Estudo mostra que o contato com a natureza é benéfico, independentemente da presença ou ausência de construções urbanas

Por Redação 

Estar em contato com a natureza não é necessariamente se isolar do mundo moderno e das cidades. Um novo estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, mostrou como uma simples caminhada em locais de natureza com estruturas urbanas próximas, tem benefícios psicológicos e de redução do estresse semelhantes ao de quem caminha em áreas isoladas.

A pesquisa feita por cientistas de duas universidades austríacas e com financiamento da Austrian Alpine Association, enviou 52 voluntários para passarem três dias em outubro em uma “famosa área de esportes de verão e inverno” nos Alpes austríacos.

Em dias consecutivos e em ordem aleatória, eles fizeram duas caminhadas diferentes. Uma foi um trajeto de pouco mais de 6 quilômetros, subindo e descendo cerca 760 metros, em uma área mais isolada das montanhas; e a outra caminhada foi em uma parte com mais recursos urbanos como estrada, teleférico, canteiros de obras e estacionamento. O objetivo do estudo não foi divulgado, de modo que os participantes não foram informados sobre as diferenças entre os dois ambientes.

As principais medidas para mensurar os resultados foram uma série de questionários para avaliar sentimentos como ansiedade, euforia, raiva, calma e assim por diante, além de uma série de testes pedir medir os níveis do hormônio do estresse, o cortisol.

Resultados

Os resultados do estudo austríaco sugerem que estar em contato com a natureza é benéfico, independentemente da presença ou ausência de características urbanas. Os níveis de cortisol, por exemplo, mostraram uma boa queda desde o início até a metade da caminhada, e uma queda ainda maior no final do passeio – mas não houve diferenças entre as duas caminhadas.

Vale a pena notar que outros fatores, como os ritmos circadianos, afetam os níveis de cortisol, de modo que parte da diminuição pode ser simplesmente devido à hora do dia. Mas a ausência de qualquer diferença entre os dois grupos é o ponto-chave.

O humor dos voluntários também mudou conforme o esperado, com um aumento de sentimentos positivos como a euforia e uma diminuição dos sentimentos negativos, como a ansiedade. Mas, mais uma vez, não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas caminhadas. Ver uma estrada ou um teleférico não tornou a experiência menos benéfica.

É claro que nem todas as estruturas feitas pelo homem são equivalentes. Os pesquisadores reconhecem que coisas como teleféricos e canhões de neve realmente têm uma associação muito positiva para muitas pessoas, o que pode distorcer os resultados. Os resultados poderiam ter sido diferentes se a caminhada tivesse passado por um depósito de lixo ou uma mina a céu aberto – ou, infelizmente, uma torre de celular lembrando-os de todos os e-mails não respondidos esperando por eles de volta à civilização.

Um ponto importante: os participantes também foram questionados sobre como achavam que as caminhadas afetavam seu estado de humor, com a seguinte pergunta: “Como o ambiente da caminhada na montanha influenciou seu bem-estar?”. Em uma escala de 1 a 10, com 10 sendo a mais positiva, eles avaliaram a caminhada mais natural de 8,5 e a caminhada de influência humana 6,3.

 







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