O Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada da UCI é, sem dúvida, o evento de maior prestígio, mas os vencedores do Mundial de Ciclismo Virtual deste sábado (26) voltam para casa com uma premiação superior à que foi concedida em Zurique neste ano.
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Lotte Kopecky (Bélgica) e Tadej Pogačar (Eslovênia) ganharam 8.000 euros [aproximadamente 50.000 reais] por suas vitórias em setembro.
Em contraste, os vencedores do Mundial de eSports da UCI, Mary Kate McCarthy (Nova Zelândia) e Jason Osborne (Alemanha), receberam cheques generosos com valores igualmente elevados. Ambos os ciclistas levaram 15.000 dólares (cerca de 85.000 reais).
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Os medalhistas de prata e bronze também foram recompensados com prêmios superiores aos de seus colegas do ciclismo de estrada: Gabriela Guerra (Brasil) e Lionel Vujasin (Bélgica) receberam 10.000 dólares (cerca de 57.000 reais) pelo segundo lugar.
Katrin Fuhrer (Suíça) e Kasper Borremans (Finlândia) ganharam 5.000 dólares (~ 28.500 reais) cada pelo terceiro lugar.
Isso é mais do que o dobro do que receberam seus equivalentes no ciclismo de estrada em Zurique.
Os medalhistas de prata e bronze lá receberam apenas 4.000 euros [24.600 reais] e 2.000 euros [12.300 reais], respectivamente.
Todos os competidores de ciclismo virtual competiram em três eventos, nomeadamente The Sprint Race, The Strategist e The Flat Out Race.
Todos foram eventos curtos e intensos, que duraram várias horas a menos do que os campeonatos equivalentes na Suíça.
Então, o eSports é a área mais lucrativa do esporte?
Em termos de premiação de campeonatos, sim, mas isso não conta toda a história.
Kopecky, Pogačar e os outros medalhistas dos mundiais de estrada verão seus contratos se valorizarem como resultado do sucesso em Zurique. Bonificações de federações nacionais e patrocinadores também são possíveis.
Mais significativamente, eles são bem pagos ao longo do ano para correr por suas equipes profissionais. O mesmo não se aplica aos ciclistas de eSports, que é uma área mais nova do esporte e ainda não tem a mesma audiência ou patrocínios.
No entanto, pode ser financeiramente recompensador para ciclistas bem-sucedidos. Vamos analisar.
Um incentivo semanal
Uma das grandes características da plataforma MyWhoosh é seu Sunday Race Club, composto por corridas classificatórias semanais e uma final mensal.
Dependendo do número de domingos no mês, pode haver três ou quatro qualificatórias.
Há também quatro categorias, para diferentes níveis de ciclistas.
Essas corridas oferecem os seguintes prêmios para as qualificatórias e finais mensais:
Os prêmios são citados em Dirrãs dos Emirados Árabes Unidos: 10.000 se traduzem em aproximadamente 15.500 reais/2.720 dólares/2.520 euros/2.098 libras.
Uma sequência de vitórias em eventos classificatórios e finais pode render um bom dinheiro, especialmente para os ciclistas dominantes na categoria um.
O que são os Zwift Games?
A plataforma concorrente da MyWhoosh, Zwift, foi, em 2020 e 2022, a plataforma da UCI para os campeonatos mundiais de ciclismo virtual. Esse acordo terminou quando a MyWhoosh assinou um contrato de três anos a partir de 2024, mas a Zwift respondeu lançando sua própria competição anual.
Os Zwift Games inaugurais foram realizados em março de 2024 e apresentaram um prêmio total de 110.000 dólares (aproximadamente 628.000 reais). Um grande prêmio de uma bicicleta Wahoo KICKR personalizada, banhada a ouro, também foi concedido aos vencedores masculinos e femininos.
Bicicletas Gold Tron também foram desbloqueadas no jogo para os vencedores.
Assim como no Campeonatos Mundial de eSports da UCI, o vencedor geral foi determinado pelos pontos obtidos em vários eventos.
Esses foram os Campeonatos Sprint, os Campeonatos Épicos e os Campeonatos de Escalada.
Freddy Ovett (Austrália) e Kathrin Fuhrer (Suíça) foram os vencedores gerais. Lennart Jasch (Alemanha) e Gabriela Guerra (Brasil) foram os medalhistas de prata. Thom Thrall, do Canadá, e Lou Bates, da Grã-Bretanha, conquistaram o bronze.
O prêmio em dinheiro foi menor para o vencedor geral, mas o fundo total permitiu prêmios para medalhistas nas rodadas individuais.
Para a temporada 2024/2025, os Zwift Games serão precedidos pela Zwift World Series, que pode ser considerada sua resposta ao Sunday Race Club da MyWhoosh.
A Zwift World Series consiste em uma classificatória aberta, seguida por uma corrida a cada duas semanas. Serão realizadas cinco corridas a partir de 19 de setembro, com a Corrida 5 em 30 de janeiro.
Cada corrida masculina e feminina terá um prêmio individual conforme a colocação final, premiação para a melhor equipe geral e bônus em duas localizações de prime.
O Zommunique informa que cada corrida tem até 7.400 dólares em prêmios. O 1º lugar ganha 2.000 dólares, enquanto quem termina em 10º recebe 100 dólares.
As melhores equipes ganham 1.000 dólares por corrida, e as corridas de 1 a 4 pagam 500, 200 e 100 dólares em primes.
O ciclismo virtual pode realmente se comparar?
Então, qual o futuro dessa área do esporte?
Neste momento, é difícil imaginar que alcance o mesmo apelo global e cobertura televisiva dos eventos não virtuais. Há algo muito mais imediato e atraente em assistir ciclistas em ação em eventos reais, seja nos campeonatos mundiais de estrada, no Tour de France, em outras corridas de etapas e clássicos. O mesmo vale para as disciplinas de MTB, pista, ciclocross e BMX.
Esses eventos são muito mais empolgantes para assistir pessoalmente ou na tela.
Mas com os eSports sendo uma área em expansão e onde muitos participantes pagam uma taxa para usar as plataformas [a MyWhoosh é a exceção, sendo gratuita pelo menos por enquanto], há um fluxo de receita direto que pode ser usado para premiar a participação.
Isso pode trazer fundos de prêmios ainda maiores nos próximos anos, tornando essa área do esporte uma opção financeiramente recompensadora para os competidores.
Será que algum dia será tão grande quanto as outras áreas do ciclismo?
Só o tempo dirá. Mas vai ser muito interessante acompanhar o desenrolar disso.