Além de construções maias, mapeamento a laser também identificou pirâmides cobertas pela floresta. Um estudo arqueológico realizado com mapeamento a laser na Guatemala, descobriu mais de 60 mil estruturas da civilização maia em uma floresta no norte do país.

De acordo com um novo estudo publicado na revista Science, arqueólogos mapearam 61.480 construções maias cobertas pela selva. A civilização maia existia na região há mais de 2500 anos, que remonta a 1000 a.C. ou até mais cedo. O império maia se estendia por grande parte da América Central, indo do norte para o México e do sul para Belize e além.

Uma das descobertas mais interessantes da pesquisa, realizada desde 2016, é a localização de uma nova pirâmide. Muito parecido com os egípcios e incas, as construções maias incluíam também grandes estruturas de pirâmide, das quais ainda podem ser encontradas em todo o México e Guatemala.

Pesquisadores dizem que um novo complexo de pirâmides foi identificado no coração da antiga cidade de Tikal, que floresceu no norte da Guatemala entre 300 dC e 800 dC.

Florestas tropicais do norte da Guatemala e mapamento a laser
Mapeamento a laser identificou mais de 60 mil construções escondidas em meio à floresta – Foto: LUKE AULD-THOMAS E FRANCISCO ESTRADA-BELLI/PACUNAM

Além das mais de 60.000 construções maias identificadas na pesquisa, as varreduras da empresa também mostraram uma extensa rede de estradas. Cerca de 66 milhas (106 km) têm estradas identificadas até agora, com as rotas que conectam cidades menores e aldeias às maiores.

Muitas cidades também foram fortemente protegidas com muros e outras estruturas militares. Isso foi uma surpresa para os arqueólogos, assim como a percepção de que as áreas úmidas próximas também foram convertidas para uso agrícola para alimentar a grande população.

“Estas informações nos ajudam a entender como eram altos o nível de trabalho e a interdependência socioeconômica na sociedade maia”, afirmou à BBC News Brasil o arqueólogo ítalo-guatemalteco Francisco Estrada-Belli, pesquisador da Universidade Tulane, dos Estados Unidos, e autor de, entre outros livros, The First Maya Civilization: Ritual and Power Before the Classic Period.

Os autores concluíram que suas descobertas “geram novas perguntas, refinam alvos para trabalho de campo, provocam estudos regionais em paisagens contínuas e promovem a arqueologia maia em uma era ousada de pesquisa e exploração”.

O estudo é resultado de um consórcio de 18 pesquisadores de instituições norte-americanas, europeias e guatemaltecas, em uma iniciativa denominada Patrimônio Cultural e Natural Maia (Pacunam).







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