Coronavírus: França estuda realizar Tour de France sem público este ano

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A comunidade ciclística ficou entre esperançosa e cética com o comunicado da Ministra do Esporte da França, Roxana Mărăcineau. Ela confirmou que a França pode autorizar o Tour de France sem público este ano. Junto com a ASO, empresa que organiza o Tour, sua equipe está tentando descobrir um formato de escalada reduzida do Tour, com restrições ao público, apesar do bloqueio que paralisa o país durante o enfrentamento do coronavírus. 

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Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e o Campeonato Europeu foram adiados para o ano que vem. O Giro d’Italia está sem data; pode ser apenas adiado para o fim do ano ou cancelado. Se realmente acontecer, o Tour de France será um dos poucos grandes eventos a sobreviver no calendário esportivo deste ano.

De acordo com o jornal inglês The Gardian, na última quinta (26), as informações eram de que 1º de maio será o dia de decisão sobre o Tour, porque já seria possível saber se a epidemia já chegou a seu pico na França, e porque isso daria dois meses para os atletas se prepararem para a prova. A ASO não se posicionou publicamente ainda. 

Tour de France sem público

O diretor da equipe Groupama-FDJ manager, Marc Madiot, está preocupado com o cancelamento da temporada. “É preciso ter um Tour de France. Partindo daí, é o estado da saúde pública na França que vai determinar o quanto ele é viável”, disse.

O líder da equipe, Thibaut Pinot, tem pais muito envolvidos na luta contra o vírus. “A questão não é se o Tour de France pode acontecer a qualquer custo. Minha preocupação é o fato de que se cancelarmos o Tour de France, significa que a pandemia não foi contida ainda”, disse ao site cyclingnews.com.

Patrick Lefevere, diretor da equipe Deceuninck-Quickstep, é mais reticente. “Sou otimista, mas não vejo como justificar a realização do Tour de France. E os fãs? Quem pode e quem não pode entrar na França? Vamos encher os hoteis de pessoas? Não consigo imaginar alguém usando uma varinha mágica no começo de julho para resolver a crise do coronavírus.”

“Desde que a saúde pública seja garantida, o Tour de France pode ser o recomeço da temporada, mesmo que só consigamos garantir um tempo mínimo para os atletas treinarem”, disse o diretor da Sunweb, Iwan Spekenbrink, ao jornal Le Monde.

Cancelamento total: prejuízos e perdas 

Em março, quando a atmosfera de medo estava se adensando, a ASO e a ministra dos esportes conseguiram realizar a Paris-Nice, ainda que com restrições, como etapas sem público. Depois da prova, fronteiras foram fechadas na Europa e o lockdown foi imposto em diversos países. Todos os rituais como torcedores nas subidas, largadas e chegadas e interação com os atletas, não aconteceram. Algumas equipes não participaram, outras abandonaram a prova no meio por medo de contaminação. A prova se encerrou um dia antes do tradicional para evitar entrar no centro de Nice. 

Mărăcineau declarou que acredita que seja possível realizar o Tour porque uma parte menor da renda depende de venda de ingressos; a maior parte da arrecadação vem de direitos de transmissão, o que também permitiria ao público de acompanhá-lo de casa.

A ministra acrescentou ainda o Tour é a principal vitrine das equipes que o patrocinam, e que não realizá-lo, ainda que por um ano apenas, pode arriscar a sobrevivência do ciclismo profissional de elite. Pela importância do evento, o Tour de France sem público ainda é o Tour de France. “Mas ainda é muito cedo para tomar uma decisão.”







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