Por um Mundo Selvagem

Por Yuri Vasconcelos

Espantalhos funcionam mesmo?

Não, pois os pássaros não são bobos. “Os espantalhos surtem efeito apenas num primeiro momento. Depois, as aves se acostumam com eles e fazem a festa”, afirma o ornitólogo Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). Para que funcionassem por longos períodos, protegendo as plantações do ataque de pássaros, os espantalhos precisariam fazer movimentos constantes, mudar de posição no campo com alguma frequência e ter a aparência dos predadores mais temíveis das aves, como uma coruja, um gavião ou mesmo uma figura humana. Em todo o mundo, especialistas quebram a cabeça para fazer espantalhos que funcionem. Os agricultores de Venda da Lata, em Piratini, interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, criaram bonecos usando gaviões mortos para manter à distância as caturritas, aves da família do periquito que morrem de medo do predador. Os gaviões foram salgados, desidratados e espetados na ponta de estacas de asas abertas no meio de pomares e plantações de milho. Inspirados nessa experiência, cientistas da Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, criaram um espantalho mais ecológico, usando uma pipa em forma de gavião. Outra estratégia é fazer espantalhos que emitem sinais de alta frequência ou sons dos predadores das aves que se quer afugentar.







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