Acordei hoje mais feliz que o normal, e não é fruto somente da final alvinegra do Paulista ou dos tweets sobre a despedida de Osama Bin Laden. A sensação que sinto esbarra na onda do reconhecimento, no poder da realização. Danilo Couto é o maior big rider do mundo, eleito pelo Oscar das ondas grandes como o cara que teve a melhor performance do ano. Esse mérito, porém, é dele desde sempre.
Aos 36 anos e com 16 anos de Havaí, Couto poderia muito bem não estar naquele Jaws fatídico. Para ele, surfar bombas premiadas requer mais do que coragem e atitude. Danilo Couto é o estereótipo do nosso povo. Teve que guerrear como gladiador para sobreviver no surf. Deixou passar muita onda para engrossar o orçamento com bicos braçais, de lavador de pratos a jardineiro. Agora, a O’Neill suaviza esse sofrimento.
Vindo de família de classe média alta, na adolescência a vontade de ser surfista era maior do que o curso de economia. Largou a faculdade e foi estudar inglês na Califórnia, mas atracou na ilha de Oahu. O motivo? Estar ao lado das ondas grandes. Danilo é diferente da maioria dos big riders. Danilo arrisca a vida por prazer. Surfa, para ele, e não para a mídia. Danilo é autêntico. Danilo é humano. Danilo tem alma de brasileiro.
Confira o vídeo da onda que fez Danilo brilhar no Billabong XXL:
É DO BRASIL: Danilo Couto recebe seu US$ 50 mil no Billabong XXL