Pódio brasileiro no Saara

DESERTO: A mineira Fernanda Maciel corre pelas areias do Saara na Marathon des Sables 2017 (Foto: CIMBALY/Alexis Berg/MDS 2017)

A ultramaratonista mineira Fernanda Maciel fez bonito novamente na 32ª edição da Marathon des Sables, ou “maratona das areias”, que terminou no último sábado, dia 15, no Marrocos. Fernanda ficou com o bronze na competição feminina, com tempo acumulado de 24h44m59s. A sueca Elisabet Barnes ficou na primeira posição, e a francesa Natalie Mauclair na segunda. A corrida teve seis etapas, percorrendo 250 km nas dunas do Deserto de Saara. 1.167 corredores participaram da disputa, que registrou temperaturas de mais de 50 graus. “Esta é a única prova que me faz chorar de dor e de prazer em cruzar a linha de chegada de cada etapa diária”, disse Fernanda, que participou da MDS pela segunda vez.

CALOR: Fernanda durante a disputa da Marathon des Sables 2017 (Foto: CIMBALY/Alexis Berg/MDS 2017)

Uma das particularidades da competição é a autossuficiência. Do primeiro ao último estágio, os atletas devem carregar consigo, o tempo inteiro, o próprio alimento para os sete dias em que ocorrem as seis etapas, largando com um peso considerável na mochila. “A parte mais desafiadora foi durante a primeira etapa. Comecei a passar mal do estômago, não conseguia respirar bem e nem comer. A mochila pesava 8,5 kg. Não corria bem subindo ou descendo as dunas. Foi um martírio! Pensei em abandonar a prova, mas segui firme até acabar a etapa”, afirmou Fernanda.

A Marathon des Sables reúne amadores e profissionais da ultramaratona do mundo inteiro, mas a disputa pelo pódio ficou mais acirrada desde o ano passado, quando a prova passou a ser uma das mais importantes no Ultra Trail World Tour, o circuito mundial de ultramaratona.

“A MDS este ano foi difícil e bem disputada por causa do maior número de competidoras femininas que disputam o mundial Ultra Trail World Tour. Houve muita disputa pelo pódio durante cada etapa. Fiquei feliz com o resultado de terceiro lugar, porque correr “atacando” no deserto é perigoso”, conta Fernanda. “Tive que administrar a falta de comida, condição extrema de calor, as horas corretas para acelerar e não passar dos meus limites. Corri de forma conservadora e inteligente para sobreviver até a linha de chegada ao meio do deserto. Tive muitos hematomas no corpo por conta do peso da mochila (8kg) e bolhas nos pés este ano, mas consegui superar a dor. Foi uma experiência maravilhosa como sempre correr por 7 dias, os 250km no Saara de forma autossuficiente, sem telefone, realmente conectada comigo mesma, foi mágico”, concluiu.

 







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