Conheça as seis cavernas mais belas do Brasil

Por Flávia Vitorino

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Imagem: Shutterstock

O BRASIL TEM mais de 20.000 grutas e cavernas catalogadas, segundo o Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico de 2019. São tesouros escondidos em cavidades rochosas, que contam com um vasto e riquíssimo universo que ainda tem muito a ser descoberto. Entre os estados mais abundantes nessas formações rochosas, estão Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.

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A tarefa de selecionar as melhores cavernas brasileiras entre nossas 20.000 não é fácil, muito menos factível. Como comparar cavernas tão distintas, porém igualmente belas, que existem em lugares como Bonito (MS) e Chapada Diamantina (BA)? Impossível.

Mas aceitamos o desafio de selecionar oito que valem demais a visita, pois revelam um pouco da fascinante vida escondida na penumbra e no breu das tocas. Devido à pandemia, muitos parques mudaram horários, dias de visita e regras internas, por isso se informe muito bem antes de partir.

CAVERNA DA ÁGUA SUJA

Localizado no sul do Estado de São Paulo, entre as cidades de Apiaí e Iporanga, o Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) é um dos parques paulistas mais antigos e possui mais de 350 cavernas. São cerca de 35.000 hectares de sítios paleontológicos, arqueológicos e históricos, considerados hoje um patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco. A trilha para a Caverna da Água Suja tem 1h de duração, a partir do posto de controle do Núcleo Santana. A entrada da caverna é molhada e fica ao lado do rio Bethary, com quatro metros de altura e cheia de formações cobertas por tons esverdeados da mata. São quase 2 km de trilha interna, que varia com níveis de água de até 30 cm – exceto alguns poços mais fundos, com água até o tronco, porém sem trechos de nado.
> Como chegar: Entre as cidades de Apiaí e Iporanga, o Petar está localizado a cerca de 200 km de Curitiba (PR) e aproximadamente 330 km da cidade de São Paulo, pela rodovia SP-165.
> Onde ficar: O melhor lugar para descanso é Iporanga (SP).
> Acesso: É preciso contratar guias credenciados

GRUTA DO JANELÃO

Encravado no norte de Minas Gerais, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) possui cerca de 56.400 hectares e ocupa terras dos municípios de Januária, São João das Missões e Itacarambi, bem próximos ao rio São Francisco. Essa Unidade de Conservação foi criada em 1999 para proteger seus sítios arqueológicos milenares, com pinturas rupestres feitas entre 500 e 9.000 anos atrás, além de suas cavernas de porte imponentes, interligados por diversas trilhas. A Gruta do Janelão é a principal atração do parque. Tem distância de 4,8 km (ida e volta), com tempo total estimado
para a visita de 5h30.
> Como chegar: Voe até Montes Claros e dirija cerca de 190 km até Itacarambi, cidade-base mais perto do parque.
> Onde ficar: A infraestrutura de hotéis e restaurantes em Januária é melhor do que em Itacarambi. Mas quem preferir não ter de dirigir todos os dias da estadia até a entrada do parque pode se hospedar em Itacarambi.
> Acesso ao parque: A visitação deve ser agendada por meio de e-mail para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio; cavernas.peruacu@icmbio.gov.br). É necessária a contratação de um condutor (guia) para visitar o parque.

ABISMO ANHUMAS E GRUTA DO LAGO AZUL

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Gruta do Lago Azul. Imagem Shuttestock

A Gruta do Lago Azul (MS) é uma das mais importantes cavernas do patrimônio espeleológico nacional. Trata-se de um único salão com 100 metros de comprimento, que se destaca com a iluminação natural e o azul-turquesa das águas. É um patrimônio protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que foi profundamente explorado em 1992. No local, pesquisadores encontraram uma série de fósseis de mamíferos que viveram durante o período geológico do Pleistoceno, há 12.000 anos. Não muito longe da gruta, foi descoberta, em 1970, uma pequena fenda entre rochas no solo após um grande incêndio na região. A fenda se abria para um abismo de 72 metros de profundidade. Ali, havia uma caverna parcialmente submersa, com um lago cristalino e uma floresta de cones de calcário – com o maior cone já registrado na literatura mundial, no Abismo de Anhumas, que fica submerso e tem 19 metros de altura.
> Como chegar: Há acesso aéreo ou rodoviário via Campo Grande (Bonito fica a cerca de 300 km da capital). As cavernas estão a 23 km de estrada de terra da cidade.
> Onde ficar: Há boas pousadas na cidade de Bonito.
> Acesso às cavernas: É necessário acompanhamento de guia credenciado em Bonito (bonitour.com.br).

CAVERNA TERRA RONCA I E II E ANGÉLICA

Terra Ronca. Imagem Shutterstock

O Parque Estadual de Terra Ronca (GO) tem 57.000 hectares de área no nordeste goiano, quase divisa com a Bahia, onde está catalogado um complexo com 200 cavernas “secas” e outras 60 “molhadas” (cortadas por um rio). Apenas 17 delas são abertas ao público, enquanto em outras 49 só é permitida a entrada de pesquisadores. A caverna da Angélica tem 17 km de extensão e cerca de dez salões. Considerada uma das mais bonitas do Brasil, tem acesso por meio de uma praia fluvial. O barulho que ecoa entre os labirintos das cavernas Terra Ronca I e II deram nome ao parque. São 96 metros de altura com salões amplos e uma dolina de 80 metros de altitude que se abre e acolhe diversas araras que vivem por ali.
> Como chegar: O Parque de Terra Ronca fica a aproximadamente 400 km de Brasília e mais de 600 km de Goiânia e se situa entre São Domingos e Guarani de Goiás.
> Onde ficar: Hospede-se na cidade de São Domingos.
> Acesso às cavernas: É necessário acompanhamento de guia credenciado pelo parque. O telefone da sede é (62) 3439-6005.

GRUTA LAPA DOCE

Gruta da Lapa Doce. Imagem Shutterstock

A mais famosa das cavernas da Chapada Diamantina (BA), a gruta Lapa Doce foi descoberta em 1986 e está localizada em Iraquara, município cercado por cachoeiras, cavernas e grutas. A Lapa Doce possui 20 km mapeados, sendo 850 metros abertos à visitação. Seu maior salão tem impressionantes 60 metros de largura – lá, a visitação só é permitida em grupos de, no máximo, 12 pessoas. Além da beleza e das formações, a gruta se diferencia das demais encontradas na região por ser arejada e na sua maioria, plana.
> Como chegar: O principal ponto de partida é a cidade de Lençóis. De lá, é preciso seguir pela rodovia BA-144 por cerca de 12 km até chegar à BR-242 (sentido Iraquara).
> Onde ficar: Hospede-se em alguma pousada na simpaticíssima cidade de Lençóis (BA).
> Acesso à caverna: Não é necessário agendamento, porém você precisa contratar um guia credenciado pelas operadoras locais da cidade.

CAVERNA DO DIABO

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Caverna do Diabo. Imagem Shutterstock

Vizinho ao Petar, o Parque Estadual Caverna do Diabo (SP) tem sua própria área e foi criado em 2008 a partir do mosaico de Unidades de Conservação de Jacupiranga. A área conta com mais de 40.000 hectares, abrangendo os municípios de Barra do Turvo, Cajati, Eldorado e Iporanga, no sul de São Paulo, na região do Vale do Ribeira. A maior caverna do estado, e considerada uma das mais bonitas, a caverna do Diabo tem mais de 6.000 metros de extensão, mas apenas 600 metros estão abertos à visitação. Dentro dela, há salões grandiosos,
> Como chegar: O Parque Estadual Caverna do Diabo fica a 287 km da cidade de São Paulo e pode ser acessado pela rodovia Régis Bittencourt.
> Onde ficar: É possível se hospedar em Eldorado ou nas cidades vizinhas.
> Acesso à caverna: Agendamento e guias através do telefone (13) 3871-1759.







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