É possível ter coronavírus em cachorro?

coronavírus em cachorro
Imagem shutterstock

Se você tem cachorro e está preocupado com o coronavírus, preparamos um guia com tudo que você precisa saber para cuidar dele tão bem quanto está cuidando de você mesmo e do resto da família. As dúvidas são muitas: É possível ter coronavírus em cachorro? Cães e gatos transmitem? Eles devem ficar isolados da família? Conversamos com Aldo Macellaro, veterinário do Clube de Cãompo Hotel Fazenda para Cães.

Cachorro não transmite coronavírus

Até o momento, alguns casos isolados mostraram que alguns animais domésticos foram contagiados com coronavírus, como dois cachorros na China e um gato na Bélgica. Não há nenhum registro de caso de transmissão de pet para humanos. Entre animais selvagens, tigres do zoológico do Bronx, em Nova York, foram os primeiros animais testados positivos para o coronavírus a apresentar sintomas respiratórios (no caso, tosse). 

Um estudo. “Foi feito um estudo preliminar  em uma universidade da China, com animais domésticos inoculados (cachorro, gato, porco, galinha, pato), e não se encontra evidências de que esses animais podem se contaminar com a doença. Em nenhum deles foi constatada a transmissão para humanos. Os gatos podem se contaminar entre si, mas isso está em estudo ainda. Eles que são infectados pelos humanos.  

+ Coronavírus: distância segura para pedalar é de no mínimo 20 metros
+ Coronavírus: viagem interrompida e sem casa para voltar

Porém, são casos isolados, que não significam que cachorros e gatos serão contaminados se expostos. “Esses exames tipo RT-PCR identificam um pedaço de vírus, o RNA. Se você tem animais que convivem com pessoas que são Covid-19 positivo, é possível ter pedaços de vírus em todos os lugares: nas roupas, nos objetos da casa. Também vai ter em cães que vivem com focinho no chão e gatos que vivem se lambendo”, explica Aldo. Mas não é o animal em si que transmite o vírus. 

Contudo, assim como as paredes e objetos da casa com alguém infectado (mesmo que assintomático) podem ter o vírus, o pêlo, patas e focinhos de cachorros e gatos podem carregar o vírus também. Isso significa que se tem uma pessoa isolada na casa com suspeita de contágio ou em quarentena, é importante que o animal não tenha contato com essa pessoa e os outros habitantes da casa ao mesmo tempo. Assim como o ideal a pessoa se isolar em um cômodo sem contato próximo com os outros, o animal não deve ter a possibilidade de “carregar” o vírus pela casa toda e para outros membros da família.

Coronavírus em cachorro: cuidados com higiene 

Assim como todos nós precisamos de uma dose diária de sol e ar fresco – e exercícios – cachorros têm essa necessidade também. Se você leva seu cachorro diariamente para passear, é preciso adaptar os cuidados. 

Na volta, a mesma higiene feita com pessoas e compras deve ser aplicada aos cães. “Você deve lavar as patas dos cães, com água e sabão, como lavamos as nossas. E até o focinho do cachorro pode ser lavado com sabão, mas precisa ser muito cuidado para o cachorro não aspirar o sabão”, explica Aldo. O ideal é sabonete veterinário, mas qualquer sabão neutro serve.

É fundamental desinfetar também guia, coleira, focinheira. “Todo o material de passeio precisa ser higienizado. Neste momento, é melhor não levar bolinhas e brinquedos para a rua”, orienta o veterinário. E é difícil conter a vontade de brincar dos cães, mas eles também precisam fazer isolamento social. “Não há evidências de que cause problemas entre os cachorros. O maior risco é que onde tem cachorros juntos, é porque tem humanos juntos. O cachorro em si não é um problema, mas os humanos se aproximando sim, afeta o distanciamento social.” 

Onde passear: quanto mais vazio melhor

O lugar de passeio do cão também influencia. Se você está isolado em apartamento e a única opção são bairros populosos, escolha horários de menor movimento e capriche na limpeza ao entrar em casa. “Tente levar o cão para passear nos lugares mais isolados. Uma rua movimentada que não é boa para pessoas também não vai ser boa para animais por isso: eles podem trazer o vírus no pelo, na pata, no focinho. Seria o mesmo perigo do sapato que entra em casa sem higienizar”, diz Aldo. Se você tem acesso a trilhas e espaços mais remotos, é a melhor opção. 

Se seu cachorro (ou gato) fica dentro de casa, sobe no sofá, na cama, no colo e toca pou lambe seu rosto, é hora de pensar em um isolamento social. “Como cães podem reter o vírus no pelo e nas patas. Apesar de não pegarem e transmitirem como vetores, nas nossas interações super próximas com bichos pode rolar contágio se faltar higiene e cuidados”, alerta Aldo. “É difícil não demonstrar a afetividade com o cão assim, mas por um tempo é importante ter alguns cuidados. Lavar as mãos antes de tocar o bicho, usar máscara se você estiver resfriado.” 

Em casas com portão com acesso direto à ruas movimentadas, uma precaução extra pode ser útil. “Pode ser interessante colocar uma barreira, como um portãozinho que crie uma ‘bolsão’ entre o portão e o espaço onde o cachorro circula. Retrair um pouco para trás o acesso do cão já está de bom tamanho”, explica Aldo. 

Gatos: hora de ficar em casa

Embora ainda faltem pesquisas, há indícios que gatos podem ser contagiados, então é melhor evitar acesso a rua.”O gato fica muito mais confortável em casa do que um cachorro, por ter uma facilidade maior de se adaptar a espaços menores”, diz Aldo. Existem estudos preliminares que indicam que gatos podem contagiar outros gatos, mas faltam estudos mais conclusivos. 

 







Acompanhe o Rocky Mountain Games Pedra Grande 2024 ao vivo