Aventura vigiada

Por Mariana Mesquita

A viagem mais vigiada do Brasil. Você pode ter achado a frase estranha, mas um casal de aventureiros deixou o conforto em casa para fazer a Travessia da Joatinga (RJ) praticamente sem desligar a câmera.

Em abril, Sergio Vilas Boas e Nathalie Lockley, que são casados há sete anos, decidiram viajar em busca de novos desafios e aventuras mirabolantes. O que chama a atenção nessa viagem é que eles criaram o canal Ecotrekker no Youtube, que já recebeu mais de duas mil visitas.


RELAX: Momento de descanso para o casal, durante a travessia

Diferente de um reality show convencional, eles quiseram mostrar o dia a dia da travessia, incluindo perrengues e curiosidades dos locais por onde passaram. Ao todo, a dupla percorreu 65 quilômetros e, em 10 dias de viagem, produziu 15 episódios.

Em entrevista à Go Outside online, Nathalie conta como foi planejar a viagem e fala das viagens que o casal ainda pretende fazer.

GO OUTSIDE: Como surgiu a ideia de embarcar nesta aventura?
NATHALIE:
Nos últimos anos, embarcamos em várias viagens desse tipo. Só que concordamos que os programas de aventura, em sua maioria, são apresentados a partir de um roteiro pré-definido, deixando de lado as experiências mais legais, como o dia a dia da viagem. Por isso, surgiu a ideia de gravar nesse formato reality. Pensamos nisso há alguns anos, mas só colocamos em prática agora. Mostramos o dia a dia da travessia, incluindo o acampamento, os esportes radicais disponíveis, as surpresas e incertezas da natureza, os desafios físicos e mentais enfrentados pela equipe durante a viagem.


BAGAGEM-EXTRA Os equipamentos de filmagem deixaram as malas pesadas

Como foi fazer a Travessia da Joatinga?
Tínhamos tudo bem planejado. Iniciamos nossa travessia saindo de Paraty-Mirim rumo ao Saco do Mamanguá. Percorremos a margem oeste e atravessamos de barco até a cachoeira do Rio Grande. Seguimos pela margem leste, conhecemos o Pico do Pão de Açúcar e, a partir da praia do Engenho, continuamos pela trilha tradicional, cruzando a Ponta da Cajaíba e todas as suas praias. Depois foi a parte mais difícil da viagem, quando fizemos a subida de Ponta Negra terminando na Vila do Oratório. Percorremos no total em torno de 65 quilômetros.

Quem está produzindo os vídeos?
Nós mesmos. Queremos dar início à nossa produtora, a Mushroomfilms. Queremos atingir todos os praticantes e amantes dos esportes de aventura e da natureza em geral.

Por quais desafios passaram durante a viagem?
A maior dificuldade é ter forças para filmar. Não é fácil armar o tripé, filmar, guardar tudo e continuar. Além disso, o peso extra dos equipamentos dificulta. Mas isso tudo vale muito a pena. Acho que não poderia existir trabalho melhor.

E vocês pretendem continuar com esse projeto?
Queremos continuar produzindo o programa e, em breve, embarcar em uma nova viagem, provavelmente em julho. Mas o destino ainda não está definido. Estamos em busca de patrocínio e apoio para que possamos aumentar a frequência das viagens e, consequentemente, produzir novos episódios.

Assista a seguir à primeira produção do Ecotrekker. Para ver os outros episódios, clique aqui.