6 mochilas cargueiras testadas pela Go Outside

Em nossa edição de novembro, apresentamos 246 produtos (84 testados) para você correr, acampar, surfar, remar, escalar, etc. Entre os itens estão as mochilas cargueiras, aprovadas também por um time de montanhistas. Confira agora as melhores mochilas para você fazer desde uma travessia de três dias a longas expedições.

The North Face Fovero 85: R$ 1.790

Melhor para: Travessias de três dias.

Nota: 9,3

O teste: Se você sempre achou que mochilas cargueiras carecem de uma pequena organização interna, seus problemas acabaram. Lançada com a promessa de ser versátil – preparada para as longas distâncias, mas sistemática na arrumação –, a Fovero chega ao Brasil na versão 85 litros agregando múltiplos talentos. Seu amplo porta-capacete na parte frontal e uma tampa que vira uma honesta mochila de ataque foram os acessórios que tiveram aceitação unânime. Os guias de trekking que a testaram para este Guia curtiram o porta- capacete porque ele vira um bolso de acesso rápido para produtos e acessórios que precisam estar sempre à mão. Além disso, a Fovero conta com outros dois bolsos externos (com zíper) que realmente podem ajudar na organização de equipamentos menores ou para transportar peças extras de roupas. Nos quesitos “conforto” e “ajustes”, obteve as melhores notas por causa das alças – “são anatômicas e têm um toque suave com a pele, além de fitas para pendurar equipamentos como rádio e GPS”, descreveu um testador – e da fita peitoral, que conta com regulagem de altura, apito e é elástica na medida certa para ajudar na estabilidade. Ainda no mesmo tema, a tecnologia Optifit, que melhora a distribuição de carga através de regulagens no costado e pontos de contato tanto nessa parte quanto na barrigueira, foi sentida na pele. “Minha coluna ficou alinhada, e as costas não saíram molhadas mesmo depois de duas horas de caminhada debaixo do sol”, garantiu um de nossos especialistas. A Fovero 85 fica mais “colada” nas costas que a maioria das mochilas cargueiras. Se pudessem, nossos testadores fariam duas mudanças: angulariam os bolsos laterais destinados a garrafas, para torná-los mais facilmente acessíveis, e transfeririam o porta-capa de chuva para a base.

O veredito: Além de ser fabricada com os materiais mais evoluídos, está focada em desempenho e organização. 2,55 kg; thenorthface.com.br


Deuter Aircontact Lite 50+10:
R$ 1.200

Melhor para: Ter um equipamento “coringa”.

Nota: 9,0

O teste: Marca reconhecida pelo seu jeitão indestrutível, a Deuter mostrou que também pode fazer uma mochila extremamente “ágil” como esta ACT – cujo tamanho se adéqua entre uma cargueira pequena e uma semicargueira espaçosa. Ela também não deixa a desejar nos ajustes. O costado tem regulagem precisa de altura e é de facílimo manuseio (sistema Vari Quick), além de espumas de boa densidade bem dimensionadas, recortadas por eficientes canais de ventilação (Aircontact Lite). “A leveza da mochila não compromete sua funcionalidade, mas deveria vir com uma capa de chuva”, notou um de nossos testadores. Na verdade, todos eles sentiram falta desse acessório, que pode ser adquirido à parte. Porém nem isso prejudica seu selo de produto com o melhor custo-benefício desta categoria de cargueiras. De resto, a Aircontact é completa. “A barrigueira, um acessório fundamental nessas mochilas, é bem estruturada e abraça a cintura confortavelmente”, disse um expert. “Finalmente a Deuter fez os bolsos laterais em tecido flexível”, vibrou outro. Esse mesmo montanhista achou genial que a fita de compressão lateral passe por dentro do compartimento, não comprometendo seu acesso nem sua capacidade. Mesmo apostando em tecnologias que, teoricamente, poderiam ser mais “frágeis”, como um bolso frontal expansivo e a armação interna leve (em alumínio), a Deuter, como sempre, não desapontou quanto à qualidade dos materiais. Os tecidos (poliamida 420 den, nylon 210 den e poliéster 600 den) foram muito bem pensados: resistentes onde há maior atrito e elástico nos bolsos. “E as fitas e os cordeletes são plenamente confiáveis”, disse um atleta que usou e aprovou até o porta piqueta do modelo.

O veredito: Só falta uma capa de chuva e nada mais. 1,75 kg; deuter.com.br

Thule Guidepost 65: R$ 1.800

Melhor para: Ser sua única mochila para tudo.

Nota: 9,0

O teste: Para um de nossos testadores, a nova Guidepost (disponível nas versões 65, 75 e 85 litros) é a melhor mochila que testamos neste ano. “Eu só tirei alguns pontos dela porque a achei meio pesada”, admitiu. Apesar de ter enxugado cerca de 170 gramas da Guidepost anterior, a Thule parece mais interessada na excelência do conjunto do que propriamente na performance. “O costado ajuda no equilíbrio da carga, e a barrigueira de pivô articulado (TransHub Suspension System) faz com que a mochila entre no ritmo dos seus passos”, aprovou um testador. A Thule parece focada em fabricar produtos que viram aquele seu “equipamento favorito”, e por isso investiu também no design, apostando em uma mochila “clean” e em lindas combinações de cores. Reconhecida por inovar, apesar do pouco tempo no ramo de mochilas técnicas, a marca sueca ainda aumentou o leque de sua tecnologia VersaClick. Esse sistema permite variar o que se leva na barrigueira, acoplando acessórios, como um bolso estanque ou outro específico para câmera ou bastões de caminhada. Um testador também se surpreendeu com os compartimentos externos laterais, estrategicamente posicionados para você poder tirar e colocar garrafas d’água com a mochila nas costas. “Não aguentava mais meus clientes pedindo para eu ‘alcançar’ a garrafa deles”, agradeceu um guia de montanha. Vem com capa de chuva bem localizada em um bolso externo. Também não passaram batidas por nossos experts as tecnologias fit: continua com a regulagem de altura das alças e agora tem também ajustes precisos de largura dos ombros. Dessa forma, consegue ser sob medida. “O modelo está ainda mais anatômico e ergonômico”, disse um especialista.

O veredito: Um “tanque de guerra” lindo e confortável. 2,53 kg; thule.com.br

Osprey Aether AG 60: R$ 2.000

Melhor para: Expedições de vários dias.

Nota: 8,5

O teste: “Se a NASA fizesse mochilas, teriam o costado desta Aether”, disse um de nossos testadores para exemplificar a tecnologia Anti-Gravity. Na nova concepção, o costado em malha perfurada e sem costuras vai dos ombros à região lombar. A barrigueira ajuda a distribuir o peso da carga por igual, ao mesmo tempo que mantém as costas afastadas da mochila para favorecer a ventilação sem comprometer o equilíbrio. “Achei o costado o mais confortável deste ano porque é ergonômico e humano”, definiu outro expert que carregou equipamentos para escalada em gelo. “O bolso frontal, elástico e com ampla abertura, serviu para levar os crampons”, constatou. Possui fitas de compressão que não afrouxam na caminhada e permitem carregar equipamentos na parte externa, como saco de dormir. E a tecnologia que desafia a gravidade fez um dos testadores se sentir na “corrida espacial das mochilas”. No entanto, a adaptação ao sistema Anti-Gravity não é unânime. Há relatos de usuários, no próprio site da Osprey, reprovando a tecnologia. Nossos testadores concluíram que o caimento perfeito da trinca “costado, barrigueira e alças” vai depender muito do biótipo de quem usa. Apesar de a Osprey fabricar este modelo em três tamanhos, um montanhista sugere uma regulagem de altura nas alças, algo que deixaria a mochila ainda mais versátil e adaptável. A dica é você experimentá-la com carga na loja e notar, principalmente, se a barrigueira se firma com segurança e conforto. Se for aprovada em seu teste, a mochila pode realmente te fazer levitar nas trilhas.

O veredito: Leve, funcional e tecnológica, mas não para todos. 2,37 kg; ospreypacks.com | bronet.com.br

Quechua Escape 70: R$ 600

Melhor para: Mochilão urbano com investidas rápidas na natureza.

Nota: 7,0

O teste: A proposta deste modelo certamente vai agradar mais a pessoas que viajam de ônibus e avião e dormem em albergues do que a caminhantes. Marca da Decathlon, a Quechua tenta achar o “meio-termo” ideal entre esses dois perfis, mas, segundo nossos testadores, tende mais para o primeiro caso. O acesso ao interior se dá através de um zíper para o compartimento principal. “Parece mais um duffel bag”, disse um especialista. “Excelente para quem está viajando, mas pouco recomendável para quem está no meio de um trekking, pois o sistema de fechamento desestabiliza um pouco a mochila”, justificou. Outro indicativo da funcionalidade urbana são as várias divisórias internas, uma característica nada recorrente em mochilas técnicas, mas que pode ser extremamente útil dependendo do uso que você fará. Feita em poliéster de alta tenacidade, a Escape 70 é espaçosa e realmente não vai abrir o bico se você usá-la carregada. No entanto seu ajuste Easyfit, com fitas nas alças que apertam no sentido inverso (de baixo para cima), causou estranheza em um testador. “Seu bom funcionamento depende da boa regulagem do costado, um desafio na hora de fazer os acertos”, explicou. Em compensação, é a mochila perfeita para ser despachada no avião ou no bagageiro do ônibus, pois tem zíperes com furação para cadeado e uma capa de chuva resistente, que a protege da água e dos raspões.

O veredito: Poderia ganhar nosso selo de melhor custo-benefício se tivesse mais características técnicas. 2,5 kg; decathlon.com.br

Treebo Madirituba 50L: R$ 330

Melhor para: Pagar menos de R$ 200 em uma mochila cargueira.

Nota: 6,5

O teste: Esta mochila pode ser adquirida em promoções da Netshoes por pouco mais de R$ 150. Como uma marca criada por esse site de comércio, a Treebo certamente chegará às pessoas em razão do preço atraente. Obviamente não se trata de um produto que pode ser o responsável pelo sucesso ou o fracasso de uma expedição. “Achei o tecido (cordura) resistente, mas uma estrutura rígida é imprescindível para uma mochila desse porte”, disse um testador que achou a armação de alumínio da Mandirituba mole demais para uma cargueira. “Isso é um problema de construção, não de material”, reforçou. O painel frontal “equipado” com uma amarração elástica agradou a outro testador porque, segundo ele, você pode transportar ali uma peça de roupa ou até um capacete. Também foi unânime que um modelo de 50 litros mereça melhores apoios. “O costado não é rígido o suficiente para uma cargueira, assim como a barrigueira não dá suporte quando a mochila está totalmente carregada”, comprovou um expert que passou seis horas com a Mandirituba nas costas transportando equipamentos de escalada. “O porta-bastão comporta um par desse equipamento, mas não serve para piquetas”, considerou outro montanhista. Obviamente que todos entenderam que o que está em jogo, nesse caso, é o fator custo-benefício. Porém, se esses detalhes estruturais – primordiais para uma mochila cargueira – fossem corrigidos, teríamos finalmente um modelo ideal para iniciantes que não querem investir muito.

O veredito: Se apenas o design (e não a tecnologia) fosse antigo, seria aceitável. 1,44 kg; netshoes.com.br