Papo-cabeça

Dicas culturais de livros, filmes e discos selecionadas pela redação da Go Outside

>> LIVROS

Mountain: Portraits of high places,
de Sandy Hill e outros
(US$ 76 na amazon.com; 352 páginas; rizolliusa.com)
Com imagens incríveis de lendários fotógrafos de natureza, Mountain é um tributo às mais belas montanhas do mundo. O livro consegue a façanha de reproduzir as sensações de assombro e intimidação evocadas pelas paisagens fotografadas. Aborda a relação entre o homem e as montanhas não apenas por meio de fotos, mas também de pequenos textos. O time de colaboradores é peso-pesado: entre eles estão Robert MacFarlane, autor do clássico Montanhas da mente, e Nando Parrado, um dos 16 sobreviventes da famosa queda de um avião uruguaio nos Andes em 1972. Com capa dura, qualidade de impressão impecável e em formato grande, Mountains inspira a novas aventuras.

O ladrão do fim do mundo,
de Joe Jackson
(R$ 50; 448 páginas; objetiva.com.br)
O escritor e jornalista investigativo Joe Jackson relata em O ladrão do fim do mundo o primeiro caso de biopirataria da era moderna. O “fim do mundo” é a floresta Amazônica do final do século 19, e o “ladrão” é o inglês Henry Wickham, que em 1876 contrabandeou para a Inglaterra cerca de 70 mil sementes de seringueiras – um verdadeiro tesouro botânico. Movido pela ambição de fazer fortuna na indústria da borracha, então dominada pela produção brasileira, Henry se aventura pela selva em busca de uma semente rara de um tipo particular de seringueira, mais forte e durável, almejada pelos ingleses. Trinta anos após o roubo, a Inglaterra supera o Brasil no filão da produção de borracha e se torna a principal exportadora dessa matéria-prima no mundo. Com habilidade e senso de humor, sem nunca deixar de lado a veracidade, Joe Jackson conta com precisão todos os detalhes da história, com ênfase nas desventuras que Henry enfrentou, e que quase o levaram à morte.

40.000 pinguins,
de Dyan de Napoli
(R$ 44; 312 páginas; zahar.com.br)
No ano 2000, o cargueiro panamenho Treasure, que transportava minério de ferro do Brasil para a China, afundou perto da costa da Cidade do Cabo, na África do Sul. Cerca de 1.300 toneladas de petróleo foram despejadas no oceano, contaminando o habitat de 75 mil pinguins africanos e ameaçando exterminar 41% da população mundial dessa espécie. Dyan de Napoli, conhecida como a “dama dos Pinguins”, participou da limpeza de quase 20 mil aves contaminadas, numa tentativa de minimizar a tragédia ecológica que envolveu especialistas do mundo inteiro e mais de 12 mil voluntários. Em 40.000 Pinguins, ela narra um dos maiores resgates de animais selvagens do mundo com a emoção de quem viveu intensamente esse esforço colossal.

>> MÚSICA

Born to Die,
de Lana del Rey
(US$ 10 na amazon.com; lanadelrey.com)
Acaba de sair o tão esperado álbum de Lana del Rey. A jovem norte-americana, antes mesmo do lançamento de Born to Die, já atraía muitos ouvidos e olhares. Ela estourou em 2010 com clipes discretos divulgados pelo YouTube de músicas como “Video Games” e “Blue Jeans”. Com apenas 26 anos, a cantora, filha de um investidor milionário, tornou-se Lana del Rey no ano passado (até então era a pouco conhecida Lizzy Grant). As transformações não ficaram apenas no nome – sua música e imagem também mudaram. Jogada de marketing ou não, a garota de voz suave, estilo glamoroso e letras românticas já conquistou seu espaço, e Born to Die promete ser um dos álbuns mais comentados de 2012.


>> CINEMA



A invenção de Hugo Cabret,
de Martin Scorsese
Apesar da crítica de alguns grandes diretores como Quentin Tarantino contra o cinema 3D, Martin Scorsese rompeu com essa tendência e usou o que há de mais moderno em tecnologia em seu último filme. A invenção de Hugo Cabret, uma adaptação do livro de mesmo título publicado por Brian Selznick em 2007, conta a história de Hugo, um garoto de 12 anos que vive em uma estação de trem na Paris do começo dos anos 1930. Ainda muito jovem, Hugo perde o pai, que momentos antes de sua morte mostra ao garoto algo que havia descoberto: um robô sentado em uma escrivaninha, com uma caneta na mão, que parece aguardar para escrever uma importante mensagem. Só que Hugo não consegue ligar o robô e precisa resolver o mistério parcialmente revelado pelo pai. Por trás da trama de aventura e fantasia, há uma bonita homenagem do diretor aos primeiros passos do cinema, que agrada aos espectadores de todas as idades e mostra como tecnologia e bons filmes são compatíveis. Segundo o próprio Scorsese, este promete ser o primeiro de muitos filmes em 3D que ele dirigirá.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de fevereiro de 2012)







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