxando por um fio que sai do umbigo.”

>> “Mantenha a simplicidade das coisas. Não pense no final da prova quando o tiro de largada acaba de ser dado.”

>> “Sou um defensor das meias de compressão para recuperação. Seu uso ajuda a impulsionar o sangue de volta para o coração, onde pode ser mais oxigenado. Uso a marca Cep (cepcompression.com).”

>> “Não tiro sonecas e tento dormir pelo menos 11 horas por noite.”

>> “Se você for um atleta de endurance, compre tênis meio número maior. Seus pés incham, e assim você evitará bolhas e dormência.”

>> “Compre ou construa uma rampa de alongamento. Use-a após os treinos para alongar as panturrilhas, tendões de Aquiles, as costas e bandas íleo-tibiais.”

>> “Você já chegou ao seu limite? Lembra-se de como dói? Bom, nunca deve doer mais do que isso. Mas, se quiser continuar melhorando, tem que chegar lá mais vezes.”

Alto e rápido
A chave de Andy para correr rápido? Manter-se ereto. O treinador Greg McMillan, da assessoria McMillan Running em Flagstaff, no Arizona (EUA), explica como evitar ficar corcunda, para manter passadas mais eficientes

Postura
Fique em pé, de costas para um batente de porta e incline os tornozelos de quatro a seis graus. Esta é a posição que você deve manter durante a corrida.

Passada
Passadas grandes demais podem causar choque com os calcanhares e desperdício de energia. Seus pés têm que aterrissar no chão logo abaixo de você, com a cabeça, ombros e quadris alinhados.

Cotovelos
Para evitar a posição curvada, mantenha os cotovelos rentes à lateral do corpo e balance os braços em linha reta, com os dedões apontando ligeiramente para fora.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de janeiro de 2013)







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