Na Nova Zelândia, um país com apenas e milhões de pessoas, ficam alguns dos melhores roteiros outdoor do planeta. Para ajudá-lo nesta incrível busca pela mais pura aventura, preparamos um guia prático e rápido com 5 dicas para você dissecar a região.
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1. Escolha a ilha certa
A terra dos kiwis, como são chamados os neozelandeses, é o lar de uma população de apenas 4,3 milhões de pessoas. E praticamente todas elas são doentes por bicicleta, escalada, caminhada, canoagem… Entendeu o espírito da coisa, né? No país, estão algumas das melhores oportunidades para se experimentar praticamente qualquer esporte ao ar livre.
Comece sua viagem escolhendo a ilha certa para seus planos. A North Island (ilha do Norte) tem regatas de iate, pesca de truta, mountain bike, vulcões, termas, lagos formados por crateras e picos escondidos para surfe, além de cidades sensacionais, como Auckland e Wellington. É lá também que fica a maior parte da cultura maori. A South Island (ilha do Sul), de população esparsa, possui trekkings longos, montanhismo, esqui de travessia, ciclismo, mountain bike, caiaque em águas brancas e passatempos cheios de adrenalina como bungee jump e base jump. A galera que mora por lá tem o hábito de praticar várias atividades desse tipo no mesmo dia.
2. Vá de trailer
A melhor e mais fácil maneira de conhecer o país é alugando um trailer, especialmente se você vai fazer uma viagem longa. Diferentemente de países como os Estados Unidos, onde a circulação de trailers é restrita, a Nova Zelândia tem um caráter de “camping livre”. Isso significa que você pode encostar em qualquer estrada, desde que seu veículo tenha um banheiro a bordo e que você não esteja numa cidade ou em áreas de parques nacionais.
Os trailers também são ótimos guarda-tralhas móveis (para caiaques, bikes, mochilas, remos). E o fato de muitos contarem com um refrigerador significa que você pode preparar mariscos e saboreá-los ao pôr do sol. Duas coisas importantes para você lembrar: prepare sua mente para dirigir um veículo grande do lado esquerdo da pista e guarde uma parte do orçamento para um pit-stop em um ou dois lendários lodges (espécie de pousadas rústicas, mas com um quê de sofisticação).
Se você tem três semanas ou mais de férias, vale a pena passar pelas duas ilhas. A maior parte dos voos internacionais pousa em Auckland, e se você for para o sul são mais ou menos 1.900 quilômetros e meia-dúzia de climas diferentes entre si – de subtropical a geleiras de altitude – até o Parque Nacional de Fiordland. Uma aventura verdadeiramente épica na região tem 4 mil quilômetros ou mais. Na North Island, passe alguns dias na Pacific Coast Highway, curtindo o ócio das praias da península de Coromandel e surfando nas ondas de Tauranga. Dirija-se ao interior pela Highway 33 e curta as famosas termas e trilhas de mountain bike de Rotorua. Uma hora ou outra, você vai querer passear pela região dos vinhos de Hawke’s Bay até Wellington, porto da balsa Interislander, que cruza o estreito de Cook em três horas Os preços variam por veículo.
A rota do viajante rodoviário na South Island é a Highway 6, que corre ao longo da selvagem costa oeste e o mar da Tasmânia. É fácil acampar à beira mar, e se levam três dias até as geleiras Franz Josef e Fox. No interior, passando o Haast Pass, fica a capital da adrenalina, Queenstown, berço do bungee jump comercial e das aventuras guiadas de canionismo. Você poderia passar uma semana aqui brincando, mas vale a pena continuar mais para o sul da ilha até o parque de Fiordland, onde a estrada termina na geleira Milford Sound, numa baía cheia de baleias, focas, pinguins e golfinhos.
3. Tire um tempo para relaxar
Na Nova Zelândia, o wilderness lodge, ou pousada na natureza, foi elevado a uma forma de arte, com qualidade ímpar e preços não muito em conta – apesar de o custo ser frequentemente atenuado pela inclusão de refeições no valor total. As ofertas variam desde oásis clássicos e requintados até enxutas tocas contemporâneas, com guias competentes, cartas de vinho com 500 opções e helicópteros para te elevar aos céus. O Huka Lodge, em North Island, é o arquétipo da primeira categoria citada. Começou como um acampamento de pescaria em 1924 e agora conta com suítes privadas no rio Waikato, uma área de 69 mil metros quadrados perfeitamente bem cuidados e jantares suntuosos ao ar livre. Tornou-se tão discretamente luxuoso que a rainha Elizabeth II e a cantora-atriz Barbra Streisand já relaxaram ali.
Do outro lado da North Island e para gostos totalmente opostos, está o Ahu Ahu Beach Villas, na península de Taranaki. Na verdade, trata-se de um aglomerado de casinhas rústicas bem pé na areia, com uma vista matadora do monte Taranaki (de 2.500 metros) e incríveis caminhadas na natureza. Algumas das melhores ondas da Nova Zelândia ficam a 20 minutos de carro.
Na South Island, a cena dos esportes radicais em Queenstown gerou uma proliferação de pousadas. Uma das mais bem recomendadas é a Blanket Bay, na costa do lago Wakatipu, 45 minutos ao norte de Queenstown. Esbalde-se em pescarias, voos panorâmicos pelo Parque Nacional de Fiordland e jantar em adegas com direito a vinhos locais. Você também pode se divertir no Hapuku Lodge & Tree Houses. Os refúgios de um quarto, erguidos a dez metros do chão sobre em um bosque florido, guardam a essência do espírito kiwi – são bacanas, simples e ecologicamente corretos –, e cada um conta com uma lareira e um chuveiro de casal. A diária inclui uma garrafa de champagne, jantar e café da manhã.
4. Jogue-se em uma bela caminhada
Caminhar é como uma religião nacional na Nova Zelândia. Os nove trekkings batizados de Great Walks são excepcionais e, graças à vigilância do Departamento de Conservação, muitas vezes recebem pouca gente. A trilha de Milford, uma caminhada de 53 quilômetros que passa por terreno alpino, com vista para os altos fiordes bem ao sul, é a mais popular – merecidamente. A caminhada de quatro a cinco dias começa com uma jornada de barco cruzando pela geleira Milford Sound. Sua primeira visão: o Mitre Peak, monte com 1.692 metros que nasce diretamente da água. A caminhada campos de gelo, passa pelas cachoeiras de Sutherland, com 580 metros, e termina com outro passeio de barco pelo lago Te Anau. Você pode reservar uma cabana para ficar em cada um desses trekkings, mais as passagens de ônibus e barco para a temporada de trekking – que rola de novembro a abril – pelo site do governo.
Os 55 quilômetros da trilha Abel Tasman Coast são uma caminhada fácil. Aqui é mais ensolarado do que no norte da South Island, as florestas de faia são entrecortadas por praias de areia dourada e a elevação máxima é de 200 metros. Nessa caminhada, é mais provável que, no lugar da solidão da vida selvagem, você encontre turistas dinamarqueses e alemães. Atenção: há dois pontos baixos ao longo da trilha – Onetahuti e Awaroa – onde a maré alta cobre o caminho, então verifique a tábua de marés para evitar ser pego de surpresa. Para as noites na trilha, escolha entre uma das quatro pousadinhas que existem por lá ou um dos 18 locais para camping .
Uma alternativa ao circuito Great Walk é a travessia Gillespie Rabbit Pass, da agência Aspiring Guides. Dura oito dias e percorre o Parque Nacional Mount Aspiring, em South Island. Considerada a mais longa caminhada guiada da Nova Zelândia, ela corta desde as florestas atlânticas até as geleiras suspensas. É uma ótima oportunidade para você conseguir chegar ao contraforte gelado da montanha Awful (o complicado cume tem 2.200 metros). Os guias também fazem papel de cozinheiros do acampamento, e você descansa em barracas pré-montadas e luxuosas cabanas de montanha.
5. Dê um mergulho histórico
A Nova Zelândia tem 15 mil quilômetros de costa, além de centenas de lagos de água doce e mais de 125 rios de águas brancas. Há muitos velejadores navegando por Auckland. Surfistas relaxam em Raglan. Canoístas reúnem-se na costa oeste da South Island, onde corredeiras de até classe V seguem em direção ao mar da Tasmânia. Canoístas oceânicos remam por todos os lados. Ou seja, opções não faltam para você curtir as águas locais de um jeito inesquecível.
Uma forma diferente de começar seu tour aquático: faça parte da tripulação de uma regata de três horas a bordo do iate NZL 41, de 80 pés. Ele fica no porto de Waitemata, em Auckland. Para aventuras mais longas no mar, a Bay of Islands, arquipélago na costa nordeste da North Island, oferece no verão temperaturas entre 15ºC e 20ºC, uma agradável brisa constante e cerca de 150 ilhas.
Se você está a fim de surfar belíssimos swells, então vista sua roupa de neoprene e se jogue no mar durante estações mais frias (de abril a junho). Traga sua prancha e vá até Raglan, na costa oeste da North Island, lar da “esquerda mais longa do mundo” – que, na verdade, é uma série de três arrebentações que nascem ao pé de um vulcão adormecido. Descanse na pousada Solscape, feita toda com madeira reciclada.