Cientistas fizeram um experimento em um tanque aquecido com temperaturas projetadas no final do século

Cientistas australianos fizeram um estudo que mostrou que o aumento da temperatura dos oceanos altera a forma como os tubarões e demais peixes crescem e se desenvolvem.

A equipe de biólogos da Universidade Macquarie, em Sydney, inseriu ovos de tubarão em um tanque especial projetado para simular as temperaturas quentes do final do século. Resultado? Metade dos tubarões morreu dentro de um mês. A outra metade tornou-se destra.

Os tubarões não têm mãos – apesar de que, suas barbatanas não estão tão longe dos braços humanos. Mas de acordo com o estudo, os tubarões criados no tanque aquecido mostraram uma preferência por nadar em uma direção ou outra quando confrontados com um caminho em forma de Y.

Os cientista chamam de “lateralidade” direita ou esquerda de tubarões e outras criaturas marinhas. Isto é a tendência de metade do cérebro de um animal controlar automaticamente certos comportamentos. Com reações simples e automatizados, como a sua preferência por escrever com a mão direita ou esquerda, isso teoricamente libera energia mental para um animal realizar funções cognitivas mais complexas.

“A temperatura elevada aumentou significativamente as taxas de desenvolvimento e o metabolismo, com custos associados em termos de alocação de energia para o crescimento e processos fisiológicos”, escreveram os pesquisadores. “Portanto, uma lateralização mais forte pode surgir como um mecanismo de economia de energia.”

De acordo com o estudo, os tubarões nascidos em águas mais quentes podem ser forçados a se desenvolver mais rapidamente e podem ficar com cérebros fisicamente menores do que os tubarões que se desenvolvem sob as condições atuais. Com menos energia mental de sobra, os peixes podem ter que automatizar certos comportamentos – como sempre virar para a direita quando confrontados com um obstáculo.

Entender as conseqüências precisas do aquecimento dos oceanos no comportamento dos tubarões exigirá mais estudos, disseram os pesquisadores. A equipe da Universidade Macquarie doou os cérebros dos tubarões em seu estudo para serem examinados em pesquisas posteriores.

O estudo foi publicado na revista científica Symmetry.







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