O canoísta norte-americano Erik Boomer não para quieto: agora quer remar 72 quilômetros de uma das mais difíceis corredeiras do mundo – em um único dia
Por Eugene Buchanan
O CHAMADO GRAND CANYON DO RIO STIKINE, em British Columbia, no Canadá, é um dos maiores desafios das águas brancas: um trecho de cerca de 72 quilômetros de corredeiras classe V e VI que foi remado com sucesso por menos de cem pessoas até hoje. Dentre eles, apenas um completou o feito sozinho: Doug Ammons, o lendário canoísta de 55 anos nascido em Montana, nos Estados Unidos – um cara tão celebrado por praticantes do esporte quanto o alpinista italiano Reinhold Messner é por montanhistas. Neste mês, Erik Boomer, um fotógrafo de 27 anos natural de Idaho, planeja se igualar a Doug lançando-se em uma viagem solitária pelo Stikine. Detalhe: em um único dia. “É mais ou menos como tentar escalar sozinho um dos grandes e famosos picos do Himalaia”, diz Doug, que l evou três dias para realizar a proeza, em 1992. “Observando a nova geração de remadores, eu sabia que o Erik seria o cara que faria isso.” Erik traz no currículo conquistas como a primeira descida de caiaque nas quedas canadenses Chutes à Magnan, de cerca de 30 metros, e a circunavegação de caiaque e a pé da ilha de Ellesmere, também no Canadá, ao lado de Jon Turk. Para conseguir percorrer as 40 fortes quedas do rio Stikine, ele planeja treinar naquelas águas com uma equipe antes de lançar-se em sua tentativa solo. Assim que conhecer bem as linhas (ou seja, os caminhos) por onde remar, Erik partirá sozinho nas primeiras horas do dia, passando de sete a nove horas explorando as profundas gargantas de 30 metros do cânion. “Vejo essa expedição como o ponto culminante de todas as minhas habilidades”, diz. “Minha alma está nesse projeto.”
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de setembro de 2012)
GARGANTA PROFUNDA: O Grand Canyon do rio Stikine, no Canadá, onde Erik Boomer (foto abaixo) vai remar sozinho