NA TELA: Cena do filme Soul Flyers, do qual o francês Antoine Montant foi protagonista
Na semana passada, o vídeo de um salto de BASE jump mal-sucedido rodou a internet (veja abaixo). Trata-se do norte-americano Christopher Ryan Brewer, de 27 anos, que se deu muito mal durante o evento New River Gorge Bridge Day, que todo ano reúne centenas de esportistas aventureiros na área mais outdoor do estado de West Virginia (EUA).
Usando uma roupa wingsuit, Christopher pulou da ponte de New River Gorge a uma altura de quase 270 metros e simplesmente seu paraquedas não abriu a tempo – ou ele acionou o equipamento tarde demais. De acordo com o periódico local Register-Herald, Christopher atingiu a água a uma velocidade de mais de 100 km/h. Ele foi socorrido rapidamente, estava consciente no momento, mas apresentava lesões pelo corpo. Por sorte, ele conseguiu sobreviver.
Poucos dias depois, outra má notícia deixou o mundo do BASE jump em luto: o experiente BASE jumper francês Antoine Montant, de 30 anos, foi encontrado morto no Alpes Franceses, onde estava para realizar um salto de BASE. Antoine também era tricampeão mundial de speed flying (esporte que combina paraglide e esqui), e já havia descido o Eiger esquiando. Ao contrário de Christopher, ele não era um praticante anônimo.
Em ambos os casos, a primeira notícia
divulgada foi a de que “o paraquedas não abriu a tempo”. Mas, enquanto as autoridades ainda investigam as causas desses acidentes, o blog da National Geographic publicou uma entrevista com a experiente escaladora norte-americana Steph Davis, que há alguns anos também se dedica ao BASE jump e aos voos de wingsuit. Apesar de não estar presente no momento do acidente de Christopher, Steph falou sobre os riscos dessa modalidade.
“Eu nunca estive num Bridge Day”, ela disse. “
Não gosto de participar de eventos desse tipo porque é uma situação meio caótica, parece que um acidente está sempre por acontecer.”
Steph declarou ainda que a altura que Christopher pulou não é suficiente para um wingsuit voar com eficiência. “
Há estudos ainda que comprovam que é diferente saltar sobre a água. Você não tem a mesma percepção de profundidade de quando o pulo é realizado sobre a terra."
Apesar de a “falta de sorte” ser um fator a se considerar, fica claro que lesões ou acidentes fatais quase sempre acontecem por inexperiência ou pela tentativa de esticar os próprios limites. Seja lá qual for o motivo, a não abertura de um paraquedas já levou embora heróis do esporte,
como Shane McConkey, que também era esquiador e criou a modalidade ski BASE jump, e Jimmy Freeman, um dos maiores defensores do BASE jump na Austrália.