Para o alto e avante


NÃO CAI, BALÃO: Catarinenses acompanham de perto a subida de um competidor

Por Renato Becker
Fotos Rodrigo Sabatini

MUITAS ÁGUAS AINDA ROLARÃO EM TORNO DAS MUDANÇAS ESTRUTURAIS no balonismo brasileiro, mas o mais importante é que a 20º edição do Campeonato Brasileiro, que rolou em Fraiburgo e Treze Tílias (SC) entre os dias 2 e 10 de junho, ficou na história como uma competição que abriu novos caminhos para a modalidade no Brasil. E tudo por causa de dois motivos: o surgimento de caras novas no pedaço e a criação da Confederação Brasileira de Balonismo.

O campeonato reuniu 22 equipes – metade delas novata na competição – e marcou o começo de uma nova era para o balonismo nacional. Além da safra nova de pilotos que com certeza sacudirão geral o esporte, enfim foi criada a Confederação Brasileira de Balonismo. O mais importante nisto é que a CBB coloca o esporte dentro de um cenário de exigências e benefícios bem mais amplos.

Desde 1987 as regras da modalidade seguiam o estatuto da ABB, a Associação Brasileira de Balonismo. A evolução para uma confederação significa a adequação do esporte à legislação desportiva nacional, viabilizando inclusive a utilização de benefícios ou incentivos promovidos pelo Ministério dos Esportes. Uma confederação (e suas federações) também ajuda a democratizar o esporte, já que ele deixa de ser restrito a pessoas de uma associação, tornando-se mais acessível por meio de um órgão oficial.

O campeão desse Brasileiro foi Lupércio Lima, seguido Luís Silvestre, Marcos Paulo e Johnny Alvarez (segundo, terceiro e quarto, respectivamente), um trio que faz parte do grupo de caras novas. Lupércio, com a vitória, parte em 2008 para a Áustria para competir no 18º edição do Mundial de Balonismo. Por coincidência, a cidade de Treze Tílias é um pedacinho da Áustria no Brasil. É comum encontrar pessoas conversando em alemão nas ruas e a geografia e o clima do lugar lembram o país do mundial.


NOVOS VÔOS: Metade das equipes era estreante neste Brasileiro

Treze Tílias e Fraiburgo ficam numa região de montanhas, que recortam a massa de ar predominante e criam ventos em diferentes direções e intensidades – características que exigem dos pilotos maior atenção na questão meteorológica, definição de estratégias, controle da aeronave e intimidade com aparatos tecnológicos.

Outro aspecto de uma região montanhosa para a prática do balonismo é a limitação de áreas para decolagem e pouso, além também das poucas vias de acesso que dificultam o trafegar do veículo de resgate. Tudo isto junto significa maior exigência de performance das equipes competidoras. As duas cidades, mais outras cinco, compõem um circuito turístico conhecido como Rota da Amizade: um complexo de destinos de natureza exuberante, arquitetura, gastronomia e costumes típicos do sul do Brasil e um excelente complexo hoteleiro, perfeito para sediar campeonatos desse porte.

E outras competições despontarão nos próximos meses, com mais promessas de novos pilotos. O presidente da CBB e da ABB, Edson Romagnoli, conta que o paulista acontecerá em agosto na cidade paulista de São Carlos. A confederação também viabilizará cursos para formação de novos pilotos e campanhas para atrair adeptos ao esporte. E nós, do balonismo, torcemos para que todas essas metas sejam atingidas com muita energia, dedicação, responsabilidade e acima de tudo, muito profissionalismo.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de julho de 2007)







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