Quer relaxar num lugar paradisíaco e longe das multidões de turistas? Escolha uma das 14 ilhas a seguir para mergulhar, pescar ou não fazer nada, a não ser apreciar a natureza
Por Jeff Hull e Camila Junqueira Tobago Cays, Granadinas
População: 0
Tamanho: 15 quilômetros quadrados (cinco ilhas)
Atrativos: Desabitada, tartarugas-pente, Mr. Fabulous Talvez não exista nenhum lugar melhor que Tobago Cays para se saltar entre uma ilha caribenha e outra a bordo de um barco a vela. Junte alguns amigos e reserve um iate com tripulação para um cruzeiro de cinco dias (US$ 12 mil com tudo incluído para seis pessoas; moorings.com). Você irá ancorar em enseadas desertas, como a diminuta Petit Tabac, e ver seu veleiro ser rodeado por habitantes das ilhas mais próximas vendendo peixe fresco e pão recém-assado direto de seus pequenos e brilhantes botes coloridos. Pergunte pelo Tuffer, que tem as lagostas mais saborosas da região, ou pelo Mr. Fabulous, que vai preparar um churrasco de peixes e frutos do mar na beira da praia para você. Não deixe de levar equipamentos de wind e kitesurfe – desimpedidos ventos alísios se movem com violência fora da zona de ancoragem ao redor da ilha de Baradal. E não perca as dúzias de tartarugas-verde e tartarugas-pente flutuando praticamente na superfície perto do cordão litorâneo que se estende ao redor de Baradal: elas te deixarão nadar a menos de dois palmos de distância delas. Prefere ficar em terra firme? A Dennis Hideaway (US$ 85; dennis-hideaway.com), uma modesta pousada a cinco quilômetros na ilha Mayreau, organiza viagens de um dia aos recifes e fornece equipamentos de mergulho e snorkel.
Como chegar: Voe até Grenada e frete um barco para Cays, ou combine tudo com a Dennis’s Hideaway
Cabbage Key, Flórida (EUA)
População: 25
Tamanho: menos de meio quilômetro quadrado
Atrativos: Ilha barreira primitiva, sem estradas, grandes peixes tarpão Como chegar: Voe até Fort Myers, pegue um táxi e vá até a ilha Pine, que está 32 quilômetros ao norte, e depois tome um táxi aquático (US$ 32; northcaptivaislandgirl.com) que te deixa em Cabbage Key em 20 minutos.
Ilha Bastimentos, Panamá
População: 200
Tamanho: 32 quilômetros quadrados
Atrativos: Túnel Mangrove, bangalôs ao ar livre, ondulações sem crowd e ótimas para surf Diferentemente da vizinha e festeira cidade de Bocas, pouca gente conhece a ilha Bastimentos. Um táxi aquático te deixa em Old Bank, onde a maioria dos habitantes da ilha vive. Vá direto para o Al Natural, um eco-lodge na ponta ocidental da ilha com sete bangalôs ao ar livre e à beira-mar (duplos a partir de US$ 310 com tudo incluído; alnaturalresort.com). Gaste seus dias caminhando pelas trilhas da floresta e pelas longas praias Red e Frog, ou pegue um dos caiaques do resort e reme 30 minutos pelo túnel de mangue que leva até a cidadezinha de Salt Creek. Para mergulhos de snorkel incrivelmente bons – das 79 variedades de coral que existem no Caribe, 74 podem ser vistas no arquipélago de Bocas –, reserve um barco do resort para Zapatilla Cayes, um lugar repleto de peixes. Surfistas experientes devem ir para Silverbacks, uma arrebentação de recife com uma das ondas mais casca-grossa do Caribe. Para encontrar ondas mais suaves, pergunte no resort onde encontrar o guia local Javier Lijo (meio dia US$ 170).
Como chegar: Voe até a Cidade do Panamá, capital do país, vá de taxi até o aeroporto Albrook e voe pela Air Panama até Bocas del Toro, na ilha Colón. Depois pegue um barquinho comunitário (de US$ 3 a US$ 5) na Marina Bocas e chegue a Bastimentos após uma viagem de 15 minutos.
La Graciosa, Ilhas Canárias (Espanha)
População: 600
Tamanho: 16 quilômetros quadrados
Atrativos: Praias selvagens, picos vulcânicos Há poucos carros ou estradas nesse pedaço do planeta tão longe no Atlântico. A galera local de La Graciosa ainda transporta a maior parte de suas mercadorias em precários carrinhos de mão. E não apenas não há resorts da escala de um Club Med por lá, como não existem hotéis de nenhuma classe. Em outras palavras, é o tipo de lugar que nós adoramos. Alugue um apartamento (a partir de US$ 43; apartamentoslagraciosa.com) ou fique em uma pequena pensão (US$ 43; pensionenriqueta.com) na Caleta del Sebo, no centro da ilha, um simples aglomerado de casinhas brancas. Em terra, faça caminhadas até os quatro picos vulcânicos e sinta-se o deus da montanha se deleitando com as vistas dos arredores, em especial das selvagens praias Las Conchas e Francesca. Na água, pegue uma balsa até Lanzarote e de lá vá direto até a companhia de barcos fretados Rubicon Fishing, cujos guias te levarão até os melhores lugares para pescar (e em seguida soltar) os abundantes agulhões da região (a partir de US$ 600 por meio dia; rubiconfishing.com). A equipe do Manta Diving tem todo o conhecimento e equipamento que você precisa para encontrar infinidades de atum-azul, tubarão-martelo e golfinhos em El Canal, a junção entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo (US$ 48 um cilindro de mergulho; manta-diving-lanzarote.com). Pegue a balsa de volta para La Graciosa e junte-se aos locais no Meson de la Tierra ou no El Marinero e coma frutos do mar grelhados acompanhados com uma taça de vinho branco da região feito com uvas que crescem no solo vulcânico da ilha.
Como chegar: Pegue o vôo direto de duas horas que sai de Madrid (Iberia Airlines) ou um de quatro horas que sai de Londres até a vizinha ilha de Lanzarote. Vá até Orzola, o píer principal, e tome uma das balsas (US$ 18) para chegar a La Graciosa em 35 minutos.
Anegada, Ilhas Virgens Britânicas
População: 200
Tamanho: 15 quilômetros de comprimento
Atrativos: Caribe vazio, repleta de aventuras Assim que você embarcar na balsa que sai de Tortola, diga adeus ao agito dos bares e aos pretensiosos passeios de iate, e grite um sonoro “olá” às praias vazias, aos numerosos mergulhos e a um dos melhores lugares do Caribe para pesca de peixe-flecha. Anegada é rodeada por 25 quilômetros de perfeita areia branca e de um dos maiores e mais intactos recifes de coral de toda a região: o Horseshoe Reef, de quase 30 quilômetros de extensão. A We Be Divin’ (US$ 85 um cilindro de mergulho; bviscubadive.com), que opera fora do descontraído Anegada Reef Hotel (a partir de US$ 175; anegadareef.com), aluga material e oferece cursos certificados. Para mergulhar com snorkel, peça que a equipe do hotel te indique onde está uma das muitas enseadas isoladas e explore os labirintos de sinuosos canais do recife entre polvos, coloridos peixes de coral, barracudas e salmões prateados. O Horseshoe Reef também conta com enormes bancos de areia onde há multidões de peixes-flecha – um cardume pode ter por volta de 100 peixes – durante todo o ano. Se você curte pescar, leve uma vara adequada para pegar peixes de cerca de 9 quilos e contrate um dos dois super-habilidosos guias locais: Danny Vanterpool (US$ 550 por dia; dannysbonefishing.com) ou Garfield Faulkner Jr (US$ 600 por dia; anegadafishing.com). Se você não pescar nada, o drinque Painkiller (“analgésico”, em português) do bar Cow Wreck Beach ajuda a abrandar a humilhação.
Como chegar: Voe até a ilha de Tortola e pegue a balsa de meia-hora que vai até Anegada (US$ 50; bviwelcome.com/ferries).
Ilha Grande, Brasil
População: 3 mil
Tamanho: 193 quilômetros quadrados
Atrativos: Sem carros, 106 praias, mata tropical intocada Fuja das praias mais visitadas da ilha reservando um dos quatro quartos do charmoso e aconchegante hotel Atlântica Lodge (R$ 440 a diária para casal com pensão completa; atlanticalodge-ilhagrande.com), na afastada praia do Pouso. Ao fazer a reserva, aproveite e já combine seu transporte de lancha da Vila do Abrão (pago à parte) até lá, o que demora uns 40 minutos. A ilha está repleta de atividades que justificarão os deliciosos fins de tarde que você passará tomando caipirinhas deitado numa das espreguiçadeiras da varanda do hotel. Comece com uma caminhada de 15 minutos até a bem cotada praia Lopes Mendes, que está na maioria das listas de melhores praias do Brasil. A Ilhagrande Adventure (ilhagrandeadventure.com) faz passeios guiados pelas muitas trilhas do parque estadual. Já que não há como escapar da topografia montanhosa, encare de uma vez as sete horas de caminhada até o Pico do Papagaio, a 990 metros de altura (R$ 50 por pessoa; hotel-ilhagrande.com). Escolha um dos melhores pontos de mergulho da ilha, cheia de navios naufragados nos seus arredores, com a Dive Cia (divecia.com.br). Se você curte mergulhar, prefira ir entre os meses de abril e agosto, quando a temperatura da água gira em torno dos 24o C e a visibilidade, entre 15 e 20 metros. Além de navios piratas, você verá uma fauna marinha abundante, com garoupas, cavalos-marinhos, baiacus, corais, peixes-frade e arraias.
Como chegar: Vá de carro até Angra dos Reis ou Mangaratiba e pegue um catamarã que, em 45 minutos, te leva até a Vila do Abraão (R$ 50 ida e volta; ilhagrande.org; igt.angra@hotmail.com). Há opções mais baratas, porém levam mais tempo. Se estiver sem carro, esquematize com Ilhagrande Adventure traslado saindo de um dos aeroportos do Rio de Janeiro.
Siladen, Indonésia
População: 300
Tamanho: 80 acres
Atrativos: Indonésia vazia, habitat de dugongos, snorkel noturno As mais de 17 mil ilhas da Indonésia variam entre as superpovoadas (Java), as supervisitadas (Bali) e as supermidiáticas (Sumba). Mas a pequenina Siladen é um cantinho amplamente ignorado do arquipélago e uma porta de entrada para um dos mais maravilhosos mundos submarinos do planeta: os quase 500 quilômetros quadrados do Parque Marinho de Bunaken. A ilha tem três opções de hospedagem: uma pequena vila, uma escola e o Siladen Resort (a partir de US$ 217; siladen.com), que é o campo base perfeito de onde partir para explorar a região. A partir de suas serenas vilas de frente para o mar se chega facilmente nadando às águas transparentes – com quase 100 metros de visibilidade – e aos intactos recifes do parque para praticar snorkel. Cerca de 70% das espécies de peixes do Indo-Pacífico são encontradas em Bunaken, além das cinco espécies de tartarugas marinhas e das manadas de dugongos (uma ordem de mamíferos marinhos que habita os oceanos Índico e Pacífico, hoje dificilmente encontrada). A melhor loja de mergulho da região é a do resort. E não perca as noites de snorkel guiado para ver espécies marinhas noturnas como os tubarões-bambu e os cavalos-marinhos pigmeus.
Como chegar: Voe por 3h30 de Singapura pela Silk Air até Manado e lá providencie um barquinho até sua acomodação em Siladen.
Atol de Rangiroa, Polinésia Francesa
População: 3.300
Tamanho: 1.640 quilômetros quadrados circundados por um anel de coral
Atrativos: Peixes-flecha de mais de 4 quilos, mergulhos surreais, dourados frescos do Pacífico Viaje para Rangiroa para submergir – pouquíssimas atividades ocorrem em terra firme na ilha. Nela, há uma impressionante lagoa de 80 quilômetros de comprimento por 32 quilômetros de largura, com um solo de sólida e fina areia de coral na afastada ponta sudeste, criando quilômetros de praia lisinha e cor de rosa. Lá, peixes-flecha de até 4,5 quilos nadam sozinhos ou em pequenos grupos, sem nunca ter visto uma isca na vida. Para encontrá-los, peça ajuda a um dos guias locais contratados pela Thiti-Expeditions (US$ 460 viagens de um dia; tahitiexpeditions.com). Praticamente em qualquer lugar que afundar nas águas de Rangiroa, você encontrará condições para mergulhar e praticar snorkel – vá com a Top Dive, cuja equipe conhece essas profundezas há anos (US$ 88 um tanque de mergulho; topdive.com). Você será rodeado por tubarões-galha-preta e, com sorte, pode encontrar até centenas deles em um dia. Ou curta momentos de snorkel durante a maré alta pelo estreito de Tupita Pass, entre a lagoa e o oceano Pacífico. Deixe-se levar pela correnteza e relaxe observando a enorme variedade de vida marinha. Fique no elegante e recém-reformado hotel Kia Ora (a partir de US$ 625; eu.hotelkiaora.com) ou na simples pousada Tevahine Dream (a partir de US$ 125; tevahinedream@mail.pf), de frente para o mar e perto da tranquila vila de Avatoru. Para o jantar, prove o dourado fresco com molho de baunilha do restaurante Le Magic Kaikai.
Como chegar: Pegue um vôo de 90 minutos de Papeete até lá pela Air Tahiti.
Ikaria, Grécia
População: 8 mil
Tamanho: 159 quilômetros quadrados
Atrativos: Mar Egeu, vinho tinto local, sesta Um de cada três nativos de Ikaria chega aos 90 anos de idade, e por uma boa razão. Talvez não exista lugar mais saudável e relax, e tão bem abastecido de azeitonas e vinho, em todo o Mediterrâneo. Hospede-se fora da vila costeira de Armenistis: fique no Toxotis Villas (a partir de US$ 111; toxotis-ikaria.gr), à beira-mar e a poucos minutos de Livadia, uma das mais deslumbrantes praias arenosas da Grécia. Passe seus dias experimentando essa atmosfera de vida-longa. Coma folhas de uva recheadas, tainhas vermelhas recém-pescadas e polvos nas tavernas locais, bebendo uma dose do encorpado vinho tinto local ou chás da montanha ricos em antioxidantes. Depois nade no mar Egeu, passeando pelos íngremes caminhos da ilha e, claro, descansando muito. Em Ikaria, os locais dormem tarde e tiram uma soneca após o almoço. As trilhas de Rahes são perfeitas para caminhadas de um dia, avançam sinuosas por entre florestas de pinheiros e carvalhos e chegam a antigos vilarejos de montanha, onde você encontrará alguns dos nonagenários jogando dominó na praça central.
Como chegar: Pegue um vôo de 35 minutos da Olympic Air que sai de Atenas.
Tasmânia, Austrália
População: 500 mil
Tamanho: 42.500 quilômetros quadrados (mais ou menos o mesmo tamanho do estado do Rio de Janeiro)
Atrativos: Praias indomadas, natureza selvagem, rochas de escalada A Tasmânia geralmente é ignorada por muitas turistas, uma vez que há tantas coisas para se fazer no continente australiano. Mas o lugar é basicamente uma mini Nova Zelândia, repleto de rochas para escalar, praias desertas no mar da Tasmânia, longos trechos não explorados e uma absurda quantidade de vida selvagem. A melhor forma de conhecer a Tasmânia é em uma roadtrip de duas semanas. Chegue à cidade portuária de Hobart em uma sexta-feira e alugue um carro no aeroporto (a partir de US$ 45 por dia). Na manhã seguinte, abasteça-se com carne fresca, queijo e vinho no Salamanca Place, um mercado ao ar livre que funciona todos os sábados. Então dirija por duas horas no sentido nordeste até o Freycinet Eco-Retreat (US$ 360; freycinet.com), que conta com modernos chalés de madeira onde você pode cozinhar suas próprias refeições. Escale as falésias à beira-mar do vizinho Parque Nacional de Freycinet ou caminhe pelas formações rochosas da península antes de experimentar as gélidas águas da praia Coles Bay (não deixe de perguntar antes aos locais se algum tubarão foi visto recentemente por ali). De Freycinet, dirija por 90 minutos em direção ao norte até a extensa praia da baía de Fires, com seus mais de 25 quilômetros. Lá acomode-se no aconchegante Bay of Fires Character Cottages B&B (a partir de US$ 180; bayoffirescottages.com.au) e passe um dia ou dois caminhando pela floresta costeira para ver os pequenos cangurus Benett, vombates e thylogales da Tasmânia (os três são marsupiais típicos da região). Depois, estire-se na incrível e isolada praia da baía. Na vizinha St. Helens, não perca as ostras frescas do Blue Shed. Em seguida, dirija 4h30 para oeste até o alojamento do Parque Nacional de Cradle Mountain-Lake St. Clair (a partir de US$ 400; cradlecountainlodge.com.au), onde demônios da Tasmânia correm apressados por selvagens montanhas de pinheiros.
Como chegar: Pegue um vôo de duas horas de Sydney ou um de 75 minutos de Melbourne (de companhias aéreas como Jetstar, Virgin Blue, Qantas) até Hobart.
Caye Caulker, Belize
População: 1.300
Tamanho: Oito quilômetros quadrados
Atrativos: Jamantas, bares de reggae, pesca permitida “Vá devagar” é o lema oficial de Caye Caulker por um razão. Uma longa e estreita faixa de terra em formato de foice no Caribe, a ilha tem apenas três ruas – a de trás, a do meio e a da frente –, todas não pavimentadas. Os pescadores e os donos das lojas locais se juntam aos visitantes para passear e nadar em Split, um canal onde décadas atrás tempestades dividiram a ilha em duas partes. Muitos barcos fazem a viagem até Shark Ray Alley – onde se pode praticar snorkel ao lado de arraias e tubarões-lixa –, entre eles a Raggamuffin Tours (US$ 50; raggamuffintours.com). O pioneiro do ecoturismo Lionel “Chocolate” Heredia (chocolateseashore@gmail.com), de 80 anos de idade, ainda leva clientes à reserva marinha de Swallow Caye para observar peixes-boi sem assustá-los. Durante todo o ano, pode-se praticar incomparável pesca de fly-fishing (com isca de mosca) de peixes-flecha, tarpões e sernambiguaras; para isso, contrate os guias da Anglers Abroad (US$ 330 por dia; anglersabroad.com). Na rua da frente, há bares de punta (estilo de música e dança típico do Belize) e opções de hospedagem – como o Colinda Cabanas (a partir de US$ 50; colinacabanas.com), onde você pode pedir um quarto de frente para o mar; e o Iguana Reef Inn (a partir de US$ 140; iguanareefinn.com). Um quarteirão mais para frente, o Little Kitchen prepara tradicionais salbutes belizenhos (torradas pequenas e apimentadas) e garnache (tortilhas fritas com feijão e repolho refogados e o onipresente molho picante Marie Sharp). Depois siga os nativos até o Lazy Lizard para uma cerveja Belikin gelada.
Como chegar: A ilha fica a dez minutos da cidade de Belize, em um avião de pequeno porte (da Tropic ou da Maya Air).
Ilhas de Salut, Guiana Francesa
População: 0
Tamanho: Pouco mais de meio quilômetro quadrado (as três ilhas)
Atrativos: Ruínas de antigas prisões, porcos da guinea, praias desertas Distantes 14 quilômetros da costa, as três ilhas que formam o arquipélago de Salut são conhecidas por seu lado macabro. Até o final da segunda guerra mundial, lá funcionavam presídios que receberam importantes prisioneiros como Papillon e Alfred Dreyfus. Reserve um par de noites na única opção de hospedagem das três ilhas, o L’aubergedes Ilês, na ilha Royal (US$ 195 quarto duplo; ilesdusalut.com) – não deixe de dizer que você quer um dos novos quartos com vista para o mar. Organize passeios de catamarã com a Sotel (0595320995, ilesdusalut.com) para St. Joseph e Devils, as duas outras ilhas. Reserve um dia para mergulhar na história das prisões e visitar as antigas ruínas. No outro, passeie silenciosamente e sem rumo: você certamente cruzará com inúmeras araras e curiosos porcos da guinea. As águas que circundam as ilhas de Salut são famosas por serem revoltas e repletas de perigosos tubarões (que fugitivo as enfrentaria?), mas se informe direito no hotel – se não for temporada de tubarões, não deixe de nadar ao lado das inúmeras tartarugas marinhas da região. Lá não apenas há só um hotel como não existem bares ou restaurantes. Tudo bem: relaxe no aconchegante restaurante do L’auberge e prove a sopa de peixe, especialidade da casa.
Como chegar: Voe até Cayenne, a capital da Guiana Francesa, pegue um táxi e em uma hora chegue a Kourou, 60 quilômetros a noroeste; então suba em um catamarã e chegue à ilha Royal (US$ 55; Sotel 0595320995).
Ilhas Ballestas, Peru
População: 0
Tamanho: quase meio quilômetro quadrado
Atrativos: El Candelabro, pinguins de Humboldt, reserva natural As ilhas Ballestas, além de pequenas, são uma reserva natural muito protegida – você não pode nem colocar seus pés sobre ela. Para conhecê-las, é preciso ficar hospedado na não menos atrativa península de Paracas. Alugue um carro no aeroporto Jorge Chávez (a partir de US$ 40 por dia; hertz.com.pe) e dirija tranquilamente pelos 260 quilômetros de costa que levam até Paracas. Hospede-se no descolado Double Tree Resort (US$ 269 o quarto duplo; doubletree.hilton.com), da rede de hotéis Hilton, e organize sua visita às ilhas Ballestas com a Huacachina Tours, que faz saídas diárias às 8h e às 10h (US$ 27; huacachinatours.com); eles também podem organizar um passeio personalizado para você. As ilhas Ballestas são famosas, sobretudo, por suas aves marinhas e pelos pinguins de Humboldt, espécie endêmica do Chile e do Peru. Prepare-se para escutar os gritos das manadas de lobos-do-mar: o ruído assusta, mas os animais são inofensivos. Durante o caminho de ida, você se impressionará com o El Candelabro, um geoglifo pré-histórico de enormes dimensões em formato de candelabro cuja origem ainda é desconhecida. Não deixe de levar seus equipamentos de kitesurfe ou de wakeboard – as praias da península de Paracas, com seus abruptos paredões de pedra, têm condições excelentes para a prática desses esportes. Jante no tradicional restaurante El Chorito, no centro de Paracas, e prove os típicos choritos a lachalaca (à base de mariscos e limão) e tome uma cachina (bebida feita com uvas muito popular nos vales vinícolas peruanos).
Como chegar: Voe até Lima, depois mais três horas de carro até a península de Paracas e meia hora de barco até as ilhas Ballestas.
Filas intermináveis em Belize Ilha de Marajó, Brasil
População: 450 mil
Tamanho: 40.100 quilômetros quadrados
Atrativos: Purarucús, igarapés, santuário ecológico Existem muitas razões, além da pororoca e dos búfalos (estimados em 600 mil, mais que o número de habitantes), para você ir à ilha de Marajó, no Pará. As praias tranquilas com dunas de areia clara da maior ilha fluviomarítima do mundo são um retiro perfeito para descansar. Mas ainda há os “tesos”, montes artificiais pré-colombianos feitos pelos índios locais; a maior diversidade de peixes do mundo, com pirarucus, tucunarés e tambaquis; uma infinidade de trilhas pela floresta Amazônica; e uma das faunas e floras mais ricas do planeta. Hospede-se no Marajó Park Resort (a partir de R$ 3.800 a diária por poessoa, com passagem aérea de Belém e tudo incluído; marajoparkresort.com.br) e escolha algum dos pacotes de quatro ou cinco dias com programas de turismo ecológico (que incluem caminhadas e observação noturna de animais) ou de pesca esportiva. Em terra firme, a equipe de aventura Ratos de Trilha organiza trilhas a pé e de bike pela ilha – você pode se juntar a algumas delas sem pagar nada (eart.esp.br). Na água, vá de pesca esportiva – junte um grupo de amigos e pegue um barco de luxo tripulado (inclusive com cozinheiro) para três dias de pescaria da melhor qualidade (há vários preços e roteiros; paratur.com.br). Prefira visitar a ilha durante o segundo semestre, quando não chove tanto. Não vá embora sem conhecer o artesanato e a cerâmica marajoara, cujas peças mais antigas datam de 980 a.C.
Como chegar: Voe até Belém, depois vá de taxi até o Terminal Hidroviário, que fica na região portuária da cidade, e pegue uma balsa que, em 3h30, chega ao Porto Camará. (Reportagem publicada originalmente na Go Outside de novembro de 2012)
Foto Yan Arthus-Bertrand
BELEZA: A linda Tobago Cays, nas ilhas Gramadinas
Você não precisa ir para o outro do lado do mundo para desaparecer do mapa. No começo dos anos 1930, a família da misteriosa escritora norte-americana Mary Roberts Rinehart construiu uma enorme casa esparramada sobre um sambaqui de 85 metros erguido pelos índios Calusa em uma ilha na costa oeste da Flórida (EUA). Cabbage Key não mudou muito desde então. Em 1976, a casa de Mary foi transformada no hotel Cabbage Key Inn, a única opção de hospedagem da ilha (a partir de US$ 119; cabbagekey.com). O pórtico frontal está voltado para o canal da ilha Pine; não há estradas, carros ou até mesmo chaves de quarto por lá. Mas há um monte de coisas para ver e fazer mar adentro, começando pelo melhor peixe tarpão da América. O capitão local Tommy Locke te colocará em contato com exemplares de mais de 90 quilos (US$ 700 por dia; capttommylocke.com). Ou pegue um dos caiaques oceânicos duplos de 12 pés disponibilizados pelo hotel e reme durante 20 minutos até Costa Cayo, uma imaculada ilha barreira de menos de 10 quilômetros. Mais tarde, dê-se o luxo de degustar o camarão branco de Cabbage Key, acompanhado de um Cabbage Creeper (uma espécie de pina colada preparada com licor de café), e brinde a um dos poucos lugares da Flórida onde não fazer nada ainda é totalmente aceitável.
Hotel Kia Ora Resort, na Polinésia Francesa
Bar de Siladen; vida marinha de Rangiroa
Baía da Tasmânia
Restaurante em Ikaria
Praia escondida na Grécia
Muvuca em Belize