Aeroporto é alvo de críticas por vender peças de negros escravizados

Loja em aeroporto é alvo de críticas por vender peças de negros escravizados
Foto: Reprodução

Uma loja dentro do aeroporto de Salvador (BA) foi alvo de críticas nesta semana por vender peças de cerâmicas representando negras e negros escravizados. O historiador Paulo Cruz, que havia visitado a capital baiana e estava voltando para o Rio de Janeiro no domingo (6), conta que ficou em choque ao reparar na “mercadoria” à venda.

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“Foi um choque tremendo né? Em primeiro lugar porque eu acho que é um tipo de coisa que não deve se comercializar em lugar nenhum, muito menos uma cidade como Salvador, principalmente depois da experiência que eu tive, vendo a vivência das pessoas pretas, dos movimentos e tudo mais”, disse o historiador ao G1. “Primeiro a sensação foi de choque e depois de indignação.”

Vendidas por R$ 99,90, a unidade, as peças em alusão ao sistema escravocrata, que durou até 1888 no Brasil, mostram mulheres e homens acorrentados pelas mãos. “A imagem estava na prateleira central da loja, que fica de frente para o corredor onde passa as pessoas, estava identificada o nome ‘escravos’ e o preço embaixo. Além do tremendo mau gosto, uma questão nitidamente racista, porque é de mau gosto você colocar uma obra identificada como ‘escravos’ e com preço”, afirmou Paulo Cruz.

Retratação

Em nota, a loja Hangard das Artes pediu desculpas as pessoas que se sentiram feridas e menosprezadas.

Procurada pelo G1, a Vinci Airports, que administra o aeroporto, informou que recomendou a retirada dos produtos do estoque, após tomar conhecimento da comercialização de peças “que remetem à desonrosa atividade da escravidão no Brasil” em uma das lojas que ficam dentro de suas dependências.

De acordo com o comunicado, a empresa não determina a curadoria dos produtos vendidos por cada subconcessionário. No entanto, a administração entendeu que era fundamental se posicionar nesse caso. A Vinci Airports afirmou ainda que trabalha para construir uma comunidade antirracista e reafirma o compromisso com a diversidade e valorização da cultura afro.







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