Deterioração da Grande Barreira de Coral continua, segundo Unesco

Esta foto de arquivo tirada em 20 de novembro de 2014 mostra uma vista aérea da Grande Barreira de Coral na costa das Ilhas Whitsunday, ao longo da costa central de Queensland - AFP/Arquivos

Os esforços da Austrália para proteger a Grande Barreira de Coral são “sem precedentes”, mas devem ser intensificados para evitar que a área seja colocada entre os Patrimônios Mundiais “em perigo”, de acordo com um relatório da Unesco divulgado nesta segunda-feira (28).

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Segundo dois especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês), a deterioração deste local continua devido aos efeitos combinados do aquecimento global e da poluição ligada à agricultura e pesca.

Segundo especialistas, “apesar dos esforços científicos e de gestão sem precedentes nos últimos anos” realizados pela Austrália, este local “foi significativamente afetado por fatores de mudança climática”.

Sua capacidade de resistir a estes impactos encontra-se “significativamente comprometida”, embora não exclusivamente, principalmente devido à degradação da qualidade da água.

O conjunto de medidas e projetos para enfrentar o problema carece de “objetivos claros” e “não tem sido plenamente aplicado”.

Segundo os autores do relatório, “embora tenham sido feitos esforços significativos para reduzir o escoamento de nitratos e fosfatos (…), é necessário garantir uma nova redução desses poluentes nos próximos três anos que seja equivalente à alcançada desde 2009”.

Em julho de 2021, a Austrália impediu a Unesco de inscrever a Grande Barreira de Coral em sua lista de Patrimônio Mundial em Perigo, apesar das preocupações da comunidade científica sobre a deterioração desse ecossistema único.

O Comitê do Patrimônio Mundial decidiu adiar essa decisão, após intensa pressão da Austrália.

Os membros do comitê, inclusos China, Rússia e Arábia Saudita, sentiram que a Camberra deveria ter mais tempo para fazer um levantamento de seus esforços de conservação.

“Há um diálogo construtivo em andamento com o atual governo” do primeiro-ministro Anthony Albanese, afirma a Unesco à AFP.

“Existe um caminho estreito para salvar a Grande Barreira de Coral, mas existe. Uma ação enérgica tomada rapidamente pode surtir efeito. Este relatório é uma proposta de roteiro para as autoridades australianas que devem decidir o que fazer com ele e, acima de tudo, mostrar resultados”, destacou uma fonte próxima ao assunto.

A próxima reunião do Comitê da Unesco está prevista, a princípio, para meados de 2023. Os primeiros resultados das medidas adotadas poderão ser avaliados nesta reunião.

As informações são da AFP e publicadas na IstoÉ.