Em nossos Jogos dos sonhos, haveria competições entre os melhores do mundo na escalada, slackline, surf, parkour, kite e até skate. Investigamos as chances de esses e outras modalidades outdoor um dia entrarem para o maior evento esportivo do planeta Por Maria Clara Vergueiro e Mario Mele
COMO SERIAM AS OLIMPÍADAS PERFEITAS para quem curte o mundo outdoor? Que esportes teriam de ser necessariamente incluídos para que doses generosas de aventura fossem injetadas no evento esportivo mais eletrizante do planeta? E a pergunta mais importante de todas: será que um dia o sonho de ver os Jogos olímpicos com mais adrenalina se tornará realidade? Fomos atrás dessas respostas, investigando a quantas andam nossos esportes do coração. Aprendemos que, para que diversas modalidades outdoor façam parte dos Jogos, é preciso percorrer um longo e árduo caminho: segundo os critérios do Comitê Olímpico Internacional (COI), os esportes candidatos devem ser praticado em, no mínimo, 75 países e quatro continentes – no caso dos homens. Quanto às mulheres, o mínimo é de 40 países e três continentes. É o começo do processo: só depois de várias análises técnicas realizadas pelo COI, uma modalidade pode ser incluída no Programa Olímpico – pelo menos sete anos antes de sua primeira participação oficial. Desde 2008, o COI limitou o número de participantes de uma Olimpíada a 10.500 atletas, e pretende baixar gradativamente essa quantidade. Isso significa que hoje, para um esporte entrar, outro deve sair – o que também pode acirrar o embate burocrático entre modalidades parecidas, como o kitesurf e o windsurf (leia quadro sobre o assunto nesta reportagem). A seguir, entre sonhos e realidade, um guia das Olimpíadas como só a GO Outside poderia fazer.
>> SLACKLINE
A quantas anda: Apesar de o slackline ser praticado desde os anos 1980, o reconhecimento como modalidade é um assunto novo, com menos de uma década. Para se ter ideia, a World Slackline Federation (WSFed), o órgão criado para unificar as regras desse esporte e estabelecer um ranking mundial, tem apenas um ano de existência. Mas, incrivelmente, o slackline cresce em progressão geométrica. Basta ver a quantidade de fitas espalhadas por parques e praças das cidades brasileiras e gringas. Os campeonatos também se disseminaram. Em 2011, a Copa do Mundo de Slackline teve cinco etapas, e o Brasil organizou seu primeiro campeonato nacional, com o apoio da marca Gibbon, que fabrica fitas e equipamentos para a modalidade.
Como seria a competição olímpica: As disputas em cima da fita provavelmente teriam o mesmo formato dos principais Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: O slackline é altamente acrobático, com frontflips, backflips e giros de 360 graus que se assemelham à ginástica olímpica. Até Jade Barbosa, da seleção brasileira de ginástica artística feminina, reconheceu a qualidade e o grau de dificuldade do slackline ao assistir a uma demonstração. Mas, por ser um esporte novo, a seleção de juízes capacitados ainda é complicada.
Favoritos mundiais: Os norte-americanos Andy Lewis e Alpha Mike e o japonês Gappai estão um nível acima dos outros praticantes. Certamente estariam no pódio dos Jogos.
Chance brasileira: O niteroiense Carlos Neto, que já representa o Brasil em campeonatos mundiais, e o carioca Gabriel Aglio, campeão nacional, estariam na briga entre melhores do mundo.
>> ESCALADA
A quantas anda: A escalada é um dos esportes reconhecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o que significa que, a qualquer momento, pode ser incluído nos Jogos. Segundo Silverio Nery, presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME), a chance mais próxima de esse esporte se tornar olímpico é em 2020. No ano passado, Silverio participou de uma reunião promovida pela Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) – o principal órgão da escalada competitiva no mundo – e soube da notícia. A próxima lista de esportes que podem entrar para os Jogos será divulgada no ano que vem pelo COI. Promovida pela IFSC, a Copa do Mundo de escalada esportiva e boulder acontece, durante o ano inteiro, em vários países da Europa e da Ásia – como Bélgica, Itália, Áustria e China –, com transmissão ao vivo pela internet e a participação dos melhores atletas do planeta. No Brasil, a escalada também é um esporte em total ascensão: em 2012, o país está sediando um campeonato nacional de boulder com três etapas, no Rio de Janeiro, em São Bento do Sapucaí (SP) e em Belo Horizonte (MG).
Como seria a competição olímpica: Entre as três modalidades da escalada admitidas pela IFSC (dificuldade, boulder e velocidade), a de dificuldade teria mais chances de entrar para os Jogos. Nela, a via é estabelecida por agarras minúsculas parafusadas em uma parede artificial indoor, e a progressão mais longa determina o ranking do campeonato.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Não há fatores que limitem a entrada da escalada nas Olimpíadas – para que isso aconteça, é apenas questão de tempo. Atletas como Alex Honnold, Chris Sharma e Dani Andrada vêm expandindo constantemente os limites desse esporte, que se torna cada dia mais atrativo e compreensível para o público leigo. A escalada esportiva em paredes artificiais mostra todo o empenho e a dificuldade da modalidade, cuja transmissão ao vivo também não oferece nenhum empecilho, principalmente por ser indoor.
Favoritos mundiais: Se em 2020 a escalada debutar nas Olimpíadas, o norte-americano Chris Sharma já estará raspando nos 40 anos de idade e dificilmente poderá brigar por uma medalha. No entanto, o tcheco Adam Ondra, o grande fenômeno da atualidade, terá 27 anos, e muito provavelmente ainda trará o esporte literalmente na ponta dos dedos.
Chance brasileira: O brasileiro Felipe Camargo terá quase 30 anos até lá, quase a mesma idade de Ondra. Outros brasileiros, o Yan Kalapothakis e Rafael Takahace, também pode dar trabalho em 2020.
>> CORRIDA DE MONTANHA
PERENGUE OLÍMPICO: A equipe QuasarLontra, nosso melhor time nacional, no Ecomotion A quantas anda: A International Association of Athletics Federations (IAAF) reconhece a corrida de montanha como uma modalidade desde 1984, quando foi fundada a World Mountain Running Association (WMRA), a principal instituição internacional desse esporte. Hoje a luta das associações mundiais se baseia em promover campeonatos para deixar o esporte cada vez mais popular. O Mundial é organizado pela WMRA, e o Brasil já mandou uma equipe para essa competição uma vez. No país, a modalidade é controlada pelo Circuito Brasileiro de Corridas de Montanhas, que apesar do nome também atua como instituição. Em países como o Canadá e os Estados Unidos, a corrida de montanha já é bem estruturada. E, na Europa, onde o esporte é bastante difundido, marcas importantes patrocinam grandes circuitos.
Como seria a competição olímpica: Diferentemente da versão cross-country, a corrida de montanha não é disputada em circuitos montados pela organização das provas, mas em trilhas e trechos naturais. A competição dos homens tem cerca de 12 quilômetros, e a das mulheres, oito. Provas de longa distância não são reconhecidas pela IAAF, mas costumam estar tomadas de corredores amadores e grandes atletas internacionais.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: O fato de acontecer em um ambiente totalmente natural e montanhoso é um dos maiores fatores limitantes para que a corrida de montanha faça parte das Olimpíadas. Seria difícil de a prova acontecer, por exemplo, na Hungria: o país inteiro é uma planície só. Nesse caso, uma alternativa seria a corrida cross-country, disputada em circuitos montados pela organização do evento, como o mountain bike olímpico.
Favoritos mundiais: O norte-americano Max King, atual campeão mundial, também manda bem em provas de longas distâncias. Mas o turco Ahmet Arslan e o italiano Martin Dematteis também marcariam presença no pódio. No feminino, a briga seria entre a francesa Marie-Laure Dumergues, a russa Elen Rukhlyada e a norte-americana Kasie Enman.
Chance brasileira: José Virginio de Morais, atual campeão paulista e constantemente no topo do ranking brasileiro, é um especialista da modalidade e seria nossa grande esperança de medalha.
>> PARKOUR
A quantas anda: Se tem um esporte cujos praticantes não dão a mínima para competições é o parkour, ou a “arte do deslocamento”. Por isso as associações que existem se focam mais em trabalhar a imagem do que será o parkour daqui a uns anos do que em fazer campeonatos ou eventos promocionais. A intenção é manter intacta a filosofia baseada no ideal do educador físico francês Georges Hébert – “ser forte para ser útil”, seja para escapar do ataque de um animal ou salvar uma vida. Em 2005, o francês David Belle, conhecido como o fundador do parkour, deu início à Parkour Worldwide Association (PAWA), que tentou organizar e desenvolver o parkour como modalidade. A PAWA não existe mais e, em 2007, foi criada por alguns dos melhores praticantes do mundo a World Freerunning Parkour Federation. Mesmo com essas mudanças, a filosofia do parkour continua forte e não tem ajudado a aproximar o esporte de uma Olimpíada.
Como seria a competição olímpica: Provavelmente seria nos moldes do freerunning, vertente competitiva do parkour em que são valorizados saltos acrobáticos de alto risco – algo como o Red Bull Art of Motion, o evento de freerunning mais famoso do mundo e cheio de obstáculos artificiais, que atrai os melhores praticantes.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Em matéria de espetáculo, as competições de freerunning atrairiam milhares de fãs, e na TV os malabarismos para pular de grandes alturas e distâncias seriam mais reprisados do que os jogos de curling (aquele bizarro esporte que parece uma espécie de hóquei no qual a “bola” é quase uma tampa de enceradeira). Um ponto limitante para que o parkour entre nas Olimpíadas é o método de julgamento dos melhores colocados, algo sempre muito subjetivo. Mesmo os praticantes de freerunning dizem que não treinam visando competições, mas, sim, para superar uma hipotética situação de risco.
Favoritos mundiais: Atualmente os britânicos Tim Shieff, Ryan Doyle e Scott Jackson e Oleg Vorslav, da Letônia, brigariam de igual para igual pelo ouro.
Chance brasileira: Os paulistas Leonard Ribeiro, o “Akira”, e Zico Correa são os principais nomes do parkour no país.
>> KITESURF
A quantas anda: Neste ano, uma votação entre conselheiros e representantes internacionais da ISAF, o órgão mundial máximo dos esportes a vela, definiu que o kitesurf deveria substituir o windsurf nas Olimpíadas. E, em 2016, no Rio de Janeiro, será a primeira vez da modalidade nos Jogos. A decisão é, em grande parte, fruto da crescente popularização do kitesurf.
Como seria a competição olímpica: Entre as três modalidades que o kitesurf abrange (wave, freestyle e race), apenas a race (competição em forma regata) se tornou olímpica.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Seu grande ponto negativo é a exigência de bons ventos, sem os quais fica impossível disputar uma regata de kitesurf – felizmente bosn ventos são uma característica peculiar da baía de Guanabara, onde rolarão as competições a vela.
Favoritos mundiais: A França (com atletas como Olivier Dansin e Julien Kerneur) e os Estados Unidos (com Bryan Lake e Adam Koch) brigariam por medalhas.
Chance brasileira: A paraibana Nayara Licarião está entre as dez melhores kitesurfistas do mundo na modalidade race e é uma chance real de medalha em 2016.
Bye-bye, windsurf
Para um esporte se tornar olímpico, outro tem que deixar de ser – e isso vem gerando polêmica nos esportes a vela
O windsurf, modalidade olímpica desde 1984, fará sua regata de despedida nos Jogos de Londres. No Rio de Janeiro, em 2016, ele será substituído pelo kitesurf. Isso ficou decidido depois que a ISAF, a Federação Internacional de Esportes a Vela, promoveu uma votação direta entre representantes de vários países. O resultado foi 19 contra 17 em favor do kite, para alegria de uns e revolta de outros. “É a realização de um grande sonho”, disse Américo Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Kitesurf. “Hoje o kite já é o esporte a vela mais popular, e o que mais cresce, no mundo.” Já os seguidores do windsurf classificaram a decisão de injusta e infundada. Para o brasileiro campeão mundial e tricampeão pan-americano de windsurf, Ricardo Winicki, o Bimba, tirar o esporte dos Jogos foi uma escolha incompreensível. “O kite é bacana, pratico desde 2001, mas é um esporte perigoso”, afirma o atleta Além disso, Bimba questiona os procedimentos que levaram à votação. “Que sistema de votos é esse realizado pela ISAF em que os Estados Unidos têm direito a três votos, enquanto França, Itália e Israel dividem apenas um entre si?” Pelo visto, a briga não está perto do fim. Enquanto kitesurfistas não veem a hora de levantar suas pipas em uma Olimpíada, uma petição online movida por windsurfistas e simpatizantes do mundo inteiro já conseguiu até o momento mais de 26 mil assinaturas. A ideia é juntar forças para que a ISAF volte atrás da decisão e, pelo menos, promova uma nova votação.
>> CORRIDA DE AVENTURA
REI DA MONTANHA: Max King atual campeão mundial de corrida em trilha
A quantas anda: Não existem movimentos organizados para tornar a corrida de aventura um esporte olímpico. No Brasil, a modalidade é regulada pela Confederação Brasileira de Corrida de Aventura, órgão compatível à United States Adventure Racing Association (USARA), que rege o esporte nos Estados Unidos. Há também uma série de eventos internacionais e um campeonato mundial, realizado a cada ano em um país diferente. Se sua inclusão nas Olimpíadas ainda parece distante, a “orientação” – uma das disciplinas exigidas na corrida de aventura – é uma modalidade que já faz parte da “lista dos possíveis” do Comitê Olímpico Internacional. Isso significa que o primeiro passo já foi dado.
Como seria a competição olímpica: O formato da competição seria muito semelhante a qualquer prova de aventura tradicional, que exige habilidade em esportes como mountain bike, canoagem, corrida e orientação. Talvez nem fosse necessário padronizar as distâncias de cada modalidade, que poderiam ser determinadas conforme o que de melhor cada cidade-sede tivesse a oferecer. O caráter desafiador do esporte continuaria o mesmo.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Uma boa corrida de aventura à altura de uma Olimpíada exigiria um circuito belo e exigente em meio à natureza, nos moldes do que acontece no campeonato mundial. Não é toda cidade-sede e seus arredores que contam com mata selvagem, rios cabulosos e trekkings de arrepiar. Mas filmar a prova como um reality show, mostrando os perrengues e conquistas se desenrolando ao longo de alguns dias dos Jogos, seria uma atração televisiva e tanto.
Favoritos mundiais: Há boas equipes em diversos países que poderiam lutar pelo pódio, como a Seagate, da Nova Zelândia, a Tecnu Extreme, dos Estados Unidos, e a X-Bionic Extreme, da França.
Chance brasileira: A experiente QuasarLontra é a equipe mais consistente da atualidade no país e com as melhores chances de batalhar por uma boa colocação.
>> SURF
A quantas anda: Como a escalada, o surf é outro esporte reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. A International Surfing Association (ISA) é o órgão mundial que apoia a causa com afinco. No Brasil, a luta é da Confederação Brasileira de Surf, que vislumbra uma oportunidade de o surf ser um esporte de exibição (sem disputa por medalhas) no Rio de Janeiro, em 2016.
Como seria a competição olímpica: Poderiam ser baterias de dois competidores, como acontece em algumas fases decisivas do circuito mundial profissional.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: O esporte já mostrou sua força na internet. Todas as etapas do circuito mundial chanceladas pela Associação de Surf Profissional (ASP) são transmitidas ao vivo no site das marcas patrocinadoras dos eventos, e hoje o surf na rede mundial já atingiu um pico de mais de seis milhões de espectadores. Um ponto desfavorável é que nem todo país tem boas ondas – e alguns nem contam com saída para o mar. Mas pode ser que daqui a uns anos as ondas artificiais perfeitas já sejam uma tecnologia acessível.
Favoritos mundiais: Em 2016, o norte-americano Kelly Slater terá 44 anos e, se o surf for um esporte de exibição, ninguém melhor do que ele para representá-lo. Outros nomes teriam chances reais de ouro, como os australianos Owen Wright, Josh Kerr e Matt Wilkinson, o havaiano John John Florence e o sul-africano Jordy Smith.
Chance brasileira: Filipe Toledo, Gabriel Medina, Miguel Pupo e Alejo Muniz são a mais nova, talentosa e promissora geração do surf brasileiro.
>> STAND-UP PADDLE (SUP)
A quantas anda: Apesar de ser uma modalidade recente, o stand-up paddle já conta com o SUP World Tour, um disputadíssimo circuito mundial na categoria wave (surf) realizado em cinco etapas. No Brasil, o esporte é organizado pela Associação Brasileira de Stand-up Paddle, que promove disputas na modalidade race (travessia) e wave e hoje já conta com 500 atletas filiados. Apesar de ainda parecer estar distante de uma Olimpíada, o SUP é queridinho da International Surfing Association (ISA), cujo presidente Fernando Aguerre já declarou publicamente a intenção de tornar o stand-up paddle modalidade olímpica, assim como o surf.
Como seria a competição olímpica: Como o surf está um passo à frente do SUP, por ser uma modalidade já reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional, as chances de a modalidade race (a remo) conseguir ir aos Jogos seriam maiores que a wave. Na race, o desafio é completar um percurso determinado contornando boias, obrigando o atleta a remar em todos os sentidos, contra e a favor de eventuais ondulações.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Na modalidade race, o SUP não depende de ondas, portanto uma baía ou até mesmo um grande lago suportaria a competição.
Favoritos mundiais: O havaiano Connor Baxter, o californiano Danny Ching e o australiano Jamie Mitchell costumam brigar entre si em campeonatos dos mais disputados, como o Battle of the Paddle. O havaiano Kai Lenny é o fenômeno do SUP surf. Aos 19 anos de idade, é bicampeão mundial.
Chance brasileira: O santista Leco Salazar é nosso melhor surfista do SUP, enquanto o paulista Luiz Carlos Guida, atual líder do ranking brasileiro, tem o apelido de “Animal” pela força das remadas.
>> SKATE
A quantas anda: O skate nas Olimpíada é um caso particular: o esporte conta com um movimento de peso para não ser incluído nos Jogos. Se essa sempre foi a posição dos atletas mais representativos, como o brasileiro Bob Burnquist e o norte-americano Danny Way, o assunto ficou ainda mais sério quando o presidente da União Ciclística Internacional (UCI), Pat McQuaid, se mostrou interessado em fazer lobby em favor do skate no COI. Na verdade, Pat se empolgou com a inclusão do BMX nos Jogos de 2008 e achou que o skate também poderia seguir o mesmo caminho. “A Olimpíada precisa mais do skate do que o contrário”, já declarou Bob. Danny também acha estranho o skate estar em um evento em que há esportes como “nado sincronizado e salto com vara”. A revista online Real Skate achou um verdadeiro absurdo Pat se meter em um esporte que não tem nada a ver com ciclismo, e até propagou um abaixo-assinado na internet. O sucesso da adesão foi enorme depois que a revista publicou que “skatistas não se parecem em nada com atletas olímpicos”.
Como seria a competição olímpica: Os X Games, que acontecem desde 1995, já é considerado “a” Olimpíada desse esporte, com disputas nas modalidades street, vertical, megarrampa e skate park.
Prós e contras para se tornar esporte oficial dos Jogos: Pelo visto, o ponto desfavorável seriam as vitórias por WO, já que muitos skatistas se recusariam a participar do evento. Por outro lado, se o skate downhill speed fosse adotado pela Olimpíada, traria emoção em doses cavalares aos espectadores.
Favoritos mundiais: Nyjah Huston no street e Shaun White no vertical são ótimas apostas.
Chance brasileira: O skatista catarinense Pedro Barros, de 17 anos, já ganhou medalha de ouro nos X Games e compete em eventos de megarrampa, algo dificílimo mesmo para feras do esporte.
(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de julho de 2012)
QUE BAMBA: Andy Lewis subiria ao pódio no slackline Olímpico
Campeonatos: 16 atletas pré-qualificados se enfrentariam em baterias subsequentes, cada uma com dois competidores. Cada atleta contaria, no total, com dois minutos para mostrar suas manobras. No momento em que cai, o cronometro para, e então é a vez de o adversário subir na corda bamba. Entre estratégias como não tentar a manobra mais difícil logo de cara e quedas, cada atleta subiria entre 8 e 15 vezes na fita em uma bateria.
HOMEM-ARANHA: O tcheco Adam Ondra faria bonito nas Olimpíadas
deste ano
ACROBATA: O britânico Tim Shieff, um dos talentos do parkour mundial
MITO: Se o surf fosse às Olimpíadas, Kelly Slater estaria lá
NA REMADA: O californiano Danny Ching, estrela mundial do SUP
ESTRELA: Shaun White arrebentaria em provas de skate vertical