Por Yuri Vasconcelos
Quando faço mountain bike às vezes inalo sem querer insetos que voam pela trilha. Há um monte de pedaços de bichos no meu pulmão?
De jeito nenhum. Nosso organismo tem uma série de “armas” para impedir que insetos e outros elementos estranhos, como poeira, pólen ou pedacinhos de folhas, invadam nossos pulmões e prejudiquem a saúde. A linha de frente de defesa é executada pelos cílios, projeções em forma de cabelo existentes em nossas vias respiratórias, responsáveis pelo transporte de ar para os pulmões. Esses cílios tentam impedir que o inseto passe pela traqueia e alcance os pulmões, provocando tosse e, assim, fazendo com que a pessoa expulse o invasor pela boca. Existe ainda a chance de o inseto ser desviado na faringe, órgão que conecta o nariz à boca, para o esôfago e ser digerido no estômago. Mas se o danado vencer essas barreiras e cair no pulmão, um plano de emergência entra em ação. “Seus pulmões encapsulam o inseto com muco e, ao longo do tempo, as proteínas que formam o inseto são quebradas por processos químicos”, afirma o pneumologista Armando Huaringa, da Associação Americana de Broncologia. O resultado desse sepultamento pulmonar é um pequeno tumor benigno, que não traz nenhum prejuízo e pode ser retirado por um procedimento de aspiração.